quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Depoimento patético de Benecy Queiroz. O dirigente que confessou ter 'comprado um juiz' para o Cruzeiro. Não permitiu perguntas dos jornalistas. Agiu como se falasse a idiotas. Pior, só o silêncio do presidente Gilvan Tavares...

Depoimento patético de Benecy Queiroz. O dirigente que confessou ter 'comprado um juiz' para o Cruzeiro. Não permitiu perguntas dos jornalistas. Agiu como se falasse a idiotas. Pior, só o silêncio do presidente Gilvan Tavares...




Foi uma das cenas mais patéticas dos últimos anos. Um dirigente de futebol confessou abertamente no domingo que "comprou um juiz". Pagou, deu dinheiro para o árbitro manipular um resultado. Falou na televisão. Ao programa Meio de Campo, da Rede Minas. Cada palavra foi transmitido para milhões de pessoas. Tudo gravado. O supervisor Benecy Queiroz fez pose, sorriu. Jogava o nome do Cruzeiro Esporte Clube na lama e acreditava ter motivo para se orgulhar. A reação do clube foi muito estranha. O presidente Gilvan Tavares se calou. Só ontem, terça-feira, o vice presidente de futebol Bruno Vicintin tentou minimizar a situação e a deixou mais constrangedora. E hoje pela manhã, o Cruzeiro convocou uma coletiva. Benecy Queiroz iria esclarecer o que falou. Só que não houve coletiva. E sim um pronunciamento confuso, sem a mínima convicção, lido pelo supervisor. Sem ter explicação decente, ele disse que mentiu na hora da entrevista. "Foi imaginação de momento." E que seu médico pediu para "desacelerar" um pouco. E os jornalistas foram impedidos de fazerem perguntas. Ouviram o ridículo depoimento em silêncio. O presidente Gilvan Tavares? Segue em silêncio.

O que aconteceu hoje na Toca da Raposa foi ainda mais deprimente. Benecy deixou claro o desconforto que dava o desmentido. Na segunda-feira, havia garantido a repórteres mineiros que não haveria desmentido. "O que falei, falei", repetia a todo instante. Mas diante da repercussão nacional sobre o supervisor do Cruzeiro, conselheiros exigiram de Gilvan a demissão sumária do "comprador de juiz". Só que ele tem 43 anos de clube. A diretoria resolveu preservá-lo. Tudo indica que foi escolhida uma saída "politicamente correta". Benecy não é demitido, como deveria. Ele apenas diz que seu médico recomendou que descansasse mais. E se desliga do clube. Sem mais questionamentos. Essa é a vitória da hipocrisia. O STJD mandou avisar que toda transgressão ao CBJD com mais de 20 anos não pode merece mais punição. A tal compra de juiz de Benecy, prescreveu. Mas a Fifa prevê que atitudes relacionadas à corrupção não prescrevem. Ele ainda pode ser banido do futebol. Daí estar encaminhado o afastamento "branco", hipócrita de Benecy.

Decepcionante a atitude de Gilvan Tavares. Ele não teve coragem de vir à público. E agir como o presidente do Cruzeiro. Mandar embora o seu supervisor. Gilvan também é presidente da Primeira Liga. Seu silêncio chega a ser mais patético do que as palavras de Benecy. Aliás, seu depoimento vergonhoso está aqui. Lastimável a falta de atitude da direção cruzeirense. Uma lição de covardia e hipocrisia. Jornalistas e torcedores não são idiotas... "Na semana passada, foi procurado diretamente pelo jornalista Orlando Augusto para dar uma entrevista em homenagem aos meus 45 anos de serviços prestados ao Cruzeiro. A gravação durou certa de uma hora e meia e, em determinado momento de descontração, ele me perguntou se eu já tinha tentando comprar algum jogo para o Cruzeiro. "Iniciei a resposta dizendo que fala-se muito em "mala branca", e o que existe são as gratificações que os times menores aceitam para complementar seu "bicho", mas que não é considerado suborno, senão os clubes grandes não precisariam pagar prêmios tão grandes para ganhar. Esse foi o princípio da tônica da entrevista sobre a tão badalada "mala branca".
"Depois, ainda dentro do espírito descontraído de contar causos do futebol, criei uma história juntando duas personagens que, inclusive, trabalharam em períodos distintos no clube: o goleiro Vítor e o técnico Ênio Andrade. "Na verdade, esse jogo nunca aconteceu. Tudo o que falei foi um conto, imaginação de momento. Primeiro, falei que o time adversário chutou do meio-campo e fez o gol. Segundo, que entrei em campo para cobrar o juiz. Terceiro, que perdemos a partida. Estou no clube há mais de 45 anos e sei da seriedade de instituição Cruzeiro. Em todo esse período, jamais presenciei ou ouvi dizer que o Cruzeiro tenha sequer cogitado fazer parte de qualquer coisa envolvendo árbitro de futebol ou algo similar. "Reconheço que a minha declaração foi infeliz e inoportuna, e nunca imaginei, isso é a pura verdade, que pudesse ter uma repercussão negativa tão grande. Estou aqui mais uma vez para reafirmar que tudo não passou de uma entrevista descontraída. "Queria, nesse momento, pedir desculpas a vocês da imprensa, que sempre me trataram muito bem e com enorme respeito. Queria me desculpar também com essa fantástica torcida do Cruzeiro, que tem mostrado apoio incondicional ao clube. Por último, queria pedir desculpas ao presidente Gilvan, à diretoria, aos funcionários e conselheiros, pelo transtorno provocado pela entrevista que concedi. "Acrescento finalmente que, aconselhado pelo meu médico particular, Dr. Luís Felipe, devo desacelerar um pouco minhas atividades, para que eu possa estabelecer meu problema de pressão. Estou com pressão acima do limite e acho que esse talvez tenha sido um dos momentos mais difíceis da minha vida." "Muito obrigado a todos vocês." Seu tom de voz era inseguro, tenso.

Não tinha convicção, estranho para quem escreveu o texto.

Não sorriu.

Estava absolutamente constrangido.

Dando a desculpa que explicará seu afastamento do Cruzeiro.

Patético.

Agiu como se falasse a idiotas.

Pior, só o inacreditável silêncio de Gilvan...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 13 Jan 2016 18:37:12

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