segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Confronto selvagem de organizada com policiais. Paus, barras de ferro contra tiros de borracha, bombas de gás lacrimogêneo. Nenhum preso. Sempre a mesma coisa. A Copa São Paulo é melhor maneira dos vândalos começaram o ano...

Confronto selvagem de organizada com policiais. Paus, barras de ferro contra tiros de borracha, bombas de gás lacrimogêneo. Nenhum preso. Sempre a mesma coisa. A Copa São Paulo é melhor maneira dos vândalos começaram o ano...




116 equipes. Torneio em 23 dias. Situação insana criada e oportunista, criada pelo falecido ex-presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah. Ele sonhava em ser o principal comandante da CBF, da Conmebol, entrar para o Comitê Executivo da Fifa. Incentivou inúmeras novidades. As que deram certo. Spray para demarcar cobranças de falta. Várias bolas espalhadas fora do gramado, para o jogo ter fluência. Antes era uma só. Parada técnica no calor. As que deram errado. Dois árbitros, um para cada lado do campo. Limites de falta. Laterais com os pés. Disputa de pênaltis para decidir o vencedor das partidas que terminavam empatadas. Também forçou a escalação de mulheres apitando e bandeirando. Também obrigou os clubes a usarem cheerleaders. Não ginasta, acrobatas como nos Estados Unidos. Mas a versão cabaré. Pobres meninas dançando de forma vulgar nos intervalos dos jogos. Sonhando com o estrelato. Mas que acabavam xingadas, humilhadas de forma deprimente, pelos torcedores. O reinado de Farah durou 15 anos. Se ele não conseguiu chegar à CBF, fez da Copa São Paulo seu laboratório. Usou o velho caminho trilhado pelo almirante Heleno Nunes, onde a "Arena vai mal, um time no Nacional". Arena era a sigla da Aliança Renovadora Nacional, partido que era ligado e defendia a Ditadura Militar. Nunes chegou a organizar o Brasileiro de 79 com 94 clubes. 583 partidas em um período de três meses. No caso de Farah, o que ele buscava ao inchar a Copa São Paulo? Agradar prefeituras de cidades paulistas sem times na principal divisão. Garantir sua perpetuação no poder, com os votos das ligas. Não ficou 15 anos no poder por acaso. Viver seu momento de líder nacional, tratando com clubes de todo o país. E até do Exterior. Soube aproveitar janeiro, mês que o futebol profissional está em recesso. E desfrutava de todos os holofotes da carente imprensa esportiva. E como não cobrava das tevês os direitos de tevê, quem quisesse mostrava os jogos. Farah nunca se preocupou com o nível técnico dos jogos. Porém muito mais grave era a sua postura em relação à segurança. Estádios sem a menor condição abrigava partidas entre clubes grandes, com torcida. Local e as famigeradas organizadas que saiam da Capital e encontravam reduzido número de policiais. Com a desculpa esfarrada que eram "jogos de garotos", conflitos viraram tradição na Copa São Paulo.

Farah deixou a FPF em 2003, frustrado. Precisou sair depois de uma séria briga com a TV Globo. Não conseguiu fazer nem seu sucessor. Queria Reinaldo Carneiro Bastos, seu braço direito. Mas teve de sucumbir à pressão do seu advogado particular e também vice da FPF, Marco Polo del Nero. Desgostoso, Farah se afastou do futebol. E morreu, esquecido, em 2014. Mas a fórmula da Copa São Paulo inchada continua. Inúmeros times são de aluguel. Apenas dão a camisa para empresários tentarem lançar seus garotos no cenário nacional. Prefeituras do interior paulista seguem premiadas com times grandes. Estádios sem estrutura ou segurança recebem partidas importantes. E vândalos das organizadas se divertem todo início de ano. As cenas de horror no estádio Nogueirão, em Mogi das Cruzes, ontem à noite, combinam perfeitamente com a rotina da Copa São Paulo. Como o Palmeiras tem a Mancha Verde, o Corinthians tem a Gaviões, o Santos, a Jovem...O São Paulo tem a Independente. As principais organizadas paulistas têm sua banda podre, formada por vândalos. Jornalistas, policiais, padeiros, pedreiros e paniquetes sabem disso. Mesmo a cúpula da FPF e as prefeituras. Todo ano, a mesma coisa. Onde será que acontecerá uma grande confusão? Para depois, assustada, a FPF pedir maior policiamento para os jogos finais. E jurar que nunca mais a situação se repetirá. A promessa vazia dura até o próximo ano... Os detalhes do que aconteceu em Mogi são corriqueiros. Estádio de concepção antiga. Superlotado pelo jogo eliminatório de uma equipe grande. Entrada gratuita. Pequeno policiamento. Estratégia pouco inteligente dos organizadores da competição. Pensaram apenas no adversário do São Paulo, o Rondonópolis, não na torcida organizada do time grande. A velha estupidez. E o confronto foi apresentando como "inevitável", uma "fatalidade", como sempre.

"O estádio atingiu a lotação máxima, e um número grande de indivíduos ficou do lado de fora. Em um determinado momento que a administração precisou abrir para alguns funcionários saírem, houve tentativa de invasão e um primeiro confronto com o efetivo da Guarda Civil de Mogi das Cruzes que estava fazendo a segurança no interior do estádio", justificou o tenente Carneiro, comandante da Força Tática da PM de Mogi das Cruzes. O motivo foi exposto. Mas a situação foi deprimente, como sempre. A Independente estava atrás de um gols. O estádio, com capacidade para dez mil pessoas, estava abarrotado. Membros da torcida não conseguiram entrar. Os torcedores se comunicaram por celular. Combinaram que, no intervalo, tudo seria resolvido. Diante do pequeno efetivo de soldados da Guarda Municipal de Mogi das Cruzes e seguranças que estavam dentro do estádio, vândalos infiltrados na Independente começaram a pressionar para a liberação da entrada dos torcedores que estavam fora. Diante da negativa, eles decidiram pelo confronto. Socos, pontapés não bastavam. Apelavam para paus, barras de ferro, lixeiras. Soldados da PM que estavam fora do estádio foram chamados. E entraram usando o de sempre: tiros de balas de borracha, bombas de efeito moral, cassetetes. Socos e pontapés. Torcedores "comuns", com famílias, crianças se desesperavam. Tentavam sair do estádio lotado. Vários passavam mal com o gás lacrimogêneo que sufocava os torcedores mais perto do conflito. Um caos. Carros foram depredados. Houve feridos dos dois lados. Por pura sorte não morreu ninguém. Nada fora do normal da Copa São Paulo.

"Talvez o que precisasse era um pouco mais de conversa para a gente conseguir, junto às torcidas organizadas, diminuir o número de pessoas que acessam. Infelizmente foi um excesso de pessoas e não foi possível recepcionar todas elas. A Polícia Militar e a Guarda Municipal fizeram o que tinha de ser feito. Havia a necessidade de controlar aquela situação e quando há esse tipo de conflito, infelizmente você tem de fazer o uso de força", disse o secretário municipal de Segurança de Mogi das Cruzes, Eli Nepomuceno. O efetivo que foi determinado para dentro do Nogueirão? Para uma partida de dez milhares de torcedores, com entrada gratuita? 40 guardas municipais e 35 soldados da PM! Quantas pessoas foram presas depois de tanta selvageria? Nenhuma... Todo ano, a mesma coisa. A Copa São Paulo serve para a Federação Paulista fazer política. Prefeitos se gabam de levar times grandes a seus estádios ultrapassados. Não há o menor cuidado com a segurança da torcida. Ingenuidade criminosa pensar que só famílias vão assistir aos garotos. O lado podre das organizadas fazem a festa nestes jogos. Sabe que será covardia. Diante de policiais e guardas que não estão acostumados a confrontos. A confusão de 2016 já aconteceu. O policiamento para os próximos jogos será reforçado. Os vândalos não se preocupam.

Vão ter apenas de esperar.

Em 2017 tem mais.

Certeza absoluta.

Resta só esperar a cor de camisa que estarão usando...


Imagens Sportv na Internet



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Jan 2016 12:07:48

Nenhum comentário:

Postar um comentário