segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Jogadores e técnico são obrigados a suportar o retorno de Ronaldinho Gaúcho ao Fluminense. Apenas para o clube receber a cota integral do Florida Cupa. Vexame que o fabuloso jogador conseguiu para constranger seu final de carreira...

Jogadores e técnico são obrigados a suportar o retorno de Ronaldinho Gaúcho ao Fluminense. Apenas para o clube receber a cota integral do Florida Cupa. Vexame que o fabuloso jogador conseguiu para constranger seu final de carreira...




É o ponto mais baixo de uma carreira brilhante, excepcional. Em 2004 e 2005 recebeu, com toda a justiça, a bola de Ouro da Fifa. Era o melhor do mundo, de forma incontestável. Desde então, milionário, escolheu a esbórnia. Não teve paciência e nem orientação para esperar. Se sacrificar pelo menos mais cinco anos na carreira e depois cair na farra, com toda a justiça. "Um gênio. Jogador maravilhoso. Sempre me deu prazer vê-lo em campo. Me encanta. Seu defeito? Ser brasileiro. Tinha de ter nascido argentino." Diego Maradona. "Ele me ensinou muito do que eu sei. Ele mudou a história do Barcelona. Transformou o clube na potência que é hoje. Éramos apaixonados pelo seu futebol." Leonel Messi. "Ronaldinho era fantástico. Esquecia do mundo quando o via jogar futebol." Cristiano Ronaldo. As referências ao excepcional futebol de Ronaldinho Gaúcho são infinitas. Como a enorme decepção velada, que o mundo do futebol prefere não assumir. Não macular tanto tantas jogadas fabulosas. Tantos títulos e prêmios conquistados. Mesmo sabendo que eles poderiam, ser muito, mas muito mais. Só que ele não quis. Preferiu farras que dariam inveja a Calígula. Festas que duravam três dias e noites seguidas. Sempre as organizou nos seus momentos de folga. Companheiro de orgia não entendiam como ele conseguia ir treinar, muitas vezes, "virado", sem dormir.

Apesar do talento incrível e da excepcional resistência física, as noitadas sabotaram sua carreira. A direção do Barcelona percebeu que não valia a pena seguir com ele, apesar de todo o potencial. E o despachou para o Milan, em 2008. Aos 28 anos. Ninguém falava abertamente o motivo. Ele estava sabotando o elenco. Levando companheiros importantes suas "noites brasileiras" em plena Catalunha. Do Milan, ao Flamengo, Atlético Mineiro, Querétaro e Fluminense. Houve momentos de controle. E que resultaram em partidas fabulosas. Principalmente na caminhada atleticana à conquista da inédita e inesquecível Libertadores da América.

Nas Laranjeiras, disputou apenas nove partidas. Não marcou um gol sequer. E virou um mero reserva de um elenco fraco. Diante da desmoralização, preferiu ir embora. Foram apenas dois meses com a camisa tricolor. E desde setembro de 2015, sua vida é só farra. Vivendo como gosta. Com todo o direito. Mas acontece que quando o clube carioca o contratou, atraiu a mídia internacional. E representantes da Disney resolveram transformá-lo na grande estrela do Florida Cup, torneio de pré-temporada nos Estados Unidos. E cartazes já foram distribuídos o mostrando com a camisa do Fluminense. A distribuição das cotas neste torneio é diferente. Não há um valor fixo. Os clubes dividem arrecadação e direito de transmissão. Têm passagens e estadia gratuita nos Estados Unidos. O importante é a divulgação das equipes no Exterior. O Corinthians voltou do torneio de 2015 com R$ 1 milhão. Cada time disputa duas partidas apenas. O torneio é transmitido para 157 países no mundo. No contrato com o Fluminense, os organizadores foram claros. A presença de Ronaldinho Gaúcho nos dois jogos é obrigatória. Ou o clube não receberá sua cota integral. Pode ser cortada pela metade, garantem jornalistas cariocas. Além do principal, não ser convidado para as próximas disputas. Americanos levam muito a sério seus contratos.

O presidente Peter Siemsen foi direto com o Eduardo Baptista. "Ele tem de jogar." O irmão/empresário/dono da carreira de Ronaldinho, Assis, sabe que a participação pode render mais do que dois cachês. Abrir o mercado norte-americano para mais um contrato. E exigiu que o caçula da família atuasse de novo no time que havia desistido. No futebol não há espaço para ressentimento, mágoa. Principalmente envolvendo dinheiro. Baptista não teve outra saída a não ser aceitar a imposição de Siemsen. O elenco não gostou. O time sabe que ficará enfraquecido. Terá um jogador sem competitividade, habilidoso com a bola nos pés. Mas sem explosão muscular e velocidade para colocar em prática o que pensa. Atletas excepcionais, como Maradona, confessavam que esse era a pior das torturas no final da carreira. Pensar e o corpo não conseguir responder ao raciocínio. Mas só um jogador teve a coragem de assumir ser contra o retorno de Ronaldinho. "Sinceramente, acho que não seria bom. O torneio será uma pré-temporada para a gente, não é jogo de apresentação. Seria interessante colocar quem precisa treinar, evoluir. Precisa fazer parte quem vai jogar em 2016". O capitão e maior ídolo do clube também falou em benefício próprio. Ele sabe que Ronaldinho ainda capitaliza a atenção por onde passa. Sem ele, Fred seria a maior estrela do time carioca. Poderia abrir o mercado norte-americano para uma transferência.

Mas perdeu a batalha. Por exigências dos patrocinadores, e como o Fluminense não quer perder um dólar sequer do que pode receber, Ronaldinho será titular já no domingo contra o Shakhtar em Orlando. E na quarta-feira, dia 20, contra o Internacional, em Fort Lauderdale. Não deixa de ser constrangedora a situação. Quem foi melhor do mundo por duas vezes, agora só joga por imposição dos organizadores, por força de um contrato. Se dependesse do seu futebol atual, não faria sequer parte do grupo. No baixo nível técnico do atual futebol brasileiro, atuou e não conseguiu marcar um mísero gol em 2015. Peter Siemsen acalmou Fred. Não há a menor possibilidade de Ronaldinho Gaúcho ser reincorporado ao grupo. E seguir jogando pelo Fluminense. E não é o que Assis deseja.
Ele quer o irmão nos Estados Unidos. Assinando mais um contrato milionário. Daqueles que levam em consideração seu passado. E o irmão caçula, de 35 anos, obedece. Sempre deixando claro que não abre mão de suas farras. Mas isso não é mais problema do Fluminense. Tudo o que a diretoria deseja é receber a cota integral da Florida Cup. E esquecer do seu temporário camisa 10. Esse triste fim de carreira tem um só culpado. Ele se chama Ronaldo de Assis Moreira.

Homem que se contentou com muito pouco para seu gigantesco talento.

E virou uma triste caricatura do genial jogador que encantou o mundo...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 Jan 2016 11:55:12

Nenhum comentário:

Postar um comentário