"Eu quero continuar no Corinthians. Já falei isso mais de mil vezes. Está na mão da diretoria decidir. Por mim eu fico. Me sinto muito bem aqui." "Minha intenção agora é voltar para a Europa. Minha intenção era ir depois do Mundial de Clubes (em 2012). Vim para ganhar e voltar para a Europa. Vieram opções, mas o Corinthians fechou as portas para todos." Qual é o verdeiro Guerreiro? O que realmente o atacante peruano deseja? Onde está o foco do jogador: na Libertadores ou no seu retorno ao continente europeu? Será que disputará sem medo os aguerridos jogos da Pré-Libertadores contra o Once Caldas? Seus empresários já estão negociando com um clube europeu para que ele vá embora "de graça" no meio do ano? Estas são as perguntas que dominam o Corinthians. A revolta já começou na sala presidencial de Mario Gobbi. Ele é brigado com os empresários do jogador: Marcelo Goldfarb, Bruno Paiva e Marcelo Robalinho, sócios da Thinkball. O desgaste aconteceu na negociação envolvendo Dudu. Os agentes deixaram acertados salários e luvas do jogador com o ex-presidente Andrés Sanchez e o candidato Roberto de Andrade. Mas se sentindo desprestigiado, Gobbi recusou a transação. E o atacante foi parar no Palmeiras. A Thinkball publicou uma nota em repúdio à postura do presidente corintiano. "Apenas desejamos ao Corinthians, em nome de sua grandeza e tradição, que o dia 7 de fevereiro (dia da eleição do novo presidente) chegue depressa ante ao processo latente de apequenamento que se dá dia após dia. Aguardamos a entrada da nova diretoria para podermos voltar a sentar à mesa e lembrar que estamos lidando com um clube glorioso e centenário." A convivência ficou impossível. Gobbi quis saber, no ano passado, quanto Guerrero queria para renovar. Seu contrato termina em julho. A partir do dia 15 deste mês ele já pode acertar um pré-contrato com qualquer equipe. E o Corinthians não receberá um centavo. Se for para a Europa, Gobbi não precisa nem ser notificado. Os empresários de Guerrero afirmaram que ele desejava luvas de 7 milhões de dólares, cerca de R$ 18 milhões. Mais salários de R$ 520 mil por um contrato de três anos. O Corinthians concordava com o salário e tempo de contrato. Só que aceitaria pagar, no máximo, cinco milhões de dólares, R$ 12,9 milhões.
Com o desgaste envolvendo Dudu, as conversas ficaram suspensas. Gobbi não quer nem ver o rosto dos empresários do jogador. E orientado por eles, o atacante peruano não negocia sozinho com os dirigentes corintianos. A ordem dos seus agentes é esperar a eleição no clube, dia 7 de fevereiro. E negociar com Roberto de Andrade, favorito à vitória, e muito próximo dos empresários. Há uma certa rejeição a Roque Citani, candidato da oposição. Aos trancos e barrancos, a situação estava sendo suportada. Até porque, nas curtas entrevistas que dava para a imprensa brasileira, Guerrero jurava que desejava seguir no Corinthians. Não aventava a possibilidade de voltar à Europa. Sua fidelidade era exemplar. O que só aumentava a pressão dos conselheiros e membros da diretoria para a renovação. A revelação da entrevista à rádio espanhola pegou todos de surpresa. O constrangimento é geral. Não há como o atacante dizer que foi mal interpretado. Colocar o culpa no jornalista que o entrevistou. Tudo foi gravado. E divulgado. Pior, o atacante deu essa entrevista depois que vazaram rumores que o Hamburgo, sua ex-equipe, estaria interessada na sua volta para disputar a próxima temporada. Ele e seus agentes estariam costurando o retorno para lá. "Paolo Guerrero tem contato com clubes do futebol alemão. Ele quer voltar para lá. Seu contrato termina no meio do ano e há possibilidades de assinar o Hamburgo", disse o ex-jogador Thomas Vogel à revista Bild. Vogel garantiu que trabalha junto com os empresários do atacante. O que foi, a princípio, negado pelos agentes brasileiros. Os jornais do Peru insistem no retorno do jogador à Europa desde a semana passada. Nos últimos dias, o tom de certeza vem aumentando. Enquanto isso, no Corinthians, os boatos de que o clube estaria buscando um substituto para o artilheiro crescem. Nomes são lançados ao ar todos os dias. Vão desde Hernani até Vagner Love. Tudo está muito estranho. Fazendo jogo de cena ou não, o ex-presidente e mentor de Roberto de Andrade, Andrés Sanchez, deu entrevista à rádio Bandeirantes em dezembro. E confirmou que, na opinião dele, Guerrero teria de abaixar sua proposta. Ou então seria melhor liberá-lo.
Tite e Roberto de Andrade são os grandes defensores da permanência do atacante no Corinthians. Pelo menos até ficarem sabendo da entrevista à rádio espanhola. O peruano falou algo completamente diferente do que vem repetindo desde novembro de 2014. E mais: constrangeu o clube quando garantiu que o Corinthians fechou todas as portas para sua volta à Europa. Guerrero foi ainda mais direto em outro trecho da entrevista à rádio europeia. Perguntado se poderia atuar na Espanha e não na Alemanha onde já atuou, o atacante se mostrou muito oferecido. Estaria disposto a jogar em qualquer país europeu. "Qualquer uma dessas ligas são tentadoras. Ainda estou em pré-temporada, estou tranquilo. Há possibilidades. Para mim, é sempre tentador estar em uma liga competitiva." Para os poucos adeptos de Mario Gobbi no Corinthians, a máscara caiu. Para eles ficou claro que Guerrero não tem amor algum ao clube. Pelo contrário. Ele está interessado é em voltar à Europa. Disse com todas as letras que ficou no Parque São Jorge forçado por seu contrato. A entrevista também pegou mal para Roberto de Andrade, Andrés e Tite. Roque Citadini nunca foi apaixonado pelo atacante. Ele terá de se explicar. Ou então assumir que deseja ir mesmo embora do Corinthians. O amor incondicional, de muita gente no Parque São Jorge, ao peruano acabou hoje. Suas palavras podem fazer com que o clube desista até de tentar a renovação de contrato...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 28 Jan 2015 16:04:51
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