quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Logo na abertura, o Paulista de 2015 permite privilégio ao Palmeiras. Ganhou um jogo a mais em casa do que os adversários. Bastou aceitar dividir a renda com o Audax, do esperto Vampeta...

Logo na abertura, o Paulista de 2015 permite privilégio ao Palmeiras. Ganhou um jogo a mais em casa do que os adversários. Bastou aceitar dividir a renda com o Audax, do esperto Vampeta...




A primeira rodada do Campeonato Paulista de 2015 marca os primeiros jogos para sábado, dia 31 de janeiro. Serão três partidas às 17 horas. Rio Claro e Botafogo de Ribeirão, Bragantino e São Bernardo e o encontro mais atraente Audax Osasco e Palmeiras. A tabela divulgada pela Federação Paulista de Futebol no dia primeiro de dezembro era clara. O mando do primeiro confronto de um time grande seria do Audax Osasco. O presidente Marco Polo del Nero, futuro comandante do futebol brasileiro a partir de abril, avisou. O critério técnico seria respeitado. Feliz por vender o naming rights do torneio para uma cervejaria, impôs que, mesmo as equipes na Libertadores usariam a maioria dos titulares. Para garantir audiência à Globo e público nos estádios. O tom de seu discurso é que não toleraria bagunça, confusão. Mas nem o torneio começou e já uma absurda inversão de mando. O Palmeiras ganhou de presente uma partida a mais dos concorrentes em casa. Fará sua estreia contra o Audax Osasco na sua nova arena. Aliás, de presente, não. Ao módico preço de 50% da renda líquida. O clube que pertence ao Bradesco usou um artifício do regulamento. A equipe, que pertencia ao Pão de Açúcar, está registrada em São Paulo. E não em Osasco. "Por isso juridicamente não há inversão de mando. Somos de São Paulo e escolhemos o estádio que queremos usar na capital paulista. Escolhemos a arena do Palmeiras. Eles estão com o time novo, a torcida empolgada. Dividiremos a renda. E com a nossa parte, vamos dar à Federação Paulista os R$ 800 mil que ela cobra para que mudemos o nosso registro para Osasco. Não há nada de irregular", explica o ex-jogador Vampeta, presidente do Audax Osasco. Vampeta continua muito esperto, inteligente. Sabe que na prática é uma desmoralização do torneio. Nem o campeonato começou e o Palmeiras ganha a vantagem de ter uma partida em casa a mais que os rivais. "Olha, se o Audax fosse enfrentá-los em Osasco, Brasília ou Miami, o favoritismo seria deles. Então, está tudo certo. Não tem favorecimento algum."

O acerto começou com a divulgação da tabela, no ano passado. Vampeta teve o lampejo e procurou Paulo Nobre. Ofereceu a inversão de mando. Queria 100% da arrecadação. Empolgado, o dirigente disse que o acordo seria fechado. Mas depois de pensar, enviou uma contraproposta. 50% da arrecadação líquida ao Audax. O clube de Osasco aceitou na hora. A capacidade do estádio palmeirense é de 43.600 torcedores. A Federação Paulista de Futebol homologou a mudança. Mesmo com todos os dirigentes sabendo do absurdo. Na prática, a mudança é ótima para o torneio. Com as inúmeras contratações palmeirenses e a chegada de um novo técnico, a moderna arena deverá estar tomada. O que será excelente cartão de visitas para o torneio. "Olha, se eu pudesse faria um acerto. O Audax jogaria suas partidas contra Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos e Ponte Preta na casa do adversário sempre. E dividiria a renda. Seria ótimo financeiramente. Porque o Paulista sem os grandes é A2 (Segunda Divisão Paulista). Não dá para comparar demais os adversários. Precisamos de dinheiro para sobreviver. Como a maioria dos clubes que disputa o Paulista, atuamos só três meses no ano. E precisamos arrecadar", assume o ex-jogador. A participação do Audax Osasco já é controversa. O Audax pertencia ao Pão de Açúcar. O time havia conseguido a classificação para disputar a elite do futebol paulista. Como o grupo francês Cassino comprou o Pão de Açúcar, virou dono do Audax paulista e do Audax carioca. Não desejava seguir com os clubes e os vendeu para o Bradesco. A negociação aconteceu no final de 2013. Na prática, o Osasco acabou "comprando" uma vaga no Paulista de 2014. Ninguém reclamou. Muito menos a FPF. E a vida seguiu. "O senhor Mario Teixeira (presidente do Bradesco) evitou que mais um clube desaparecesse do cenário do futebol brasileiro. Foi ótimo para o futebol essa negociação", elogiou Vampeta na rádio Transamérica, fazendo questão de não se aprofundar na questão da "compra da vaga". Tentava esquecer a estratégia adotada em 2014 para tentar levar torcedores ao estádio José Liberatti. Com capacidade para 11.780 pessoas, os jogos com os pequenos eram um tormento. O próprio Vampeta fez questão de distribuir ingressos gratuitamente para quem se dispusesse a ver os jogos. Contra o Bragantino, por exemplo, nem 900 pessoas foram ao confronto. Mesmo com as entradas sendo dadas pelo ex-ídolo corintiano. O que Vampeta deseja é aproveitar esses nove dias que faltam para o jogo no novo Palestra Itália. E chamar a torcida do Palmeiras. Quer o estádio do adversário cheio para o jogo do dia 31. Quanto mais torcedores mais dinheiro para o Osasco Audax. A pura e simples inversão de mando, uma injustiça técnica absurda, não interessa. E assim vai começar o Campeonato Paulista de 2015...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 22 Jan 2015 09:55:20

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