sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Os milhões e a badalação que o Corinthians e a Nike desperdiçaram com Pato. Essa a grande motivação de Paolo Guerrero não baixar um centavo no pedido de sua renovação. Ou recebe ou vai embora...

Os milhões e a badalação que o Corinthians e a Nike desperdiçaram com Pato. Essa a grande motivação de Paolo Guerrero não baixar um centavo no pedido de sua renovação. Ou recebe ou vai embora...




Demorou. Foram exatos dois anos, mas finalmente Pablo Guerrero teve a oportunidade. Trouxe a público de maneira cifrada, o que só os jogadores que estavam no Corinthians em janeiro de 2013 sabiam. O grande motivador para que não baixe a sua proposta de R$ 18,6 milhões em luvas e R$ 520 mil mensais. Para renovar por três anos. "Vou ser claro. O que estou pedindo está dentro das possibilidades do Corinthians. Não quero falar de outros jogadores que chegaram e, infelizmente, não jogaram. O Corinthians pagou um monte de dinheiro por eles. E não jogaram", repete, firme, irritado. Quem alimenta a firmeza e a ira do peruano, sem sequer imaginar, está no Morumbi. E atende pelo nome de Alexandre Pato. Atual reserva de Luís Fabiano, veterano jogador de 34 anos. Podendo ficar na reserva do reserva Jonathan Cafu, que tem empolgado Muricy. A raiva de Guerrero tem a cumplicidade em vários jogadores que estavam no Parque São Jorge já dois anos. O time havia acabado de conquistar o título mundial de clubes. Já tinha vencido pela primeira a Libertadores da América em 2012. A campanha havia sido fantástica. Mas a patrocinadora Nike via uma falha insuperável no elenco. Para os executivos da empresa, faltava uma grande estrela internacional. Capaz de vender muitas camisetas. E divulgar ainda mais o nome do Corinthians no Exterior. Principalmente na Europa, Estados Unidos e mercado asiático. Havia um atleta "Nike" que estava à mão. Alexandre Pato estava disposto a deixar o Milan. Assim como o clube italiano, como se descobriu depois, a se livrar do seu inconstante atacante. Se acreditava na época que o grande problema do jogador eram suas contusões musculares. Teve 16 delas nos cinco anos que jogou pelo Milan. O atacante tinha o sonho de disputar a Copa do Mundo de 2014. Tinha certeza que em um clube com grande apoio popular no Brasil, seria uma facilidade. Além disso, o potencial da equipe o "carregaria nas costas". Ser garoto propagada era com ele mesmo. Faria todas as campanhas sem problema algum. A transação foi a maior da história no Brasil. Nenhum clube nacional havia pago tanto, 15 milhões de euros, na época, R$ 43 milhões, por um jogador. O acordo foi selado por quatro anos. Pato receberia R$ 800 mil mensais. Mais R$ 40 mil de auxílio moradia. E as luvas foram 40% dos direitos que passaram a ser do atacante. Ou seja, R$ 16 milhões. A contratação de Pato arruinou o ambiente no Corinthians. Primeiro porque Tite não pediu o jogador. Muito pelo contrário, não o queria. Tinha certeza que seu problema maior como jogador não estava nas contusões. E sim na bola. Analisando jogos do atacante pelo Milan, viu sua dificuldade extrema em dominar, tabelar, se infiltrar. E mesmo finalizar. Não tinha o potencial finalizador que precisava. Avisou a diretoria. Mas a contratação estava consumada. O clube não iria brigar com quem tem contrato até 2025, recebendo R$ 30 milhões até 2022 e R$ 40 milhões nos três últimos anos. Aceitou o atleta.

Alexandre Pato já chegou ganhando mais do que todos. A começar por Tite. Ele recebia R$ 500 mil. Mas foi entre os jogadores, a revolta. Afinal, eles haviam acabado de se tornarem campeões mundiais e só se falava no jogador que chegava do Milan. A raiva iria aumentar quando souberam quanto dinheiro iria para o seu bolso. No Morumbi, Alexandre Pato não escondeu que nem pensa em voltar ao Parque São Jorge. Nunca teve bom ambiente com os atletas corintianos. Nem mesmo com Tite. O atleta sabia que ele não o queria. Assim como a torcida. Não esquece o coro ameaçador de torcedores na invasão ao CT em 2014, prometendo que se o achassem, quebrariam suas pernas. Essa atitude foi a motivadora de sua troca de clube. Emerson Sheik já foi citado por Pato em várias conversas na concentração são paulo. Foi quem mais o rejeitou. O veterano atacante recebia, na época, R$ 350 mil, nem a metade do recém-chegado. Mas não era só ele quem ganhava esse dinheiro. E estava ressentido com a valorização do ex-jogador do Milan. Paolo Guerrero embolsa, revoltado, até hoje R$ 350 mil. O atacante que marcou os gols que deram o título mundial ao Corinthians. E que se manteve titular desde que foi contratado. O peruano tem um ego gigantesco. Ele é a maior estrela do futebol peruano. Ele é perseguido por paparazzi em Lima. As televisões de lá imploram para que participe de programas durante suas férias. É garantia de audiência. Completamente tatuado, adora se expor em fotos. Namora artistas. Mesmo jogando mal demais, Pato estava em todas as campanhas publicitárias do Corinthians. O que só irritava a todos. Eles não se conformavam. Haviam conquistado a desejada Libertadores e o Mundial. Mas os méritos acabaram caindo no colo de quem não chutou uma bola pelo clube em 2012.

Sheik conseguiu renovar seu contrato e teve o aumento que pretendia. Passou a ganhar R$ 500 mil mensais. Guerrero ousou pedir um reajuste. Ouviu um sonoro não. Diante da dura negativa de Gobbi, disse que iria esperar. Enquanto aguardava, teve o seu pescoço apertado por um integrante da torcida organizada corintiana, na famosa invasão ao CT no ano passado. Invasão filmada, com os invasores identificados. E ninguém foi preso. Nem o "estrangulador" do peruano. Guerrero esperou. E agora, junto com seus representantes, está tratando o Corinthians de maneira profissional. Do mesmo jeito que foi tratado. Ele quer ser valorizado. Tendo como parâmetro os R$ 43 milhões que o clube pagou por Alexandre Pato. Mais os 40% de luvas, correspondente a R$ 16 milhões. O salário de R$ 800 mil que, mesmo no São Paulo, obriga a diretoria a desembolsar a metade, R$ 400 mil para atuar no rival. E ainda pagar R$ 40 mil como auxílio-moradia. Por isso que o peruano não cede. Não quis nem saber da proposta de quatro milhões de dólares, cerca de R$ 10,6 milhões. Não se alterou quando ela passou a cinco milhões de dólares, R$ 13,3 milhões. Ele quer R$ 18,6 milhões. E mais R$ 520 mil a cada trinta dias nos próximos três anos. Mario Gobbi que recusou o aumento já pedido no ano passado, disse que não negocia mais com Guerrero. Se dependesse do atual presidente, o atacante poderia ir embora em julho. Roberto de Andrade, candidato de Andrés Sanchez, e favorito à sucessão de Gobbi não concorda. Quer segurar o peruano alegando que ele é o maior ídolo corintiano.

Nunca ficou claro aos dirigentes e aos torcedores porque Guerrero era tão firme na pedido. O seu desejo vai além de querer ter um final de carreira confortável. Ele também está se vingando por ter sido tão desvalorizado quando havia acabado de ser campeão mundial. Feito os gols que deram as vitórias corintianas no Japão contra o Al Ahly e o Chelsea. Engoliu em seco ser passado para trás por Alexandre Pato. O viu fazer todas as campanhas publicitárias possíveis. E ganhar mais do que o dobro do seu salário. Mas o tempo passou. A hora é sua. De cobrar juros e correção monetária da raiva, do ressentimento que passou. Por isso sua retórica e lógica são simplórias. Se o Corinthians pagou, e paga, tanto por um atacante que nada fez, ele quer ser valorizado. Por isso não aceita reduzir sua pedida. Sabe muito bem que há clubes e rivais do Corinthians que podem pagar o que está pedindo. A partir de 15 de julho, estará livre. Para sair do Parque São Jorge sem render um centavo. Com a possibilidade de atuar até de verde, no Palestra Itália. O Corinthians e a Nike que fiquem com o seu "querido" Alexandre Pato, com quem tem contrato até dezembro de 2016. E o obriguem a jogar no time que ele jurou não atuar nunca mais...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 30 Jan 2015 12:18:14

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