quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Até que enfim acaba 2014. O ano que o futebol brasileiro olhou no espelho. E viu o quanto parou no tempo. Feliz 2015 a quem puder...

Até que enfim acaba 2014. O ano que o futebol brasileiro olhou no espelho. E viu o quanto parou no tempo. Feliz 2015 a quem puder...




Último dia de 2014. Ano tão esperado, desejado para o futebol brasileiro. Depois de 64 anos, a Copa do Mundo voltava ao país. A Fifa não tem do que reclamar. Todos os sustos que Blatter e Valcke passaram com o improviso, a demora criminosa na finalização dos estádios compensaram. Foram R$ 4 bilhões livres de impostos para os cofres da Suíça. Misturando Exército, Marinha, Aeronáutica, Forças Especiais, Polícias Militar e Civil, Dilma Rousseff gastou só com a segurança R$ 2 bilhões. Os traficantes sumiram, como por encanto. Os turistas aproveitaram. Eles acreditaram estar no paraíso. Dentro de campo ficou escancarado o nosso atraso. A mediocridade da preparação, da estratégia. A Seleção dependente de um garoto de 22 anos. Ficou claro também o feitiço da mídia massacrante se virando contra o feiticeiro. Com uma programação ensandecida, a Globo, parceira da Fifa, estimulou o quanto pôde a Copa. Vendeu a falsa imagem que o Brasil seria campeão. O Jornal Nacional chegou a dedicar 90% de seu tempo ao Mundial. Os torcedores que foram levados no embalo foram acordados no Mineirão. A vitória por 7 a 1 da Alemanha foi um tapa na cara. Um choque de realidade. Finalmente as descontroladas lágrimas do time de Felipão e Parreira se justificaram. Cobri a minha sexta Copa do Mundo em seguida. Recebi muitas críticas de leitores iludidos. O mínimo que ouvi foi que eu tinha "complexo de vira-lata". Isso porque nos posts mostrei a pífia preparação. A falta de privacidade nos treinos da Seleção, a única entre todas as 32 que disputaram a Copa a não fazer sequer um treino secreto. Para não desagradar a Globo. Denunciei a dependência de Neymar, a falta de um plano B, em caso de ausência do jogador. O descontrole emocional do time, que chorava até em tiro de meta. Luciano Huck estragando aquecimento da Seleção. Mumuzinho, humorista do programa Esquenta!, abraçando jogador em pleno coletivo. Felipão fazendo cara de paisagem. Marin chegando de helicóptero na Granja Comary jurando que o título estava garantido. Revendo tudo o que aconteceu há menos de seis meses é revoltante. Mas a Copa ficou para a história. Como também 2014. A "revolução" terá de ser mesmo com Dunga. Quero agradecer muito a companhia, os acessos durante durante mais este ano. No Mundial, o blog foi teve mais de quatro milhões e meio de visitas. Muito obrigado pela confiança... Faço questão de não deixar uma, mas as duas matérias que considerei mais significativas no ano. As duas se convergem. A primeira preparou o terreno para a segunda. Apenas uma semana, sete dias, as separaram. O incrível é que parece que as escrevi há anos... Foi o sexto da existência do blog. O quinto pelo R7. Quero desejar a todos os leitores e cúmplices um excepcional 2015! Com muitas realizações e sem tantas desilusões. Este ano que acaba já bastou. Grande abraço aos amigos. E aos inimigos... Cosme Rímoli... "O Fracasso da Reunião Entre Felipão e Seus Jornalistas de Confiança – Expôs Ainda Mais Seus Jogadores, Mostrou Sua Falta de Convicção Tática, Levantou Suspeitas Sobre a Fifa. Vários Tiros No Pé…

Teresópolis... Primeiro de Julho de 2014 A conta é simples. Há mais de 700 jornalistas credenciados. Felipão resolveu falar com seis. Escolheu a dedo para quem se queixar. Mais que os "eleitos", ele queria os veículos de comunicação. Seu assessor pessoal de imprensa, que só está na Copa com o crachá da Sportv - empresa da Globo -, tratou de ir atrás desse seleto grupo que tem o coração de Felipão. E os pegou sem a menor discrição. Os arrancava de onde conversavam com outros jornalistas. Puxava pelo braço. Dizia: "Vem, vem". Quando em uma Copa do Mundo se é arrastado pelo assessor de imprensa do treinador da Seleção, não se recusa. Fernandinho Fernandes da TV Bandeirantes, Oswaldo Paschoal da Fox e Rádio Globo, Juca Kfouri do UOL, Folha, ESPN e CBN, Luis Antonio Prósperi, do jornal Estado e PVC da ESPN. A situação foi surreal. A conversa poderia ter sido combinada de maneira discreta. Mas foi acintosa, querendo mostrar quem importava para Felipão entre as sete centenas de jornalistas na Granja Comary. Deu margem a se acreditar que o resto não conta. Depois de 20 minutos de conversa, o assessor busca alguém do Rio de Janeiro, do jornal O Globo. Foi cômica a cena. Maurício Fonseca se recusou a ir. Disse que a reunião já havia começado há muito tempo. O repórter Carlos Eduardo Mansur aceitou pegar a conversa na metade. A estratégia não foi inédita. Em 2006, encurralado pelas críticas para a Seleção Brasileira, Parreira convocou também seis jornalistas com quem tinha bom relacionamento, e seus veículos, influência. Há muita chance de a ideia ser de Parreira para este encontro. Tudo a partir daí ficou confuso para os próprios jornalistas. Encontraram Felipão, Murtosa e Parreira tensos. Com o trio pedindo palpites sobre o que estava de errado na Seleção. E o porquê de tanta cobrança. Cada convidado deu a sua versão. Os jornalistas insistiram sobre o nervosismo do time. A falta de variação tática do time. Avisaram que o Brasil não era mais surpresa para nenhum adversário. E que era preciso parar com o choro dos atletas, que passava a imagem de descontrole, fraqueza.

Depois ouviram várias revelações que deveriam ser íntimas. O treinador disse que suas duas pilastras do time estão abaladas demais emocionalmente: Neymar e Thiago Silva. O questionamento já começa aí: por que expor peças tão fundamentais? Afinal, era para manter segredo ou não. Dez minutos após a reunião, já estava em site o eixo central da conversa. Foi o sinal para o sexteto começar a trazer tudo à tona. O que ganhou Felipão dizer que Thiago Silva não quer ficar marcado como capitão derrotado? E que carrega essa pressão desde a derrota do Brasil na Olimpíada de Londres? Isso não vai motivar o jogador. Só serviu para lembrar os 694 jornalistas excluídos que o capitão da Seleção é uma pessoa já traumatizada. E por isso rezou, chorou e pediu para ser o último a cobrar pênaltis, depois de Julio César. Por medo de errar. Dizer que ele e Neymar "viraram o fio" emocionalmente é também expor o melhor jogador brasileiro. Permite a leitura que o camisa 10 de 22 anos não tem maturidade suficiente para a responsabilidade que exerce no time. Ou seja, as duas colunas do time não são sólidas. Mais, Felipão teria dito que se pudesse, faria uma troca no time. Chamaria outro jogador que deixou de fora na lista dos convocados. Lucas? Ganso? Pato? Kaká? Alan Kardec? Imaginar o arrependimento fica por conta de cada um. Mas há o outro lado. Que jogador é um peso morto entre os atuais 23? Alguém deveria sair para Scolari fazer a tal troca que não pode fazer. E aí, quais são os candidatos? A revelação é uma insanidade. Só traz mais insegurança a um grupo tenso demais.

Como não poderia deixar de ser. Houve a lembrança por Murtosa que a imprensa brasileira só gosta de falar do pênalti (simulado) de Fred. E despreza, por exemplo, a revelação de Robben. Ele teria cavado uma penalidade para a Holanda contra o México. Murtosa não percebe que os 700 jornalistas que estão na Granja Comary estão para cobrir a Seleção. Não a holandesa. Muito menos vai escrever, falar sobre algo que não existiu. Como o pênalti que o Brasil ganhou de presente contra a Croácia. De acordo com quem esteve na reunião, Felipão cruzou outra fronteira perigosa. Teria dito que a Fifa não tem interesse nenhum em que o Brasil conquiste a Copa do Mundo agora. Nada de hexa. O país ficaria com muito mais conquistas que os rivais. Tudo ficou muito no ar. Quer dizer que, alguma vez, a Fifa teve interesse em ver a Seleção campeã? E o Brasil que se prepare porque será prejudicado pela arbitragem? Que tipo de vantagem um treinador campeão do mundo tem ao revelar seu medo mais profundo? Só traz mais pressão às arbitragens nesta reta final do Mundial. Segredo que deveria ficar na concentração brasileira. Não ser publicado em jornais, falado em televisões, rádios, Internet. Aí chega a vez de Felipão deixar no ar que pode fazer uma mudança no sistema tático contra a Colômbia. Talvez colocar um terceiro zagueiro. Das duas, uma: ou ele quer confundir o técnico José Pekerman dando uma pista falsa e enganando os seis jornalistas... Ou até pior. Felipão não tem convicção no seu sistema. E está anunciando em praça pública que vai fazer uma mudança profunda. Alterar a maneira de jogo que utiliza há mais de um ano. A três dias do confronto que vale a vaga para a semifinal da Copa. Pensa em Dante e adiantar David Luiz para fechar o setor de James Rodríguez.

Deixa claro que desperdiçou semanas em que poderia treinar um sistema tático diferente. Mas preferiu fortalecer fundamentos. Chutes a gol para jogadores que disputam a Champions League. Ensinar a bater na bola não é a prática mais correta a um time que disputa a Copa do Mundo se autoproclamando como favorito.

Todas essas revelações ao sexteto na verdade só fragilizaram a figura do treinador. O comandante do pentacampeonato em 2002 parece perdido. Não tem certeza do que faz. Precisa não só do apoio da imprensa. A quer como cúmplice em uma eventual derrota.

Felipão expôs seu grupo de atletas e a sua falta de convicção. Conseguiu ainda ter o ressentimento de 694 jornalistas, os excluídos. Deixou claro que a cobertura da Seleção tem castas, como o regime indiano.

Os seis escolhidos seriam os Brâmanes, os sacerdotes com maior sabedoria. Representantes da classe mais elevada da sociedade e que nasceram sobre a proteção do deus Brama.

Do outro lado da base da pirâmide social, os 694, estão os párias. Os excluídos da sociedade. Aqueles que não merecem a sabedoria. Os convidados não têm culpa. Ninguém recusaria o chamado. Triste é a postura amadora de uma Comissão Técnica que foi duas vezes campeã do Mundo, com Parreira e Felipão. Expôs as mazelas do time e a falta de certeza que poderá cumprir a promessa de fazer esse time campeão do mundo.

E mais. Em vez de aproximar a imprensa da Seleção, conseguiu o contrário. O clima de revanchismo dos jornalistas aumentou e muito na Granja Comary. Se esse time não cumprir a promessa de ser campeão do Mundo, Felipão vai perceber o que fez..."


"O Maior Vexame da História do Futebol Brasileiro. A Seleção Pagou o Preço do Amadorismo Com Que se Preparou Para a Copa. Derrota Por 7 a 1 para a Alemanha. Que Comece Logo o Novo Ciclo…"

Mineirão...8 de Julho de 2014...


Acabou da pior maneira o sonho de hexacampeonato. Uma tragédia que ficará para a história do futebol brasileiro. Mostrou a diferença entre um time treinado, organizado, consciente. Contra outro improvisado, desorientado, infantilmente montado. Em 28 minutos de jogo, já perdia por 5 a 0 no Mineirão. A inesquecível goleada merece ser batizada de Mineirazo. 7 a 1 foi pouco.

Depois do terrível vexame, o time disputará o terceiro lugar, sábado em Brasilia, contra o perdedor de Argentina e Holanda.

Não se promete nunca que um time será campeão de um torneio. Quanto mais bater no peito e jurar que o Brasil iria ganhar a Copa. O vexame é muito maior por causa das juras de Felipão, de Parreira. Marin previu, viria o inferno se o Brasil perdesse. Ele veio!

Nada foi por acaso. O Brasil ficou de joelhos taticamente para a Alemanha. Felipão fez exatamente tudo o que Loew queria. Sem Neymar, seu jogador capaz de mudar o rumo das coisas, o treinador brasileiro fez a mais insólita, pior aposta. Escolheu Bernard, o pior jogador nos treinamentos em Teresópolis.


O técnico brasileiro fez de conta que esqueceu todo o espaço que a equipe deixava. Os desacertos que levaram o time a passar sufoco contra a Croácia, México, Chile e Colômbia. Não levou em consideração a força do adversário.

Muita gente esperava que Felipão fosse Felipão. Montasse uma equipe com três volantes, vibrante, guerreira na marcação. Mas, não. Optou pelo pelo sistema de um ano atrás, que venceu a Copa das Confederações. E sem seu o melhor jogador e capitão. Pediu pela decapitação.

Pagou caro e fez a torcida chorar. A equipe desmoronou de maneira inédita na sua história. Primeiro tomou um gol de escanteio por pura falta de atenção. Kross cobrou escanteio e Müller, livre, tocou para as redes. 1 a 0, Alemanha aos 10 minutos de jogo.

O time entrou em pane. Percebeu o quanto não tinha repertório para escapar da marcação forte firme, os espaços preenchidos. Era como um grupo de dente de leite perdido diante de uma equipe adulta. A estratégia tem esse poder. Não importa músculos, raiva, aspecto emocional ou entrar em campo para tentar homenagear um colega contundido.

Em 17 minutos o Brasil tomou mais quatro gols. Era como se os alemães fizessem um coletivo. Tocavam a bola e desciam em bloco. Diante de uma equipe anestesiada, pedindo clemência. Algo que a Alemanha, para o bem do futebol, não teve.

Os gols foram de dar pena do Brasil. O pais pentacampeão do mundo, aceitando que os alemães trocassem bola dentro de sua grande área. Até cansar e fuzilar um atônito Júlio César. O goleiro com os olhos esbugalhados ia tomando os gols e sofrendo.

Klose marcou o segundo aos 22 minutos e se tornou o maior artilheiro em Mundiais. Chegou a 16, passando Ronaldo, com 15. Mas viriam outros mais. Dois minutos depois, Kroos completou livre cruzamento de Lahm. 3 a 0 aos 24 minutos.

Felipão continuava de braços cruzados. Estava evidente que a goleada seria humilhante. Tinha de agir. Fechar o meio de campo. Torcedores e jornalistas imploravam para que colocasse mais um volante, tomasse alguma atitude. Mas, não. Ele continuou impassível.

Melhor para a Alemanha. Não iria desperdiçar a chance de fazer história. Ainda mais diante de um adversário tão tradicional. Foi assim que Khedira roubou a bola de Fernandinho e tocou para Kross marcar o 4 a 0.

Mas viria ainda mais. Khedira tabelou com Özil e fez como quis 5 a 0. Foram 28 minutos de pesadelo. Com um placar tão largo, os alemães perderam o interesse pelo jogo. Passaram a tabelar, se poupando. Sabiam que já estavam na final da Copa do Mundo.

Enquanto isso nas arquibancadas, só choro, raiva, tristeza. O time de Felipão era xingado, vaiado. As lágrimas logo viraram coro contra Dilma, contra Fred.

O Brasil pagava o preço por sua soberba, por acreditar ter um potencial maior que jamais teve. Por se deixar levar pela politicagem da CBF. A entidade ofereceu a pior concentração entre as 32 seleções. A granja Comary onde o treinamento secreto não existe. Enquanto os alemães construíram seu bunker inexpugnável na Bahia. Organização vergonhosa.


O que se viu em campo era o resultado das invasões de Luciano Hulk depois do aquecimento. Mumuzinho entrando para abraçar Neymar durante o primeiro coletivo. As informações como escalação da Seleção sendo anunciadas no Jornal Nacional para Patricia Poeta. A parceria com a TV Globo foi um dos grande motivos do desastre.

A emissora que tem o monopólio do futebol no Brasil fez questão de passar a imagem de uma seleção imbatível. Iludiu a população. Atrapalhou o quanto pôde e o quanto não pôde. Tudo por conta de Marin, que desejava ficar bem com a emissora.

O amadorismo na preparação seria pago da maneira mais cruel possível. Os alemães que não tinham nada a ver com a manchete do Jornal Nacional, continuavam a jogar sério, mostrar sua preparação séria para tentar ganhar a Copa.

Felipão tirou o inútil Hulk e o inseguro Fernandinho. Colocou Ramires e Paulinho. Loew tratou de mandar seu time diminuir o ritmo. Já não precisava se esforçar para marcar tão forte na intermediária brasileira. Bastava tocar a bola e deixar o tempo passar.

Mas o Brasil tentava descontar. E não havia mais o menor desenho tático. Lembrava time de várzea, não a grande seleção pentacampeã mundial. O jogo parecia que durava horas. E lógico, tudo que estava péssimo ficaria muito pior.


Aos 23 minutos, Lahm serviu Schürrle que, livre, fez 6 a 0. Dilma e Fred foram novamente xingados. O time brasileiro não tinha força nem para fazer faltas, dar pontapés, fazer qualquer coisa. Os jogadores tomavam a maior goleada na história moderna da Seleção e se comportavam como garotos assustados.

Viria ainda o cruel 7 a 0. Schürrle acertou um chute maravilhoso. A bola tocou no travessão antes de entrar no gol do humilhado Júlio César. Era o inacreditável. A maior goleada da Copa de 2014. Nunca a Seleção havia perdido por uma diferença tão grande em nenhum dos Mundiais, desde que eles começaram em 1930.

Oscar ainda conseguiu marcar um gol diante dos alemães saciados. A torcida mineira, ironizou o gol. Gritava "Eu acredito!, eu acredito!"

Terminava de maneira vergonhosa a caminhada pela vingança de 1950. Diante do que aconteceu aqui no Mineirão, aquele 2 a 1 diante do Uruguai não é motivo para tristeza. Deu até saudade. Perder de 7 a 1 em uma semifinal de Copa do Mundo é inaceitável.

Que um novo ciclo comece logo. Esse acabou. Premiando todo o amadorismo da preparação. Nada foi por acaso. Diante da primeira grande força que o Brasil encontrou nessa Copa foi humilhado. Com toda a justiça. 7 a 1 foi até pouco demais. Que comece logo o novo ciclo..."



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 31 Dec 2014 10:28:25

Nenhum comentário:

Postar um comentário