quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Os escândalos no São Paulo não param. Namorada do presidente tem comissão de 20% do clube. Base em Cotia superlotada. Guerra entre Aidar e Juvenal envergonha o futebol brasileiro...

Os escândalos no São Paulo não param. Namorada do presidente tem comissão de 20% do clube. Base em Cotia superlotada. Guerra entre Aidar e Juvenal envergonha o futebol brasileiro...




Foi as mãos de Juvenal Juvêncio que reconduziram Carlos Miguel Aidar à presidência do São Paulo. O filho de Henry Aidar voltaria à presidência do clube. Era uma retribuição de Juvenal a "Carlinhos". Quando comandou o clube entre 1984 a 1988 foi Carlos Miguel quem lhe colocou no futebol profissional. Era a hora de tornar real o agradecimento. O empenho de Juvenal não teve limites. Ele está enfrentando um terrível tratamento de câncer de próstata. Vários dias saiu do hospital e foi fazer campanha por Carlos Miguel. E conseguiu fazer o seu sucessor, sem eleição. O candidato da oposição, Kalil Rocha Abdalla, desistiu. Percebeu que não teria chances de vitória. Mas mal Carlos Miguel venceu, ele se voltou contra Juvenal. A raiva teria origem no fato do ex-presidente não proteger sua filha, Mariana Ferri Aidar. Ela é agente Fifa. E foi nomeada com assessora do presidente. A oposição questionou muito a nomeação. Juvenal se calou. Mariana deixou o cargo que nunca deveria ter exercido. Mas Aidar se vingou do seu mentor. Pagar bicho em dinheiro, no vestiário, em saquinho de pão? Acho que não dá mais. Dirigir o clube em duas, três pessoas... O jeito de ele gerir é ultrapassado. "Viagens para diretores, conselheiros, passagens, hospedagens. Eu vendi 20 carros. Serviam pra quê? Para buscar pessoas. Diretor com carro e motorista por conta do clube. Meu carro está aí na porta, eu dirijo meu carro. O São Paulo parou no tempo. "Encontrei o São Paulo muito pior do que imaginava, acostumado a benesses, com pessoas acostumadas a vantagens. Era comum ver diretor andando pelo clube com pacote de ingressos na mão para show, para jogo, distribuindo para sócios. "A base deveria produzir mais jogadores. A base meio que se isolou do São Paulo. Quando assumi, tinha 320 meninos. Cortei para 240. E vai ficar entre 150, 160."

Juvenal não esperava o ataque e resolveu se afastar do clube. Até porque enfrentava os efeitos da quimioterapia. Respondeu com uma carta questionando as dívidas apontadas por Carlos Miguel. Vários conselheiros ligados ao ex-presidente se afastaram da diretoria em solidariedade. Quando pôde falar, Juvenal foi até a Fox Sports e mostrou todo seu arrependimento por ter apoiado Carlinhos. O ex-presidente enfrentou os médicos para dar a entrevista ao vivo. Acabou passando mal, vomitando em pleno programa. Uma cena lamentável em todos os sentidos. Houve um armistício enquanto o clube lutava por uma vaga pela Libertadores. Assim que conseguiu, novos ataques. E informações de bastidores dos dois lados. Com a nítida intenção de desmoralizar. O trabalho de Cotia teria gastos absurdos, inexplicáveis. A nova diretoria estava interessada em modernizar o Morumbi por um custo sem justificativa. De repente, o São Paulo se tornou um clube repleto de fofoqueiros. Mas guerra é guerra. E ela continuou, agora que o Brasileiro acabou. "O Juvenal trouxe um monte de porcarias para o clube: Cañete, Pirulito, Cortez… Além disso, renovava contratos dos meninos da base pagando muito salário, muita luva. Ele não estava nem aí para as finanças do clube. E a dívida foi crescendo. Faltou planejamento, que é o que estamos mudando agora", disse Carlos Miguel ao Estado. Juvenal devolveu na mesma moeda. "Está irreconhecível. E não estou excluindo minha responsabilidade, mas ele me traiu e deu um golpe nos eleitores. Disse numa reunião de diretoria: "eu estou aqui posto pelo Juvenal Juvêncio". Ele tem de ir embora. Eu não fiz absolutamente nada e ele tramava dia e noite contra mim. Qual é a legitimamente de um cara que não sabia onde ficava o portão 7 do Morumbi? Se tivesse autocrítica deveria dizer: "eu traí meus eleitores, por isso vou embora". A legitimidade política do Carlos Miguel acabou. Ele tem apenas legitimidade jurídica."

O que já estava absurdo ganhou novo capítulo. Aliados de Juvenal afirmaram que a empresária Cinira Maturana foi a responsável pela troca da fornecedora de material esportivo do clube. A saída da Penalty para a entrada da Under Armour. Uma transação que envolve milhões de reais. Aidar nega a participação de Cinira nesta transação. Porém confirma que ela negocia em nome do clube. E vai além. Ela terá 20% de comissão nas transações que conseguir fechar envolvendo o marketing do São Paulo. Mas quem é Cinira? É a atual namorada de Carlos Miguel Aidar, como foi revelado na reunião do Conselho Deliberativo, na última segunda-feira. O presidente confirma a informação. E garante que não há nada de ilegal nisso. Mas é absolutamente imoral. Namorada do presidente podendo receber comissão dos negócios do São Paulo. Filha, agente Fifa, como assessora. Ex-presidente pagando premiação com dinheiro em saco de papel no vestiário. 320 meninos na base, quando 160 dão e sobra. Conselheiros usando 20 carros pagos pelo clube. As vísceras do São Paulo Futebol Clube estão expostas. E não são nada bonitas de admirar. Muito pelo contrário. Não há nada de modernidade. Está na hora dos conselheiros independentes e sócios deixarem a letargia. E cobrar de verdade. Estes escândalos não podem ser colocados embaixo do tapete. São vergonhosos demais. Até para o triste futebol brasileiro...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 17 Dec 2014 11:39:32

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