terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Paulo Nobre implodiu o Palmeiras. Mandou embora Dorival, Brunoro e Omar. Quer comando novo no futebol: Alexandre Mattos. Tentará Mano Menezes. Oswaldo de Oliveira é opção...

Paulo Nobre implodiu o Palmeiras. Mandou embora Dorival, Brunoro e Omar. Quer comando novo no futebol: Alexandre Mattos. Tentará Mano Menezes. Oswaldo de Oliveira é opção...




"Dorival Júnior será o técnico do Palmeiras no Campeonato Paulista de 2015." Essa era a resposta padrão de Paulo Nobre ao ser confrontado sobre a permanência ou não do treinador no próximo ano. Ele falava não como um bilionário palpiteiro, mas como o presidente da Sociedade Esportiva. Garantiu nas rádios, na tevê, nos portais. Sua falta de convicção veio à tona 12 dias depois. Dorival Júnior foi demitido no final da noite de ontem. Motivos já não faltavam quando Nobre dava sua palavra que o manteria no cargo. O Palmeiras fazia péssima campanha nas mãos do técnico. A campanha é digna de demissão mesmo. Foram 20 partidas. Apenas seis vitórias, cinco empates. E nove derrotas. Aproveitamento fraquíssimo, 38%. Nos últimos seis jogos, Dorival abusou. De 18 pontos, só conquistou um. Foram cinco derrotas e um empate. Havia também a séria desconfiança que o treinador não gostava de trabalhar com os argentinos trazidos por Gareca. Tobio não escondeu seu descontentamento em perder a posição no domingo para Lúcio. Mouche também mudava a feição fechada nos treinos, insatisfeito com a reserva. Tudo chegava aos ouvidos do presidente, que se mantinha omisso. Mas o que aconteceu que fez Paulo Nobre mudar sua já frágil convicção? Ele foi convencido dentro do Palestra Itália que era preciso radicalizar. Esquecer a palavra empenhada e mandar embora Dorival. Pagar a outro treinador multa rescisória. Já havia sido assim com Gilson Kleina e com Gareca. Dinheiro nunca preocupou o bilionário dirigente.

Ele tratou de, no embalo, despachar José Carlos Brunoro e Omar Feitosa. Os homens responsáveis pelo futebol no clube. Principalmente Brunoro, a quem Paulo Nobre tratava com respeito exagerado. O presidente palmeirense parecia um torcedor deslumbrado que foi das arquibancadas falando com o grande executivo da Parmalat. Não percebeu que 17 anos fizeram mal demais ao dirigente. Ele ficou ultrapassado. Brunoro acumulou erros seguidos de erros. Desprezou ídolos. Não fez questão de segurar Barcos, Henrique, Alan Kardec. Estimulou a política de produtividade. Perguntei para um importante jogador do Corinthians o que ele achava do que Brunoro tentava fazer no Palmeiras. A resposta foi clara, direta. "Sou atleta profissional, quero o meu salário correto para programar a minha vida, como qualquer trabalhador. Não sou prostituta que ganha por programa, por cliente que consigo na noite. Não aceito e sei de muita gente que não aceita também." Os jogadores importantes viravam as costas para o Palmeiras diante da possibilidade de seu vencimento mensal estar atrelado ao sucesso do time. Brunoro impôs a política do ruim e barato. Contratou 37 jogadores desde que chegou ao clube, há dois anos. Desta baciada, apenas quatro se tornaram titulares absolutos. No final da sua passagem, assumiu o marketing. E também não conseguiu um patrocinador master para a camisa. Sua passagem foi um fracasso retumbante. Seu salário foi exposto por conselheiros revoltados a jornalistas: R$ 120 mil mensais, com direito a usar um carro zero no valor de até R$ 100 mil. Com o Palmeiras pagando até gasolina. Nobre foi massacrado desde o dia em que deu o futebol nas mãos de Brunoro. São dois anos de reclamações, queixas, protestos, revoltas com os jogadores medíocres que ele contratava. Fora quando anunciou Marcelo Moreno como contratado sem ter sequer falado com o atacante gremista. Foram dois anos de fracassos dos times que montou. A gota d"água para o presidente palmeirense foi quando ele acertou contrato com Alan Kardec sem consultá-lo. Ao saber das bases, Nobre mandou baixar R$ 10 mil. O jogador e seu pai se sentiram ofendidos, já que Brunoro havia avisado que todos os termos estavam aceitos. Quando Kardec foi para o São Paulo, Nobre decidiu que seu executivo seria mandado embora ao final da temporada.

Brunoro convenceu Nobre a contratar Omar Feitosa como gerente. Ele serviria com elo entre o time e a diretoria. Só que a escolha foi péssima. Omar foi duro com os fracos jogadores que o seu superior levou ao clube. O que resultou em um desastre. Eles se fecharam, não levavam problema alguma ao gerente. Preferiam se calar, desconfiados. Principalmente para os privilégios de Valvidia. O meia sempre teve tratamento diferenciado. E diante de todos os outros companheiros de time. O que sempre sabotou o ambiente. Paulo Nobre se aconselha muito com Mustafá Contursi. Aliás, deve a sua reeleição ao apoio do ex-presidente. Foi a ala conservadora do clube que garantiu os 800 votos de vantagem contra Pescarmona, bancado por Belluzzo. A necessidade de mudança de rumo era clara. Mustafá não tolerava Brunoro. Paulo Nobre quer colocar o futebol do Palmeiras nas mãos de Alexandre Mattos. Ele foi o responsável pela reformulação vitoriosa do Cruzeiro. Mattos tem como filosofia não tolerar acomodação. Alexandre convenceu o presidente cruzeirense Gilvan Tavares a vender Montillo. E também a não perder tempo com Diego Souza. Bancou aposta na categoria de base e em jogadores que buscavam nova chance em uma equipe grande. Como Everton Ribeiro, Ricardo Goulart, Marcelo Moreno. Bancou também a aposta em Marcelo Oliveira como treinador. Alexandre Mattos recebe um salário de R$ 70 mil no Cruzeiro. Nobre teria oferecido três vezes o seu salário: R$ 210 mil. Mais o direito de usar um carro zero com gasolina paga pelo clube. Gilvan Tavares e os jogadores cruzeirenses tentavam convencê-lo a não sair da Toca da Raposa. Mas para Nobre agir ontem no final da noite, conselheiros importantes palmeirenses garantiam que Mattos já deveria ter aceito a proposta. A confirmação ficará para hoje, quando o presidente dará uma coletiva. A preferência de Nobre era que Mano Menezes assumisse imediatamente o clube. Mas acontece que o técnico jurou no sábado que não assumiria o lugar de Dorival Júnior. Ambos têm o mesmo empresário: Carlos Leite. Resta saber se o ex-treinador corintiano vai manter a palavra. Se mantiver, Oswaldo de Oliveira aparece com chance. A noite de segunda-feira, 8 de dezembro, marcou uma revolução no futebol do Palmeiras. Resta só esperar pelos novos contratados. Caso Alexandre Mattos tenha realmente aceitado, os ganhos serão imediatos em relação ao ultrapassado Brunoro. Assim como um novo treinador parecia mesmo o melhor caminho. A única restrição fica em relação a Paulo Nobre. Ele deveria ter muito mais cuidado nas suas declarações. Dorival não era o técnico do Campeonato Paulista? É péssimo o presidente garantir uma situação e dez dias depois mudar radicalmente o seu ponto de vista. Isso não é ser comandante. É assumir a falta total de rumo que quase levou o Palmeiras, de novo, à Segunda Divisão...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 09 Dec 2014 01:39:27

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