segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Paulo André. Um nome banido pelos grandes clubes do futebol brasileiro. Ninguém quer o zagueiro campeão do mundo. Por medo da CBF. O líder do Bom Senso que fique na China...

Paulo André. Um nome banido pelos grandes clubes do futebol brasileiro. Ninguém quer o zagueiro campeão do mundo. Por medo da CBF. O líder do Bom Senso que fique na China...





"Não dá para acordar em plena segunda feira e ler em todos os sites que o Marin e o Marco Polo querem um treinador que represente a “reformulação” (Dunga para a Seleção). Qual é? Só eu que fico indignado? Sempre o mesmo papinho. Querem enganar quem? Eu também quero uma reformulação. A começar por eles. E outra, será que dá pra me explicar por que esses senhores (na lista abaixo) estão no poder das federações estaduais há 20, 30, 40 anos? José Gama Xaud, 40 anos no poder da Federação de Roraima;
Carlos Orione, 33 anos no poder da Federação de Mato Grosso;
Delfim P. Peixoto Filho, 29 anos no poder da Federação de SC;
Antonio Aquino, 26 anos no poder da Federação do Acre;
Francisco C. Oliveira, 25 anos no poder da Federação do MS;
Rosilene A. Gomes, 25 anos no poder da Federação da Paraíba;
Heitor da Costa Jr., 25 anos no poder da Federação de Rondonia;
Antonio C. Nunes da Silva, 24 anos no poder da federação do Pará;
José C. de Souza, 24 anos no poder da Federação do Sergipe;
Dissica V. Tomaz, mais de 20 anos no poder da Federação do Amazonas;
Leonar Quintalha, 19 anos no poder da Federação do Tocantins. Esses são onze dos 47 caras que comandam o futebol nacional (27 presidentes das Federações e os 20 presidentes dos clubes da Série A). São eles que escolhem o presidente da CBF e que definem os regulamentos das competições da entidade. Só eles, mais ninguém. E alguém acha que um novo treinador vai conseguir reformular alguma coisa?
Parem com isso!
Que cada um assuma a sua parcela de culpa (jogadores, comissão, eu, você, todos temos um pouco. Mas a desses caras é gigante, só não é maior do que a cara de pau). Esses presidentes (da Confederação e das Federações), que jamais deram as caras nas derrotas, que jamais foram vaiados nos estádios e que jamais deixaram de receber seus vencimentos no final do mês (porque a Confederação e as Federações pagam em dia), são os maiores responsáveis pelo caos em que se encontra o futebol brasileiro.
Olhem para seus umbigos e tenham vergonha do que construíram! Clubes grandes endividados, clubes pequenos sem calendário, estádios vazios, atletas sem salários, etc… E a solução é o novo treinador? #Cansei."

Um jogador com capacidade de se expressar tão bem e com tanta coragem não iria passar impune. Não em um país que tenta perdoar R$ 3,7 bilhões de dívidas dos clubes com o governo. Sem dar absolutamente nada em troca. Dirigentes irresponsáveis e incompetentes que acumulam salários atrasados, péssimas condições de trabalho e calotes. Não, nenhum deles iria querer ter um revolucionário nas entranhas. Não é nada combinado, um acordo. Veto unificado. Mas os grandes clubes do Brasil não têm o menor interesse em um zagueiro experiente, técnico e campeão mundial. O que ele faz dentro do campo é deixado de lado. Pelo que faz fora, Paulo André não interessa. Não está na lista do São Paulo, do Internacional, do Cruzeiro, do Atlético Mineiro e muito menos do Corinthians. Os clubes que vão disputar a Libertadores, por coincidência, precisam reforçar sua zaga. Mas pelos presidentes das cinco equipes, que Paulo André continue no Shanghaï Greenland até o final de seu contrato, em 2016. O mesmo vale para os maiores times do país. O líder do Bom Senso Futebol Clube é visto como um desagregador. Seu intelecto assusta. É capaz de motivar o grupo onde estiver a fazer greve se um jogador não receber. Sua coragem de desafiar José Maria Marin e Marco Polo só atrapalha. As diretorias de clubes brasileiros vivem de joelhos à CBF. Pedindo adiantamento, empréstimos. E sabem que comprar briga com os presidentes da entidade é querer não ter respaldo político nas grandes decisões. Correr o risco de ter o árbitro que o elenco menos gosta apitando seus jogos mais importantes.

Além de tudo isso, Paulo André teve a sua caveira feita por Andrés Sanchez. O dirigente ficou revoltado com o processo que o jogador move contra o Corinthians ele quer R$ 2,5 milhões. O motivo: débitos da premiação do Campeonato Paulista e Recopa de 2013, salário, férias e décimo terceiro. Além disso, o atleta exigiu uma compensação prevista na lei. Compensação financeira por não ter folgado na segunda-feira, após jogado no domingo. Ele veio a público esclarecer que nunca pediu horas extras por jogar aos domingos e nem adicional noturno por atuar às 22 horas nas quartas-feiras. Isso foi passado para a imprensa para queimar sua imagem. Andrés já avisou que Paulo André nunca mais pisa no Parque São Jorge. Além disso, sempre que é perguntado, faz questão de criticar o jogador nas suas entrevistas. A verdade é que o jogador foi quase empurrado para fora do Corinthians neste ano. O ex-presidente corintiano acreditava que sua liderança do movimento Bom Senso estava atrapalhando o grupo. Tirava o foco do futebol do time nos torneios que participava. Paulo André era capitão da equipe campeã mundial. No final do ano passado recusou propostas importantes do futebol italiano. Mas em fevereiro, foi enxotado para a China. Foi uma negociação absurda. O Corinthians não cobrou um tostão, mesmo com o atleta tendo mais dez meses de contrato. Só faltou Mario Gobbi e Andrés o levarem ao aeroporto.

"Eu tive propostas do futebol italiano. Do Verona e da Roma. Mas não quis ir, acreditava na minha missão no Corinthians.Só que desta vez percebi que o ambiente não era mais propício a mim. E que tinha de sair. Foi o que eu fiz." Paulo André tinha plena certeza de que seria esquecido pelos grandes clubes brasileiros nesta janela. E nas próximas. Tanto que já se estrutura a sua vida. Quer ficar até o final do seu contrato na China. E em seguida encerrar a carreira. Não quer voltar com 33 anos, atuar em uma equipe fraca e se expor. Estragar a imagem de campeão mundial. Mas os dirigentes brasileiros que o desprezam agora talvez possam ter uma grande surpresa. Não há nada definido. Porém não está descartada a possibilidade de o jogador no futuro ingressar na política. E brigar em Brasília pela modernização do futebol no Brasil. Por enquanto, a CBF e os clubes podem ficar sossegados. O "revolucionário" como era chamado ironicamente no Parque São Jorge, estará calado. Comandar o Bom Senso da China é impossível. Mas em 2016, tudo pode mudar. E Brasília conhecer os seus neurônios, sua coragem, sua indignação. Que tanto assustam os cartolas. E que fazem falta demais neste país dos 7 a 1...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 28 Dec 2014 23:21:15

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