quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A guerra de vazamentos de irregularidades entre Odebrecht e Corinthians não para. As acusações são graves e vergonhosas. A 'do dia' indica que a construtora dividia milionárias sobras de verba do bilionário Itaquerão...

A guerra de vazamentos de irregularidades entre Odebrecht e Corinthians não para. As acusações são graves e vergonhosas. A 'do dia' indica que a construtora dividia milionárias sobras de verba do bilionário Itaquerão...




Andrés Sanchez cansou de repetir que esperava que a operação Lava Jato chegasse ao Itaquerão. E que ficaria provado que o Corinthians é vítima. Pois esse dia chegou. Documentos foram vazados e indicam desvio de verba. Parte de R$ 299 milhões do que foi batizada de "verba orçamentária" que deveria ser destinada à obra acabou sendo dividida entre Odebrecht e as empresas Temon, de instalações hidráulicas e elétricas e Heating & Cooling, de ar-condicionado. Está havendo uma guerras silenciosa entre a Odebrecht e o Corinthians. Informações e documentos são repassados a jornalistas para desmoralizar o adversário. A briga tem como mote R$ 1,6 bilhão que o estádio custará. Se for pago. O clube não está conseguindo cumprir o acordo. Só pagou as parcelas que deve até abril. Entrou na justiça para discutir um novo prazo para terminar de pagar o estádio. Esticar muito além de 2028. A acusação que chegou ao site de esportes da TV Globo é muito séria. Cita que o arquiteto Jorge Borja, contratado pelo clube exatamente para fiscalizar a construção da arena, tinha conhecimento deste desvio de verbas. A situação é simples. Os gastos com o estádio deveriam ficar nos R$ 820 milhões. E havia uma parte, R$ 299 milhões, que seria para gastos com compras de produtos tercerizados, que a Odebrecht não fabrica. Como portas, ar-condicionados, janelas, refletores, gramado. Seriam 46 itens. De acordo com a matéria, (...) o acordo assinado em 2011 pelo então presidente Andrés Sanchez, definiu que o dinheiro eventualmente economizado seria realocado para pagamentos de outras despesas da obra. No caso da Temon (um contrato de R$ 31,5 milhões), as "melhorias" seriam assim divididas: 55% para a Odebrecht, 45% para a Temon.
No caso da Heating & Cooling (dentro de um contrato de R$ 11,8 milhões), o dinheiro que sobrasse seria dividido em partes iguais (50% para cada) entre empreiteira e H&C. Havia um aditivo, assinado em 14 dezembro de 2011, transferiu do clube para o Arena Fundo de Investimento Imobiliário, que tem a Odebrecht como uma das principais acionistas, "todos os direitos, responsabilidades e obrigações do contrato, sem quaisquer ressalvas". Os itens, detalhados. 1)Se fosse necessário gastar mais do que previsto, as partes (clube e construtora) precisam entrar em acordo sobre o que fazer. O clube pode autorizar o aumento nos gastos ou aceitar produtos de menor qualidade.
2)Se algum item custar mais barato do que o previsto, essa sobra de dinheiro deve voltar para uma conta da obra, até para poder ser gasto nos itens que viessem a custar mais do que o estimado. Esta parte do acordo foi descumprida pelo menos duas vezes, nas contratações de empresas de ar-condicionado e de instalações hidráulicas e elétricas.
As duas ordens de serviço têm o carimbo do Corinthians e a assinatura do arquiteto Jorge Borja."

O Corinthians já estava investigando esses eventuais desvios. Há uma auditoria geral coordenada pelo escritório de advocacia Molina & Reis. O presidente Roberto de Andrade faz questão de divulgar uma nota sobre a acusação vazada na imprensa. "Eu, como presidente do SCCP, torno público, em relação à matéria jornalística publicada hoje (10/11/2016), no Globo.com/Globo Esporte, onde se descreve fatos que envolvem contratos com "percentuais de verbas orçamentárias divididos entre a Odebrecht e fornecedores desta na construção da Arena Corinthians", que tais fatos já fazem parte da Auditoria Geral da Obra da Arena Corinthians, em curso e coordenada pelo escritório Molina & Reis Advogados. Naturalmente, os fatos são muito graves e apenas a formalização em documentos desta divisão já nos causa muito pesar, até por estar claro no Primeiro Aditivo do Contrato de Construção do Estádio (EPC), assinado pelo então presidente Andres Sanchez, que tais verbas orçadas pela construtora deveriam ser tratadas como uma conta corrente, ou seja, quando se economizasse em um item específico, o Clube teria o retorno dos recursos não utilizados. Por outro lado, em itens em que os valores finais para execução fossem maiores, teria-se que diminuir do montante de outros itens de verbas orçamentárias ou reduzir o escopo daquele item que superasse o valor contratualmente previsto. Qualquer procedimento diferente não faria o menor sentido, e atenta diretamente contra a boa fé e o equilíbrio do contrato. As consequências civis ou criminais de fatos comprovados em detrimento ao clube e de sua imagem estão e serão devidamente levados adiante, certamente, nas instâncias que forem adequadas e necessárias. Roberto de Andrade"

Na verdade, há uma guerra silenciosa entre Odebrecht e Corinthians. Falta de pagamento por parte do clube são vazados a jornalistas. E irregularidades na obra também chegam nas mãos dos repórteres. A situação é absurda. "Não tenho dúvida de que o Corinthians se tornou fonte de renda ilícita para muitas pessoas. A própria investigação da Lava-Jato prova isso. Quem vai expor sua marca num estádio caindo aos pedaços ou ao menos que ninguém conheça a situação de fato e de direito? Quem vai expor sua marca num estádio à beira de uma operação Lava-Jato, discutindo sua construção? "Lá atrás, eu já advertia que não acreditava num negócio onde uma Empreiteira bancaria uma obra dessa magnitude, sem ter garantias ou alguma vantagem, investindo seu dinheiro na frente. Não existe isso!! Tudo pelos belos olhos de alguém? Alertei que isso um dia iria estourar e que o clube poderia se ver envolvido em mais um escândalo e ficar sem o Estádio ou com uma dívida impagável. Parece que estamos diante disso agora. Aparecem contratos com assinaturas indevidas, fraudadas, outras feitas às vésperas das eleições. Enfim, coisas extremamente nebulosas que devem gerar consequências muito ruins. "Estamos falando do Corinthians, não de um clube de bocha do interior. O Corinthians tem sido administrado como uma agremiação político-partidária, para uso de pessoas e de grupos. Isso precisa acabar." Os questionamentos são do ex-Secretário Nacional de Justiça do Governo Federal, Romeu Tuma Júnior. Ele falou ao colega Alexandre Praetzel no UOL.

Não bastassem essas novas denúncias. Falta de pagamento. O vazamento de mais de 100 milhões de litros de água está sendo investigado. Como Tuma, conselheiros começam a se revoltar. Não suportam mais tantas acusações envolvendo o Itaquerão. E grandes lideranças do clube passam a ser questionadas. Como esses contratos foram assinados e não foram acompanhados de perto? Como envolveram o Corinthians em algo com tantas irregularidades? O primeiro a responder se chama Andrés Navarro Sanchez. Desde o primeiro tijolo, o estádio é de sua responsabilidade...



   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 10 Nov 2016 18:57:53

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