sábado, 5 de novembro de 2016

Alexandre Pato escancara o que todos sussurravam. Ronaldo dividia o ambiente nos clubes, na Seleção. Ele era o 'presidente'. O dono das farras. Para desespero dos técnicos, dos dirigentes...

Alexandre Pato escancara o que todos sussurravam. Ronaldo dividia o ambiente nos clubes, na Seleção. Ele era o 'presidente'. O dono das farras. Para desespero dos técnicos, dos dirigentes...




"Quando cheguei ao vestiário me encontrei com muitos jogadores fortes. No vestiário estava sentado entre Maldini e Ronaldo e na minha frente Kaká. Em um dos primeiros dias que lembro, Ronaldo me perguntou se queria unir-me ao seu grupo, mostrando-me uma revista Playboy, ou ao grupo de Kaká, que tinha mais "coisas de igreja no vestiário." A cena aconteceu em 2007. Alexandre Pato descortinou de forma clara, no canal Fox Sports da Itália, algo que o mundo do futebol sempre soube. Ronaldo Fenômeno não carregou o apelido de "presidente" por acaso. Ele foi o rei dos vestiários por onde passou. Organizador de baladas, farras que viravam a noite, com direito a muitas mulheres. Uísque, vodca com energético, cigarros e charutos. Não engordou à toa no final da carreira. Ronaldo foi o terror de suas esposas e de esposas de jogadores, que se desesperavam com as festanças que organizava. Uma das primeiras foi Sthefany Brito. Porque Alexandre Pato escolheu um lado. E não foi o de Kaká. Preferiu seguir a Playboy mostrada pelo Fenômeno. Foi nas farras que varavam a no do "presidente" que o casamento de "conto de fadas" entre a atriz e o jovem jogador acabou. Suportou apenas nove meses e 13 dias. Os treinadores e dirigentes não sabiam como conter Ronaldo. Ele sempre soube disso e aproveitava. Com um talento incrível dentro do campo, compensava as noitadas. O que desesperava as cúpulas diretivas sempre foi a mania que o brasileiro tinha de adorar levar os companheiros para as baladas. Não bastava ir. Ele queria estar cercado de companheiros de time. Na Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, durante a Copa do Mundo de 2002, dava folgas após as partidas. Na Coréia e no Japão, as farras começavam após os jogos e terminavam na manhã do dia seguinte. Cada jogador poderia fazer o que bem desejasse. Ronaldo organizava as farras. Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos e vários outros foram, sem dor na consciência. O time crescia durante a competição. E havia a liberação do rígido Felipão. Inclusive com direito a seguranças para evitar confusões e jornalistas. As festas eram em mansões fechadas ou casas noturnas reservadas para as farras. Onde só entravam convidados. E muitas convidadas.

Um jogador sempre se negava a ir. O novato Kaká. Como o Brasil venceu a Copa do Mundo, as farras não tiveram maior consequência. Nem foram investigadas a fundo, divulgadas. Foram absorvidas como algo natural para os brasileiros. Porque também aconteceram escapadas em 1958, 1962, 1970 e 1994. Mas chegou 2006. Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Adriano juntos. Os três tinham a farra na veia. O Fenômeno e Adriano desembarcaram em Weggis na Suíça, em estado físico lamentável. Estavam gordos. Ronaldo acumulava farras e problemas físicos. Adriano acumulava bebedeiras, falta de treinamento e profunda depressão pela morte do pai, sua grande referência na vida. Uma das primeiras exigências de Ronaldo a Parreira foi a manutenção do esquema das folgas após as partidas. O treinador sabia da péssima condição do "presidente" e de Adriano. Mas estava isolado. Zagallo, o seu coordenador, estava com a saúde abalada. Acabou permitindo. Os atletas tinham a obrigação de voltar até as cinco da manhã para a concentração. Kaká, mais vivido e poderoso, por ter sido o melhor do mundo em 2005, não concordou. Mas não criou problemas. Seu protesto foi outra vez não participar das farras. Ele e Ronaldo já estavam cada um de um lado.

O resultado foi desmoralizante. Logo na primeira festança, na Suíça, um jornal local conseguiu fotos da farra em uma boate. Com Ronaldo como DJ, escolhendo as músicas. Roberto Carlos e Emerson com várias mulheres. As imagens ganharam o mundo. Mesmo assim, as farras continuaram durante o Mundial da Alemanha. O "Quadrado Mágico" jogando cada vez pior. Poucas pessoas entendiam o motivo, já que ele havia se aprimorado. Em vez de Robinho havia Ronaldo Fenômeno. Os outros três atletas eram os mesmos: Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Adriano. A grande arma na conquista da Copa das Confederações de 2005, no torneio laboratório no território germânico, se mostrava ineficiente. Era inconcebível, mas Parreira aceitava passivamente o projeto de conquista do hexacampeonato mundial ruir. O favorito Brasil cambaleava em campo. Ronaldo e Adriano seguiam cada vez mais gordos e sem fôlego. Ronaldinho Gaúcho obcecado por mais e mais farras nas folgas. Kaká revoltado, calado. O fracasso foi inevitável.

O máximo que Parreira fez foi enviar um relatório ao então presidente Ricardo Teixeira. Nele estava detalhado o comportamento do time. E a participação de Ronaldo nas festanças. Desde então, Ronaldo Fenômeno foi banido da Seleção Brasileira. Não seria mais chamado. Independente se estivesse jogando bem. Ponto final. Dunga teve de ser firme em 2009, quando ele deu seu último espasmo como grande jogador, no Corinthians. Suportou, a pedido de Ricardo Teixeira, a pressão popular pela convocação do "presidente". Ronaldo não se abalou. Estava muito feliz no Corinthians. Seu nome midiático foi responsável pelo dinheiro que deu início à modernização do clube. Foi o grande acerto de Andrés Sanchez. O Fenômeno trouxe patrocinadores fortes. Maior intimidade com a Globo. E Lula logo tornaria possível a realização do sonho do estádio corintiano, o Itaquerão. Diante de tantas coisas importantes acontecendo com o clube, Andrés não iria se opor às farras de Ronaldo Fenômeno. Nem se levasse alguns companheiros de time. Só que a primeira delas se tornou enorme vexame. O jogador tornou conhecida internacionalmente a Pop"s Drinks. Casa noturna frequentada por prostitutas. Ele não só farreou com as mulheres, como quis levar algumas para seu quarto. Houve um escândalo no hotel. O ex-jogador, e agora técnico do Juventude, Antônio Carlos, era diretor de futebol do Corinthians em 2009. Ele nasceu e cresceu em Presidente Prudente. Andrés Sanchez o demitiu por ter indicado o local. O "presidente" seguiu no Corinthians até o vexame contra o Tolima, a eliminação da pré-Libertadores, no início de 2011. Já tinha trazido para o clube, seu velho companheiro de festas, Roberto Carlos. Os dois saíram muito pelas noites paulistanas. Ronaldo já havia perdido o controle. Comia, bebia e fumava muito. Mas tinha muito prestígio com os patrocinadores. Não havia como tirá-lo do time. Tite sofreu.

Até que, depois do vexame diante do Tolima, no acanhado estádio de Ibagué, na Colômbia, Ronaldo teve de abandonar a carreira. Ele e Roberto Carlos foram ameaçados de morte pelas organizadas corintianas. Para evitar polêmicas desnecessárias, o milionário "presidente" resolveu encerrar a carreira. O lateral não ficaria no Parque São Jorge sem Ronaldo e sendo ameaçado. Saiu pela porta dos fundos. Rescindiu, voltou para a Turquia. E evita falar na pressão que recebeu dos torcedores para ir embora do Parque São Jorge.
Sempre houve um código de honra entre os jogadores. Ninguém escancarava o poder do Fenômeno. Não para a imprensa. Tudo era hipócrita. Jornalistas sempre ouviram várias histórias. Só que ninguém confirmava oficialmente. Até mesmo em off, todos procuravam preservá-lo. Até agora, quando já encerrou a carreira há cinco anos.
Alexandre Pato escorregou na entrevista de ontem. Mas só deixou claro o que muitos sabiam.

Ronaldo foi um jogador fabuloso.

Dos melhores de todos os tempos.

Só que dividia qualquer grupo.

O seu sempre foi o da esbórnia, da farra, da orgia.

Quem chegasse tinha de escolher.

Ainda mais, jogando com o bom moço Kaká.

Pato e muitos outros ficaram com "o presidente".

E arcaram com tudo de bom e de ruim pela escolha...

   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 05 Nov 2016 07:27:12

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