quinta-feira, 3 de novembro de 2016

André Negão, ex-bicheiro. Sobreviveu a sete tiros. Braço direito de Andrés Sanchez. Seu sonho de se tornar presidente do Corinthians, o "Obama do Parque São Jorge" nunca foi tão real. Oposição articula impeachment de Roberto de Andrade...

André Negão, ex-bicheiro. Sobreviveu a sete tiros. Braço direito de Andrés Sanchez. Seu sonho de se tornar presidente do Corinthians, o "Obama do Parque São Jorge" nunca foi tão real. Oposição articula impeachment de Roberto de Andrade...




André Negão, ex-bicheiro. Passou 20 dias na UTI após tomar sete tiros. Foi chefe de delegação da Seleção Brasileira sub-20. Em Barcelona, na 12ª Copa Internacional do Mediterrâneo. Ganhou o cargo de Andrés Sanchez seu parceiro há décadas. Andrés era o diretor de seleções, nomeado por Ricardo Teixeira. Foi chefe de gabinete do deputado federal do PT, Andrés. Ficou 18 meses recebendo R$ 12,5 mil. Saiu para se candidatar a vereador em São Paulo. Não se elegeu. Conseguiu 20.481 votos pelo PDT. Não obteve foro privilegiado. Prestou depoimento na Polícia Federal.

Acusação? Esclarecer R$ 500 mil que teria recebido da Odebrecht. Esse dinheiro seria propina. Seu nome consta nas investigações da Lava-Jato. Acabou detido por porte ilegal de duas pistolas.
Este pode ser o currículo do novo presidente do Corinthians. Negão pode se tornar o "Obama do Parque São Jorge", como sonha. E justificar as camisetas "ALO presidente" que mandou confeccionar. ALO são as primeiras letras do seu nome, André Luiz de Oliveira.

A guerra pelo poder no Parque São Jorge é mais forte do que parecia. O grupo político comandado por Andrés Sanchez não quer apenas isolar o atual presidente rebelde Roberto de Andrade. Mas deseja tirá-lo do cargo. Conselheiros já se articulam, estudam a chance de impeachment. Há uma desculpa legal que poderá tirar Roberto de Andrade do cargo. A revelação foi feita pela revista Época. "O candidato Roberto, identificado como presidente, assinou a lista de presença da assembleia geral de cotistas que tomou uma série de decisões sobre o estádio. Uma delas tratou de um aditivo ao contrato de construção da arena com a Odebrecht. Andrade concordou em dar maior prazo para a conclusão das obras. O aditivo também garantia que a construtora não devia mais nenhum valor à Arena Corinthians. Apesar da autorização em assembleia, o aditivo não foi assinado posteriormente. Outra deliberação ratificou a assinatura de contrato para exploração do estacionamento com a empresa Omnigroup. Em outra foi dada autorização para que a BRL Trust, empresa que comanda o fundo de investimento imobiliário que administra a Arena Corinthians, alterasse, por meio de aditivos, contratos relativos ao financiamento da construção com a Caixa. A reunião deliberou sobre pontos estratégicos para o futuro do estádio. A assinatura de Roberto de Andrade Souza, acompanhada da palavra "presidente" e do escudo do Corinthians, consta na ata da assembleia em questão. A ata da assembleia foi registrada em cartório em São Paulo, no 2º Oficial de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica, e foi obtida por ÉPOCA. O documento foi assinado por representantes dos outros cotistas, Odebrecht e Arena Itaquera.

A atitude pode ser configurada como falsidade ideológica, quando alguém insere uma declaração falsa em documento público ou privado, segundo advogados consultados pela reportagem. A pena prevista para esse crime pelo Código Penal é de multa e um a três anos de reclusão para documentos particulares, como é o caso da ata em questão." A revelação colocou fogo no Parque São Jorge. Tudo piorou quando no dia 24 de outubor, o delegado Roberto Tadeu Sampaio Lopes, titular do 52º DP determinou a abertura de inquérito para investigar a ata da Arena Corinthians. Quer determinar se houve a fraude por parte de Roberto de Andrade, presidente do clube. O pedido foi feito pelo ex-secretário nacional da Justiça, Romeu Tuma Júnior, inimigo político de Roberto. Andrade alega que a assembleia levou dias para ser lavrada. E a data corresponde ao início e não ao seu final, quando já era presidente. Mas o que vale legalmente é a data que consta em qualquer documento público. Roberto de Andrade não tinha certeza se seria presidente do Corinthians, dois dias antes da eleição. Ele só venceu com 57% contra 43% de Roque Citadini.

A oposição e o grupo liderado por Andrés Sanchez nunca esteve tão ligada. O deputado federal e ex-mentor de Roberto de Andrade se uniu a Paulo Garcia, um dos maiores nomes históricos da oposição. Juntos estes grupos têm condições e articulam o pedido de impeachment do atual presidente. Vale a pena deixar ainda mais claro o quadro. Roberto de Andrade chegou ao cargo graças ao seu mentor, Andrés Sanchez. Assim como o ex-Mario Gobbi, ele se rebelou. Não aceitou mais as imposições de Andrés. O deixou com o Itaquerão e decidiu comandar o futebol sozinho. Sua primeira medida foi escolher Oswaldo de Oliveira como treinador, sem pedir bênção a Andrés. E nem avisar o diretor de futebol, Eduardo Ferreira, ligado umbilicalmente ao deputado federal do PT. Ferreira pediu demissão. O vice presidente André Negão, também colocado por Andrés, ameaçou entregar o cargo. Mas Sanchez não deixou. Embora seja um cargo simbólico, em caso de qualquer problema com Roberto de Andrade, Negão vira o novo presidente corintiano. Roberto de Andrade tenta se defender como pode. Até colocou Flávio Adauto, como diretor de futebol. Adauto era um dos maiores críticos ao trabalho do presidente. Suas queixas eram públicas. Mas Roberto fez de conta que não sabia e ofereceu o cargo. Precisa desesperadamente de apoio. Adauto foi diretor de comunicação do ex-presidente Alberto Dualib. Não tem experiência alguma com futebol. Mas tem ligações políticas importantes no clube. Andrade queria Fernando Alba comandando o futebol. Ele chegou a aceitar. Mas o grupo comandado por Andrés o fez desistir. E mostrou a Roberto de Andrade o quanto é sangrenta a batalha com seu ex-mentor.


Tudo promete piorar para o atual presidente se o seu protegido, Oswaldo de Oliveira, não conseguir classificar o clube para a Libertadores em 2017. As organizadas já tomaram partido. Estão do lado de Andrés Sanchez. Se o Corinthians fracassar nestas últimas cinco partidas do Brasileiro, elas prometem pressionar Roberto de Andrade.

Enquanto isso, a Odebrecht garante que houve mesmo vazamento de água no Itaquerão. Seria de 20 milhões de litros de água. Ele teria provocado o deslizamento de terra na parte externa do estádio e um buraco no estacionamento. A construtora garante que tudo está sanado. E que não há risco de deslizamento de terra na Radial Leste. Promete que pedaços do teto deixarão de cair e buracos vão parar de surgir.


As últimas notícias enterram de vez a esperança de o clube buscar uma empresa para pagar R$ 400 milhões pelos naming rights. Até pelo menos as notícias sobre vazamentos e desabamentos de pedaços do teto sejam esquecidos. Já são seis anos de atraso na busca dos naming rights. O estádio já é conhecido nacionalmente como Itaquerão.

A dívida da arena chega a R$ 1,6 bilhão para o clube.

As parcelas não estão sendo pagas desde abril.

O que parece ruim pode ser caótico.

Com um processo de impeachment no Parque São Jorge.

Em 2007, Alberto Dualib por causa da MSI teve de renunciar.

Para não ser sofrer o impeachment.

Conselheiros juram.

Nunca viram André Negão tão animado.

Ele sabe quem o está apoiando nesta briga pela presidência.

O sonho de ser o "Obama do Parque São Jorge" nunca foi tão real...

   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Nov 2016 11:03:12

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