sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Desesperados, os dirigentes não respeitam a história do Sport Club Internacional. E entregam o sobrevivência na Série A nas mãos de Lisca Doido. A quem falta juízo?

Desesperados, os dirigentes não respeitam a história do Sport Club Internacional. E entregam o sobrevivência na Série A nas mãos de Lisca Doido. A quem falta juízo?




"Saiu do hospício, tem que respeitar! Lisca doido é Ceará" Esse coro é o maior orgulho do treinador que o Internacional contratou. Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi é conhecido por Lisca Doido. Por ter um comportamento "incendiário" à beira do gramado. Grita, cobra, incentiva, faz escândalos. Tudo para motivar seus jogadores. É um misto de técnico e animador de torcida. Seu grande mérito na carreira é ter salvo o Ceará do rebaixamento para a Série C, em 2015. Ele conseguiu uma série de quatro vitórias que garantiram a equipe na Série B no ano passado. Depois logo foi demitido no início do Estadual. Contratado pelo Joinville, não durou 12 jogos. Estava desempregado desde setembro. A contratação de "Lisca Doido" é a confirmação total da falta de rumo, do desespero do Internacional. O clube primava por ser exemplo de gestão. Campeão mundial, bicampeão da Libertadores, tricampeão brasileiro, entre dezenas de outros títulos. Dono de uma arena moderna e de torcida fanática. As últimas pesquisas apontam o clube como o nono em torcedores no país, são cerca de sete milhões e meio. Mas o que mergulhou o Internacional nessa crise. A ponto de estar correndo sério risco de acabar com o orgulho de nunca ter sido rebaixado na sua historia. Jamais ter disputado a Série B, ao contrário do seu rival histórico, o Grêmio? O principal responsável é o presidente Vitorio Carlos Costi Piffero. Ele tem administrado o futebol como um torcedor. Se deixou iludir pelo hexacampeonato estadual. Comemorou com Argel. Estava feliz. E adiantava que iria contratar jogadores importantes para reforçar o time e ganhar o Brasileiro. O jejum vem de 1979, nada menos do que 37 anos. Só que a realidade chegou forte. Piffero percebeu o quanto estava iludido. O hexacampeão gaúcho logo despencava no Brasileiro. Nem reforços como o venezuelano Seijas, que nunca teve perfil para jogar em times montados por Argel, ajudaram. O time não correspondia à expectativa criada pela direção. Os fracassos se acumulavam. E Argel acabou demitido. Piffero mostrou o quanto pensa com o coração. Contratou o maior ídolo do clube. Paulo Roberto Falcão. Ele já tinham duas passagens fracassadas no clube. Chegou em julho de 2016, com contrato de um ano. Durou apenas um mês. Cinco partidas, nenhuma vitória. Dois empates e três derrotas. Desesperado, Piffero pediu a volta de Fernando Carvalho ao clube. Carvalho foi o presidente do título mundial, das duas Libertadores. Ele percebeu o quanto o elenco era limitado. Com jogadores com nome, prestígio, como Valdivia, Alex, Seijas, Nico Lopez, Sascha, Anderson, Rodrigo Dourado, Paulão, Danilo Fernandes, Ernando. Mas sem personalidade para formar o sonhado time "matador", capaz de ganhar o Brasileiro. E o que fez o novo responsável pelo futebol? Assustado com as 14 partidas sem vitória no Brasileiro, contratou Celso Roth.

A missão era simples. Apenas não cair. Fazer com que o Internacional permanecesse na Série A. E depois, demissão sumária ao final da temporada. Até mesmo Roth sabia que seria assim. Mas ele acreditava, no íntimo, que poderia dar mais. E surpreender na Copa do Brasil. E fez uma campanha surpreendente, aproveitando o clima bélico do mata-mata. No Brasileiro, tinha certeza que escaparia da Segunda Divisão. O Internacional chegou a animar seus torcedores. Mas caiu nas semifinais da Copa do Brasil contra o superior Atlético Mineiro. O problema é que no torneio nacional, a equipe não reagia. Tanto Carvalho como Piffero já não suportavam o fraco futebol do time e pressionavam o elenco e Celso Roth. Além do desespero que tomou conta da torcida. A gota d"água foi ontem, contra a Ponte Preta. Outra vez, o time afobado fracassou em casa. Tinha a obrigação de vencer os campineiros. Mas não conseguiram passar de um frustrante empate. Mesmo com Roth se violentando e colocando um time ofensivo, com direito a Seijas, Nico Lopez, Anderson, Sasha, Vitinho...

Quando os dirigentes viram o clube na zona do rebaixamento, faltando três rodadas, não pensaram duas vezes. E demitiram Roth. Buscaram o quarto treinador no mesmo campeonato. Lisca Doido não tem a mesma filosofia de Roth, que não tinha a mesma linha de raciocínio de Falcão, que nunca pensou futebol como Argel. Ou seja, os jogadores terão de seguir uma quarta direção diferente no Brasileiro. O que é absolutamente ridículo, incoerente, amador. A situação se complica. Os adversários tem motivos especiais para derrotar o Internacional. A começar pelo Corinthians, segunda-feira, no Itaquerão. Os dirigentes não se esquecem de 2007, quando os colorados tiveram uma estranha derrota para o Goiás. Se o time gaúcho vencesse, a equipe paulista não passaria pelo vexame de ser rebaixado. Nunca houve perdão no Parque São Jorge. "Chegou a hora de dar o troco", me confidencia um conselheiro importante, um dos poucos amigos de Roberto de Andrade.
Depois, o Cruzeiro, em Porto Alegre. Comandando os mineiros estará Mano Menezes, o treinador que foi humilhado por Piffero, no início da temporada. Perguntado sobre o técnico, ele disse que não tinha o "perfil" do Internacional. Se há uma característica que marca Mano Menezes é a vingança. Ou seja, fará de tudo para dar o troco no dirigente. Nada pior do que mergulhar seu time no rebaixamento. A última partida do Internacional será contra o Fluminense, no Rio de Janeiro. O clube ainda poderá acalentar a esperança de disputar a Libertadores. Afinal, por causa da Copa do Brasil, podem ser sete vagas para o futebol deste país. Do outro lado, o grande rival do time gaúcho para sobreviver na Série A é o Vitória. Comandado por Argel, o mesmo que foi dispensado sem só por Piffero. O clube baiano tem uma tabela mais amena. O rebaixado Figueirense, em Salvador. O tranquilo Coritiba, no Paraná. E o Palmeiras, que poderá já ser campeão, na Bahia. Ou seja, o Internacional precisará muito mais do que um animador de torcida para honrar sua tradição. E seguir na Série A. Lisca Doido sabe que sua missão é árdua. Mas ele não tem nada a perder. Quem tem é o grande clube que o contratou. A explicação para tanto sofrimento colorado é simples.

Incompetência absoluta de seus dirigentes. É inaceitável o clube estar passando tanta vergonha. Mas completamente previsível. Argel, Falcão, Roth e agora Lisca Doido. Comandantes do grande Sport Club Internacional. É preciso mais explicações?


(imagens da Internet)    

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Nov 2016 08:35:50

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