sexta-feira, 11 de novembro de 2016

"O campeão voltou. O campeão voltou. O campeão voltou. " O coro que dominou o sofrido Mineirão dos 7 a 1. O Brasil de Tite deu uma lição de futebol para a Argentina. 3 a 0...

"O campeão voltou. O campeão voltou. O campeão voltou. " O coro que dominou o sofrido Mineirão dos 7 a 1. O Brasil de Tite deu uma lição de futebol para a Argentina. 3 a 0...




"O campeão voltou. O campeão voltou. O campeão voltou." Pouquíssimas vezes o coro foi tão bem apropriado como o cantado no Mineirão. Foi com coração, com orgulho. Nunca o 7 a 1 para a Alemanha será esquecido. É o maior vexame da história do futebol do Brasil. Mas dois anos e quatro meses depois da vergonha, veio o orgulho. A Seleção de Tite goleou a Argentina. 3 a 0 foi até pouco. Muito pouco. Os gols de Philippe Coutinho, Neymar e Paulinho foram a confirmação da superação de um time moderno, organizado, talentoso, solidário. Contra a equipe do melhor jogador do mundo, Lionel Messi, novamente mal acompanhado, de uma geração medíocre. E que Edgardo Bauza ainda escancarou como o time é ruim, tentando atacar o Brasil. Se arrependeu amargamente. Neymar marcou seu 50º gol pela Seleção. E mostrou como a diferença de estar orientado por um treinador capaz, moderno e com personalidade. Ele conseguiu convencer o mais talentoso brasileiro a jogar pelo time. E isso não o bloqueia de demonstrar o seu dom. Driblar, desmanchar defesa com a bola a seus pés. Mas também armar. Tabelar, infiltrar e até marcar. É possível ser participativo e também brilhar. Na partida de hoje, o camisa 10 do Brasil misturou com propriedade o individualismo com o jogo coletivo. O resultado foi uma atuação excelente. "Foi duríssimo. Eu não pensava que ia terminar 3x0. Pensava num jogo duro, brigado no meio de campo. Mas vou repetir que organizei o time como queria", desabafava, Bauza. Ele admitia que estava diante de um Brasil que ainda não conhecia. Organizado, solidário e dono de um futebol intenso, determinado, consciente. Lógico que são apenas cinco partidas. Mas todas elas "a valer". Nada de ser campeão de amistosos e fracassar nos jogos oficiais. Tite teve seu batismo de fogo no Equador e desde então, só tem melhorado. Feito o Brasil explorar de verdade os conceitos do futebol moderno. De preenchimento de espaço, recomposição, ataque e defesa em bloco, dinâmica de jogo. A compactação marcando e a liberdade estudada com a bola nos pés. Os atacantes brasileiros sabem que, para desespero dos zagueiros adversários, podem tentar a jogada individual ou passar a bola para o companheiro que infiltra ao seu lado. Acabou a história de um jogador abaixar a cabeça e tentar resolver sozinho. Tudo isso é muito irônico. No 7 a 1 para a Alemanha, no mesmo Mineirão, Joachim Löw havia se aproveitado de um time sem a menor estrutura tática. Desestruturado, aberto, sem noção tática, com as linhas de marcação abertas. Com jogadores como David Luiz desesperados, abandonando sua posição para tentar resolver a partida, como em uma pelada na praia. Isso contra um time cuja base havia sido montada oito anos atrás, preparado para vencer a Copa de 2014. Todos sabem que os 7 a 1 foram um presente dos alemães. No intervalo, foi combinado que os jogadores de Löw iriam maneirar. Até como demonstração de respeito e carinho por terem sido tão bem tratados na Bahia. Se quisessem, teriam feito mais de dez gols. A vergonha é até maior. Eles tiveram pena. Felipão foi. Dunga veio e mostrou o quanto segue despreparado. E, diante da xenofobia da CBF, incapaz de aceitar Pep Guardiola como treinador, a busca pelo técnico que o Brasil e a Globo exigia. Sim, houve muita pressão da emissora dona do monopólio do futebol. A Seleção já havia sido eliminada de duas Copas América. Não obteve classificação para a Copa das Confederações. Era sexta na tabela de classificação das Eliminatórias Sul-Americanas. Quando Tite assumiu, o mantra era "essa será a Eliminatória mais difícil para o Brasil." E era. Mas bastaram cinco jogos e tudo mudou. Depois de Equador, Colômbia, Bolívia e Venezuela, o mundo esperava um grande confronto. O adversário não poderia ser mais tradicional. O maior rival do futebol brasileiro, não só na América do Sul. Mas no planeta. A Argentina de Lionel Messi. No palco do 7 a 1. Situação teatral perfeita. Ou seria a confirmação da tragédia ou o começo da redenção verdadeira. Desde os primeiros minutos da partida ficou muito claro o abismo do time de Tite do de Felipão. O Mineirão tinha uma equipe para torcer. Não um amontoado de jogadores sem um pingo de consciência tática. O treinador não abriu mão de seu esquema 4-1-4-1. Iria preencher a intermediária e deslocaria Fernandinho para tentar travar o maior perigo do time argentino. Lionel Messi. A campanha fraquíssima dos "hermanos" não é por acaso. Alguns companheiros de Messi podem ter fãs clubes individualmente. Mas juntos ficam fracos. Di Maria, Aquero, Higuain. Os argentinos tinham vontade. Sabiam que, se vencessem os brasileiros nos seus domínios, reverteria as fortes críticas da imprensa. E dariam um salto na tabela. Foram ambiciosos. Entrando em campo para ter o domínio do jogo, atuando no 4-2-3-1. Mas mal conseguiam espaço para respirar. Quanto mais saía para atacar, imprensar o Brasil no seu campo, melhor para os contragolpes do time de Tite. Tufo foi concatenado. Improviso só no um contra um. Aí, sim. "O placar eu não imaginava, não imaginava elástico. Imaginava um grau de dificuldade maior, como estava apresentando, porém a circunstância de jogo que precisamos analisar. Coutinho flutuou, Argentina teve que avançar mais e a mobilidade abre espaços. Alguns ajustes que eles fizeram, Neymar e Jesus pressionaram. Forçamos uma saída mais pelo lado esquerdo para que não chegasse no Messi, que jogou pela direita. Ele é criativo, extraordinário. Saiu da zona perigosa e ficou confortável para gente, porque quando chegava nele já estava congestionado", explicou, após o jogo, Tite.

   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 10 Nov 2016 23:44:09

Nenhum comentário:

Postar um comentário