quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A diretoria do Corinthians tinha um técnico preferido para substituir Tite. Ele está à disposição, Roger. O criticado Cristóvão sabe: agora há um candidato ao seu emprego. Vencer o líder Palmeiras, em Itaquera, virou obrigação...

A diretoria do Corinthians tinha um técnico preferido para substituir Tite. Ele está à disposição, Roger. O criticado Cristóvão sabe: agora há um candidato ao seu emprego. Vencer o líder Palmeiras, em Itaquera, virou obrigação...




Foi incrível. Mal foi anunciado o pedido de "demissão" de Roger do Grêmio, as redes sociais se entupiram de mensagens de torcedores corintianos. Mais tarde, mensagens de whatsapp chegaram a celulares de dirigentes que comandam o futebol. Muita gente importante no Parque São Jorge defende a troca de Cristóvão pelo "demissionário" gremista. Pouco importa que Roger deixou seu ex-clube em oitavo lugar, quatro pontos abaixo do Corinthians. A irregularidade da equipe paulista e a postura low profile, fria, que parece omissa, sabotam o treinador baiano. O perfil vibrante do ex-lateral gremista combina com a imagem que a maioria dos torcedores cultiva de técnicos vitoriosos no Parque São Jorge. Até mesmo Roberto de Andrade concorda. Se não concordasse, não teria sido Roger o primeiro técnico que procurou quando Tite foi para a Seleção. Via no técnico o perfil guerreiro e moderno taticamente que se encaixaria perfeitamente. O presidente corintiano acreditava que ele seria o sucessor ideal. A indicação teria partido até do agora treinador do Brasil. Mas Roger foi fiel à diretoria gremista. E não aceitou sequer negociar. Agradeceu a cúpula corintiana e disse que seguiria o trabalho até o final de seu contrato. Mal podia imaginar que, três meses depois, estaria na rua, "demissionário". Roberto de Andrade está encurralado. Preso à palavra que deu a Cristóvão. O presidente corintiano quando o contratou garantiu que o emprego seria seu até o final de seu mandato, fevereiro de 2018. Mas faria uma avaliação após o Brasileiro, se tudo estivesse "dando certo", ele ficaria. Mas até dezembro deste ano, o emprego seria seu. Não haveria risco de demissão. O presidente corintiano estava, na época, preocupado com a sombra de Tite. Acreditou que a imprensa, torcedores e conselheiros atormentariam Cristóvão exigindo o mesmo rendimento do time. O mesmo aproveitamento com Adenor.

Mas não foi o que aconteceu. Não foi preciso comparação com ninguém. O próprio Cristóvão se incumbiu disso. Ele instalou um clima de desânimo, insegurança, falta de credibilidade no seu trabalho. As queixas são diárias a Roberto de Andrade. E vão todas na mesma direção. O treinador tirou a alma corintiana. O time além de não vibrar, se tornou vítima de trocas equivocadas durante os jogos. E que não conseguem fazer a equipe melhorar. A equipe oscila. O treinador tem se mostrado incoerente. Transpirado insegurança. A ponto de ontem, contra o Coritiba, enfrentando um adversário mais fraco e precisando vencer para seguir no G4, Cristóvão só fez uma troca. Por obrigação. Tirou Uendel contundido. E colocou Guilherme Arana. Não quis usar duas substituições, mesmo com o time cansado, deixando de produzir ofensivamente. Resultado: 1 a 1 e queda para a quinta posição no Brasileiro. O clássico contra o Palmeiras, em Itaquera, se tornou um jogo muito mais importante do que já é. Óbvio que dirigentes e torcedores exigem a vitória. Não só para entrar na zona de classificação da Libertadores. Mas também para travar o maior rival. Se possível, contribuir para que perca não só o jogo, como a liderança. Cristóvão foi jogador do Corinthians. Sabe muito bem a responsabilidade que é enfrentar o Palmeiras. Inteligente, ele já percebeu o cenário. Uma derrota em casa, com torcida única, só corintianos, e proporcionar três fundamentais pontos para o time de Cuca, poderia ter consequências danosas para seu trabalho.

Até porque a sombra de Roger é real. Ele está desempregado, livre para aceitar. Basta um telefonema de Roberto de Andrade. Cristóvão faz sua aposta no lado oposto da moeda. Seu desejo é conseguir uma vitória consagradora, marcante. Ver os torcedores vibrando, gritando seu nome no Itaquerão. Ganhar fôlego para seguir até dezembro. Ou talvez até trabalhar na reformulação da equipe para 2017. E ainda exorcizar a sombra de Roger. A pressão desta vez é real. Cristóvão sabe. Torcedores e dirigentes sabem. Há um técnico melhor para o seu emprego. O clássico contra o Palmeiras virou jogo de risco. Uma derrota pode trazer consequências imprevisíveis. Não há uma pessoa empolgada com o trabalho de Cristóvão. Nem Roberto de Andrade...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 15 Sep 2016 10:11:01

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