quinta-feira, 8 de setembro de 2016

São Paulo namora rebaixamento. Leco perdido, indeciso, não sabe para quem dar o futebol, depois da demissão de Gustavo. Ao inimigo Marco Aurélio Cunha ou a Edmílson. E Michel Bastos quer sair...

São Paulo namora rebaixamento. Leco perdido, indeciso, não sabe para quem dar o futebol, depois da demissão de Gustavo. Ao inimigo Marco Aurélio Cunha ou a Edmílson. E Michel Bastos quer sair...




Marco Aurélio Cunha e Carlos Augusto Barros e Silva mal se toleram. Nunca foram amigos. E disputaram o comando do futebol nos tempos de Juvenal Juvêncio. Os dois tinham o mesmo sonho. Ganhar força e popularidade no futebol para chegar à presidência. Marco foi genro de Juvenal. Seu casamento acabou. Assim como a parceria entre os dois. A ponto de quando Carlos Miguel Aidar articulou uma mais do que discutível mudança nos estatutos, e deu um terceiro mandato seguido a Juvenal, Marco Aurélio protestou. Foi exilado. Leco seguiu fiel e acreditou na promessa que seria o sucessor de Juvêncio. Só que Juvenal entregou a presidência a Aidar, como retribuição à mudança dos estatutos. Carlos Miguel teria dois mandatos tranquilos, caso não se envolvesse em negociações questionáveis, com seu vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro. Teve de renunciar. O cargo caiu no colo de Leco. Juvenal sempre questionava a conselheiros a insegurança de Carlos Augusto Barros e Silva. A falta de firmeza nas suas determinações como dirigente. O tempo passou, Marcelo Portugal e Juvenal faleceram. Aidar perdeu todo seu poder. Leco está isolado, perdido. E sua falta de direção, de rumo, mergulhou o São Paulo em uma crise profunda no futebol. Dirigentes, conselheiros e torcedores estão realmente preocupados. Sem convicção, Leco segue acumulando erros amadores que sabotam o time. E o coloca sim, como candidato, ao rebaixamento no Brasileiro. A miopia política é tão grande que agora está sendo forçado a buscar seu inimigo histórico, Marco Aurélio Cunha, para corrigir erros primários. Como a maneira questionável que escolheu pagar Gustavo Vieira. O presidente do clube disse que não poderia pagar um salário muito alto e que decidiu dar 3% no lucro nas vendas de jogadores do São Paulo. Dirigentes ficaram revoltados. A situação sempre foi descabida. Gustavo tinha o controle de compra e venda de atletas. Poderia, na teoria, negociar atletas pensando no seu lucro e não no clube.

Conselheiros fizeram questão de vazar seu salário para jornalistas e membros das principais organizadas. R$ 120 mil mensais. E, desde novembro de 2015, ao assumir, Gustavo não teve paz. Por conta da forma de pagamento escolhida por Leco. Gustavo fez apostas importantes e duvidosas, como envolver cerca de R$ 30 milhões na contratação de Maicon. Leco se defende, alegando que foi convencido que o São Paulo ganharia a Libertadores, com a chegada do zagueiro. O executivo acabou sendo também responsabilizado pela contratação de Cueva, que teve como reflexo a demissão sumária do vice de futebol Luiz Antônio da Cunha. Eles simplesmente não tinha ideia da busca pelo peruano. Leco tentou usar Gustavo como escudo. Não só na perda da Libertadores. Mas na saída de Bauza para a Argentina. Para conselheiros, o dirigente garantia que o executivo tinha a certeza que Edgardo não seria chamado. Por isso contratou atletas da total confiança do treinador argentino, como Buffarini e Chávez. Alegou que o executivo havia afirmado ser bom negócio ter Calleri até o final da Libertadores. E que também Gustavo deu seu aval para a venda de Ganso para o Sevilla. O elenco, na visão do ex-executivo, seria suficiente para conseguir uma vaga à Libertadores de 2017. Conduzido por Ricardo Gomes, o treinador que Leco escolheu, mas também teve a aprovação de Gustavo. Ou seja, o filho de Sócrates passou a ser o culpado por todas as opções que não estão dando certo no São Paulo. O que não é uma postura verdadeira. A última palavra no Morumbi é a do seu presidente, por mais que Leco afirme ter dado autonomia a Gustavo.

A gota d"água foi a invasão dos torcedores ao CT. Mais de 500 membros de organizadas tiveram acesso ao treinamento dos jogadores. O protesto havia sido marcado de forma pública. Pelas redes sociais. A lógica indicava levar os atletas e Ricardo Gomes ao Morumbi. Mas a diretoria resolveu manter para a Barra Funda. Foi um caos. Com direito a ameças de morte e agressões a Wesley, Michel Bastos e Carlinhos. Enquanto a invasão acontecia, Leco estava em Cotia, inaugurando um busto de Juvenal Juvêncio. Há entrevistas de Leco negando e admitindo ter relações com as principais organizadas do São Paulo. Inclusive ajudando financeiramente os torcedores. O dirigente se contradiz sem o menor constrangimento. Nesta semana, o Conselho Deliberativo arquivou o caso Jack. Um dos maiores escândalos envolvendo o clube. Um empresário receberia R$ 18 milhões de comissão por levar a Under Armour como nova fornecedora de material esportivo do clube. Tudo aconteceu sob a presidência de Carlos Miguel Aidar. Aidar foi pressionado pelo valor absurdamente alto que o São Paulo não receberia. De repente, o intermediário, resolveu abrir mão do dinheiro. Algo nunca explicado. Mas o Comitê de Ética resolveu esquecer a questão e tudo foi arquivado. O incrível escândalo foi abafado oficialmente. Leco havia prometido ao assumir a presidência que o clube resolveria seus problemas internamente. Não ficaria mais exposto. O "caso Jack" é uma prova real de que não estava mentindo. Gustavo foi demitido ontem. Para não ficar mal para a opinião pública, há agora a divulgação da saída "em comum acordo". Leco está sendo pressionado, forçado a buscar Marco Aurélio Cunha. Transformar seu inimigo em diretor-executivo, gerente de futebol. Nomenclaturas para esconder sua função. Escudo dos jogadores, da diretoria. Como fazia no início do século. Marco Aurélio tem muita penetração nos veículos de comunicação. Esperto, sabe como tirar o foco de crises. É muito mais comunicativo que Gustavo. O vice José Alexandre Medicis da Silveira é desconhecido da imprensa e dos torcedores. Assim como o diretor de futebol, José Jacobson Neto. Leco tentou utilizar o bilionário diretor de marketing, Vinícius Pinotti, para desviar o foco. Fez com que o dono de Centurión anunciasse que espera que a camisa do clube traga R$ 35 milhões,em 2017. Foi um furo n"água. Ninguém está interessado em promessas financeiras, com o time seriamente ameaçado pelo rebaixamento. Michel Bastos está deprimido. Não quer ficar mais no São Paulo. Foi afastado ontem do jogo por não ter condições psicológicas de enfrentar o Palmeiras. O auxiliar Pintado garantiu ontem que não atuou por estar mal tecnicamente. E o expôs outra vez aos torcedores. "Foi uma decisão técnica. O Michel está com dificuldade de encontrar o ritmo. Num momento como este, temos de seguir com os guerreiros, não podemos usar aquele que não tem condições. Quem está em campo tem de lutar." Palavras que são puro veneno para quem acaba de ser agredido por vândalos. Exatamente por não vibrar em campo, não lutar pelo time. Há até a possibilidade de um acordo e o contrato do jogador ser rescindido.

Ricardo Gomes, que já sofreu dois AVCs, e que estava comandando o Botafogo na zona do rebaixamento, está absolutamente pressionado. Terá o Figueirense, em alta, no domingo, no Morumbi, às 11 horas. Tem a obrigação de fazer o time ganhar. Depois enfrentará Cruzeiro, também no Morumbi, Atlético Paranaense, em Curitiba, Vitória, em Salvador, e Flamengo, no Morumbi. Esses próximos cinco jogos serão fundamentais para o futuro do São Paulo no Brasileiro. Leco considera considera esse período de alto risco. O medo é a equipe mergulhar na zona de rebaixamento. A pressão seria terrível. Os jogos, dramáticos. Em 2013, quando o São Paulo esteve ameaçado pelo rebaixamento, Muricy foi contratado. Sua chegada trouxe otimismo e a situação foi resolvida. Atualmente não há no mercado ninguém parecido. Por isso, Leco está disposto a esquecer velhos ressentimentos. E trazer Marco Aurélio Cunha para o lugar do demitido Gustavo. A última vez que os dois se encontraram foi no enterro de Juvenal. Não se fala outra coisa no Morumbi, desde ontem à noite.

Alguns conselheiros sugeriram o ex-jogador Edmílson como opção. Poderia também chamar a atenção da imprensa e dos torcedores. Sem ter de ceder ao inimigo Marco Aurélio Cunha. Leco, no entanto, segue sendo fiel ao seu estilo. Completamente indeciso, já ouviu mais de dez conselheiros de confiança. Até o meio-dia, ainda não havia ligado para Marco Aurélio. Nem para Edmílson.

O tempo vai sendo desperdiçado.

Característica marcante no Morumbi.

Desde que Leco assumiu a presidência do São Paulo...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 Sep 2016 13:47:53

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