quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Derrota para o miúdo Palestino, e eliminação da Sul-Americana, transformam o ambiente no Flamengo. A empolgação virou frustração. É a primeira crise de Zé Ricardo. Os efeitos colaterais são imprevisíveis...

Derrota para o miúdo Palestino, e eliminação da Sul-Americana, transformam o ambiente no Flamengo. A empolgação virou frustração. É a primeira crise de Zé Ricardo. Os efeitos colaterais são imprevisíveis...




A eliminação do Flamengo na Copa Sul-Americana foi um banho de água fervente. Ser derrotado pelo pequeno Palestino, perder a invencibilidade em Cariacica, novo oásis para os rubro-negros, incomodou. Muito mais do que o previsto. A lamentação de conselheiros e torcedores transformou a conquista do hepta em obrigação. Seria a compensação óbvia para o desejo dos dirigentes de um título sul-americano, que faria muito bem para a imagem do clube de maior torcida do país. São 17 anos sem conquistas. A última foi a Mercosul, em 1999. A queda para o Palestino foi dolorida em vários sentidos. O miúdo clube chileno tem uma folha salarial 11 vezes menor do que os cariocas, R$ 540 mil contra R$ 7,5 milhões. E havia sido derrota pelo time misto de Zé Ricardo no Chile, por 1 a 0. Bastaria um empate e o Flamengo seguiria para as quartas de final. Mesmo misturando outra vez titulares e reservas, o time brasileiro foi irreconhecível. Não tenho o mesmo empenho que seu adversário. Transmitia a nítida sensação de que se sentia muito superior. Ganharia a partida quando bem entendesse. Seus atletas pareciam se poupar para o jogo importante contra o São Paulo, no Morumbi, sábado. O próprio Zé Ricardo não sabia explicar, mas admitiu a marcação frouxa, desinteressada. A derrota e eliminação foi uma lição ao jovem treinador. Sem cobrança, sem firmeza, qualquer partida, considerada apenas mera formalidade, pode desviar o foco. E prejudicar completamente uma caminhada na disputa de um título. O clima de decepção contaminou a Gávea. Os dirigentes ficaram frustrados com a eliminação, pela maneira tola com que aconteceu. Mesmo com o time coalhado de reservas, o Flamengo tem muito mais qualidade do que os fracos chilenos. A sério, a derrota foi inadmissível. O caminho do desgaste, do cansaço dos atletas é real. O elenco não teve o tempo para descanso ideal. Mas todos os clubes envolvidos em grandes competições, como o Brasileiro e a Copa do Brasil também estão extenuados. O estúpido calendário brasileiro é democrático. Estorva a todos, sem privilégios.

O que Zé Ricardo e nem a diretoria levaram em consideração que o Flamengo vinha de três fracassos. Campeonato Carioca, Primeira Liga e Copa do Brasil. A Sul-Americana se tornou o quarto. Ninguém previu o clima de velório, tenso que viria com a frustração de ontem. Foi um choque de realidade. Clube algum, não só o Flamengo, pode entrar com uma equipe mista, desconcentrada, desestimulada e acreditar que possa vencer qualquer adversário. Ninguém tem elenco para isso. Os reservas do, líder do Brasileiro, suaram sangue na derrota para o Botafogo da Paraíba, na semana passada. Sorte que os titulares haviam vencido o primeiro confronto por 3 a 0. O medo na Gávea está nos efeitos colaterais da inesperada eliminação em Cariacica. E que possam sabotar o time na disputa "cabeça a cabeça" com o Palmeiras pelo título brasileiro. Restam 11 partidas no ano. A equipe tem dois dias para lamber as feridas e voltar todo o foco para vencer o São Paulo. O jogo de sábado, às 16 horas, no Morumbi ganhou uma importância fundamental. Não só pelos pontos. Mas na moral pela luta pelo hepta. O Palmeiras jogará na segunda-feira, em Recife, contra o Santa Cruz, um dos últimos no Brasileiro. Adversário teoricamente mais fácil que o time sem rumo de Ricardo Oliveira. O empate no Morumbi é um péssimo resultado. E que pode fazer desandar o sonho de título de vez. Porque, se o Palmeiras vencer, em vez de apenas um ponto, a distância entre os clubes passaria a ser de três pontos. E, pelo momento, a situação seria venenosa.

Na Gávea já se fala em pacto. Jogar externamente a culpa no cansaço pela queda contra o Palestino. Mas internamente, Zé Ricardo só aceita uma compensação. E vai cobrar duro seus jogadores. Ele sabe que virou sua primeira crise na carreira. O sprint final pela conquista do Brasileiro. Sabe que no futebol tudo é muito rápido, dinâmico. A verdade absoluta de ontem vira questionamento hoje. A diretoria e os torcedores querem uma resposta. Acabou o sorriso fácil. A pressão voltou, incandescente. A memória foi atiçada. O dia 28 de março, há seis meses, retornou à mente de muitos. Naquela manhã que as organizadas invadiram o Ninho do Urubu. Que a lição de Cariacica tenha sido efetiva. Tudo é fugaz no clube de maior torcida do Brasil. A euforia se transforma em frustração, pressão, em 24 horas. É exatamente o que está vivendo hoje. A eliminação da Sul-Americana trouxe uma certeza. Lutar para ganhar o hepta virou obrigação. A começar pelo São Paulo. É imprevisível a reação do promissor, mas novato, Zé Ricardo...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 29 Sep 2016 10:54:59

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