segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Diretoria do Grêmio imita a do Inter. Desvia o foco do fracasso contratando um dos maiores ídolos de sua história. Quer Renato Gaúcho como escudo. Como fez o rival com Falcão. O futebol de Porto Alegre não merece dirigentes tão ruins...

Diretoria do Grêmio imita a do Inter. Desvia o foco do fracasso contratando um dos maiores ídolos de sua história. Quer Renato Gaúcho como escudo. Como fez o rival com Falcão. O futebol de Porto Alegre não merece dirigentes tão ruins...




Grêmio e Internacional são duas potências. Mas seus grandes títulos estão ficando desbotados, no passado. Os tricolores foram campeões mundiais em 1983, da Libertadores em 1983 e 1995. Campeões do Brasil, em 1981 e 1996. Venceram a Copa do Brasil em 1989, 1994 e 1997. Os colorados venceram o Mundial em 2006. A Libertadores em 2006 e 2010. O Brasileiro em 1975,1976 e 1979. Venceram uma única Copa do Brasil, em 1992. Renovaram suas arenas. Têm estádios modernos, impressionantes. Centros de Treinamentos ambiciosos. Mas seus dirigentes não têm correspondido às expectativas. As decepções são seguidas. A última conquista do Internacional importante, fora das terras gaúchas, foi há seis anos, a Libertadores da América. O Grêmio há nove anos, a Copa do Brasil. A explicação para essa sequência de fracassos é um fenômeno digo de xifópagos. Muito se diz que os gêmeos com dois troncos diferentes e apenas uma parte do corpo. Quando um está alegre, o outro fica por osmose. Quanto a tristeza domina um, o sentimento domina o segundo. Ou seja, no Rio Grande do Sul, quando um dos rivais de morte está bem, puxa o outro. Obriga o confronto por cima. Agora, quando um está mal, o outro também se nivela por baixo. Infelizmente para o futebol brasileiro é o que acontece com o Grêmio e o Internacional. Basta procurá-los na tabela de classificação. Só serão encontrados da metade para baixo. O tricolor está na 11ª colocação. O colorado se debate na zona do rebaixamento, em 18º lugar.

Os dois presidentes Romildo Bolzan Júnior e Vitorio Piffero disputam para quem é o pior. Os dois não tiveram competência para escolher pessoas que respeitem o passado dos dois clubes no futebol. Seus dirigentes acumulam enganos. Apostas em elencos sem liga, fracos, incapazes de mostrar a menor personalidade para pelear nos momentos difíceis. O Internacional já teve três treinadores neste Brasileiro. Argel, que os próprios dirigentes agiam como se tivessem de se desculpar por tê-lo como técnico. Era a nítida a falta de apoio, convicção. Mesmo quando venceu o Campeonato Gaúcho, a festa não teve entusiasmo. Fizeram muito pior quando as coisas começaram a não dar certo, como previam. O demitiram sem piedade. A diretoria escolheu um dos maiores ídolos da história do clube como escudo. Paulo Roberto Falcão chegou pela terceira vez para comandar o clube. Já está mais do que comprovado que ele é um dos melhores teóricos do futebol moderno no Brasil. Mas sem a menor capacidade para fazer 11 jogadores entenderem, comprarem suas ideias. Ele não consegue ser simples. Buscou fazer que atletas fracos desempenhassem duas três funções táticas. Foi um desastre. Durou apenas cinco partidas no seu amado Internacional. Passou pela terceira vez o vexame de ouvir os torcedores xingá-lo de "burro". Não tiveram o menor respeito por tudo que ele fez com a bola nos pés. Por sua fundamental contribuição para o Internacional despertar orgulho em todos os brasileiros. A diretoria apelou para Celso Roth. Um técnico marcado pela simplicidade básica. Sua missão é tentar, graças aos seus esquemas defensivos e muita força física, conseguir somar pontos para escapar do rebaixamento. E depois, até ele mesmo sabe, ser dispensado sem a menor consideração após o final do Brasileiro. Ninguém da diretoria do Internacional tem a capacidade agora de dar sua palavra de honra que o clube começará 2017 com Roth. Por um simples motivo. Não começará.

O Grêmio vai pelo mesmo caminho tacanho, pequeno demais pelo que representa. Mais um ano de falsas promessas. De grandes objetivos. E os dirigentes não conseguiram dar um plantel importante, forte para Roger. O treinador que começou muito bem, arrancando água de pedra, acabou sucumbindo. Não teve o apoio suficiente nos momentos ruins. Quando a diretoria percebeu que não estava mais servindo como escudo, o demitiu sem pena. Pura transferência de culpa. Para um clube incapaz de deter o hexacampeonato gaúcho do Internacional, as exigências eram grandes demais. Roger então "se demitiu" na semana passada. A combativa imprensa de Porto Alegre sabem muito bem que ele foi demitido pela diretoria gremista. Mas para tentar "preservar a imagem" do técnico, essa alegada demissão. Depois de muito pensar, Romildo Bolzan em plena campanha pela reeleição, não poderia terminar o ano de maneira triste, constrangedora, com um interino. Ele avisou que contrataria um treinador para ficar apenas três meses. Quem se habilitaria? Alguém que está sem trabalhar desde abril de 2014. E, em uma demonstração total de falta de imaginação, os gremistas copiam descaradamente a ideia colorada. Que acabou de não dar resultado. Apostar em um dos maiores ídolos tricolores da história para desviar o foco. Escaparem das cobranças dos torcedores, da imprensa gaúcha. Acertaram a terceira volta de Renato Gaúcho como treinador. E de quebra, trouxeram Valdir Espinosa, como coordenador. Apelação ao imaginário, ao inesquecível ano de 1983. Quem viu não se esqueceu jamais das grandes arrancadas de Renato Portaluppi pela ponta direita. Apesar de forte, alto, tinha uma explosão muscular inacreditável.

Foi a principal peça de uma equipe incrível, campeã pela primeira vez da Libertadores da América e do Mundial Interclubes. Renato, o craque. Espinosa, o técnico. Isso é algo que já pertence à importante história gremista. Outra coisa muito diferente é o desempenho de Renato Gaúcho como treinador. Na primeira vez, ele ficou de agosto de 2010 a julho de 2011. E na segunda, de julho até dezembro de 2013. Nas duas vezes foi incapaz de conseguir qualquer título. Foi considerado um treinador sem variações táticas, parado no tempo. A torcida que o amou e carrega, orgulhosa, seu rosto em todo jogo do Grêmio, acabou perdendo a paciência nas duas vezes. E também cometeu a mesma heresia dos torcedores colorados, xingou um dos seus maiores ídolos. Exigiu sua saída. Suas últimas façanhas foi jogar futevôlei nas praias cariocas e fazer propagandas com sua bela filha. A volta de Renato Gaúcho, depois de dois anos e cinco meses ao futebol para cumprir três meses de contrato é constrangedora. Valdir Espinosa, completará 69 anos, no próximo mês. Foi comentarista de rádio, tevê e candidato a deputado estadual. A sua última passagem em um clube grande foi há sete anos. Como auxiliar no Fluminense. O Grêmio está entregue a uma dupla com o passado brilhante. E o presente longe da elite de futebol. Renato mais preocupado com a praia, em jogar futevôlei. E Espinosa, tentando coordenar times pequenos, minúsculos, como Esportivo e Metropolitano. Mas Romildo, está feliz. Desviou o foco do péssimo trabalho no futebol. Todos só falam de Renato Gaúcho e Espinosa. 33 anos depois.

Sabe que o objetivo da dupla é apenas evitar o rebaixamento. Já estará ótimo. 2017, a história será outra. Com outro técnico, outro coordenador. Triste demais o que acontece com o futebol do Rio Grande do Sul. Não há ambição, ousadia, planejamento.

Tudo segue parado no tempo.

Com truques ultrapassados.

E mais um ano perdido.

Sem títulos nacionais.

Pior para os apaixonados torcedores.

Colorados e tricolores não precisavam passar tanta vergonha.

Internacional e Grêmio não merecem dirigentes tão ruins...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Sep 2016 21:35:12

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