sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A humilhante eliminação da Copa do Brasil para o Juventude, clube da Terceira Divisão. O vexame encerra a esperança do São Paulo em 2016. Mais um ano de desculpas e fracassos...

A humilhante eliminação da Copa do Brasil para o Juventude, clube da Terceira Divisão. O vexame encerra a esperança do São Paulo em 2016. Mais um ano de desculpas e fracassos...




"Não, nada de vexame. O erro foi no primeiro jogo. Isso é copa. É outra competição. O risco de time de segunda, da terceira divisão, um risco bem diferente. Hoje controlamos o jogo e merecíamos a classificação. Não aconteceu, mas, pelo que eu vi no nosso time, claro que não posso estar contente com essa desclassificação, mas, pela garra, estou satisfeito. "Nós merecíamos a classificação. A qualidade do jogo. A gente fala muito pouco no Brasil da qualidade do jogo, do espetáculo. Fomos eliminados, sim, mas demos espetáculo." Ricardo Gomes teve a coragem de se esconder atrás dessas palavras. Vivido, o treinador sabe que neste país, há inúmeros veículos de comunicação vão pelo caminho do jornalismo declaratório. O técnico falou, vira manchete. Não é analisado. Gomes é treinador do São Paulo Futebol Clube, tricampeão mundial. O time que comanda foi eliminado pelo Esporte Clube Juventude, equipe pequena do Rio Grande do Sul. E que disputa a Terceira Divisão do futebol brasileiro. E que disputará as quartas de final dessa divisão, com total favoritismo para o Fortaleza. O São Paulo "espetacular" de Ricardo Gomes foi eliminado da Copa do Brasil em Caxias do Sul. Perdeu no Morumbi por 2 a 1. Venceu ontem por 1 a 0. Seus jogadores e o treinador ficaram histéricos, revoltados porque, aos 50 minutos, Bruninho, do pequeno time gaúcho, desviou a bola com a mão dentro da área. Sem intenção. Mas, pelos critérios ridículos da Comissão de Arbitragem da CBF, o mineiro Ricardo Marques Ribeiro deveria ter marcado. Sim. Mas talvez, pela lei ignóbil da compensação, não quis prejudicar o Juventude duas vezes. O gol de Rodrigo Caio foi marcado em impedimento. Isso o revoltoso Lugano e nenhum dos seus companheiros tem a coragem de falar. O que interessa é que o 2016 é outro ano de fracassos no São Paulo. Nenhum mísero título. Muitas humilhações. Como ser eliminado do Paulista diante do Audax por 4 a 1. Na Libertadores, o clube gastou o que não tinha. A torcida apaixonada carregou a equipe até onde pôde. Mas não conseguiu ir além da semifinal diante do Atlético Nacional. Eliminação onde foi feita a maior aposta. O Brasileiro foi deixado de lado para a principal disputa do ano. Mas o gravíssimo erro do inseguro presidente Carlos Augusto Barros e Silva. Nunca preparou um plano B para a saída de Edgardo Bauza. Não acreditava que ele assumiria a Seleção Argentina. Acalmava conselheiros desesperados pela possibilidade de o time perder novamente um ótimo comandante.

Leco estava tão confiante que seguiu contratando jogadores como Buffarini, Chavéz e Cueva, indicados por ele. Bauza sabia como poderia tirar o máximo deles. Só que não pôde provar. Foi chamado pela AFA. Como revelou o blog, havia uma cláusula fatal no seu contrato. Desde que viesse o convite, o São Paulo estava amarrado. Teria de liberá-lo imediatamente, sem receber um tostão de multa. Nada. Leco tinha apenas o direito de acenar com um lenço, dar adeus no aeroporto de Cumbica. Daí, a opção por tirar o treinador do Botafogo, que estava na Segunda Divisão. Ricardo Gomes é um guerreiro. Seu amor ao futebol vai além do bom senso. Ele teve dois Acidentes Vasculares Cerebrais. O segundo com hemorragia. Correu risco de morrer. Ambos enquanto estava no banco de reserva. Um pelo São Paulo, contra o Palmeiras. E o segundo, comandando o Vasco, diante do Flamengo. O seu amor pelo futebol o fez voltar ao futebol. Primeiro como dirigente. Mas não conseguiu ficar longe. Quis voltar a ser técnico. Sua família e os médicos sabem que é uma das profissões mais estressantes deste país. Ainda mais para quem já teve dois AVCs. Só que não houve jeito. Ricardo Gomes foi inflexível. Conseguiu cumprir a obrigação. Tirar o Botafogo da Segunda Divisão. O levou para a disputa de título carioca. Perdeu para o Vasco. Mas seu trabalho chamou a atenção do Cruzeiro. O time mineiro oferecia mais dinheiro do que recebia. Mas a diretoria botafoguense prometeu um aumento. Ele ficou no Rio. Mas não cumpriu a promessa. E Ricardo se sentiu livre, quando chegou o São Paulo. É difícil analisar o seu trabalho em pouco mais de um mês. Sua personalidade e amor ao futebol atrapalham o julgamento isento. Mas os resultados saltam aos olhos.

No Brasileiro, na sua estreia, o time empatou com o Internacional, em Porto Alegre, por 1 a 1, na sua estréia. Empatou com o Coritiba, no Morumbi, em 0 a 0. Perdeu para o Palmeiras, na arena do rival, por 2 a 1. Venceu o Figueirense por 3 a 1, no Morumbi. Ganhou do Cruzeiro, no Morumbi, por 1 a 0. Perdeu para o Atlético Paranaense, em Curitiba, por 1 a 0. Duas vitórias, dois empates, duas derrotas. De 18 pontos disputados, conquistou oito. Perdeu 10. Está a 17 pontos do líder Palmeiras. Faltando 12 rodadas, o clube já não tem a menor pretensão de título. Está a 11 pontos da zona de classificação para a Libertadores de 2017. A tarefa é dificílima. Por outro lado, está a apenas seis pontos dos quatro que ocupam a amaldiçoada zona do rebaixamento. Os 12 jogos que restam para o São Paulo. Vitória, em Salvador; Flamengo, no Morumbi; Sport, em Recife; Santos, no Pacaembu; Fluminense, no Rio; Ponte Preta, no Morumbi; América, em Belo Horizonte; Corinthians, no Morumbi; Grêmio, no Morumbi; Chapecoense, em Santa Catarina; Atlético Mineiro, em Belo Horizonte; e Santa Cruz, no Morumbi.

As "autoridades" seguem averiguando se houve facilitação na invasão do CT da Barra Funda, por parte das organizadas, no dia 27 de agosto. Quando Michel Bastos, Carlinhos e Wesley foram agredidos. Se realmente foi planejada essa "facilitação", a invasão para "dar um choque nos jogadores", o efeito foi contrário. Muitos atletas seguem com medo dos vândalos. O futebol até piorou. Só seguem no clube amarrados por contrato. O ambiente segue cada vez mais pesado, marcado pela insegurança. Os discursos de Marco Aurélio Cunha não provocaram a reação desejada. Nem a promessa de aumento nas premiações. Para piorar, a parte política promete ser agitada neste fim de temporada. O Comitê de Ética, responsável pela expulsão de Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro, está investigando o presidente Leco. E o seu envolvimento em uma comissão não paga a Jorginho Paulista, que obrigou o São Paulo a pagar mais de R$ 2 milhões.

O resto de 2016 traz mais tensão. O clube avisou aos quatro cantos que priorizaria a Copa do Brasil. Mas acaba de ser eliminado por um time da Terceira Divisão. Com seu treinador garantindo que o time deu um espetáculo. O São Paulo não só deixa sonhar com um título inédito. Desperdiçou milhões nos confrontos pelas quartas, semifinais e uma eventual final de Copa do Brasil. Além do atalho para a Libertadores. O São Paulo deve mais de R$ 150 milhões. Mais pressionado do que nunca, segue no Brasileiro. Com o descrédito de sua torcida. Com a falta de rumo da diretoria. A tensão dos jogadores. E o disfarce de Ricardo Gomes, que não conseguiu dar o mínimo padrão ao São Paulo, desde que largou o Botafogo. A sensação no Morumbi é conhecida. Mais um ano desperdiçado. Marcando passo, patinando. Cheio de desculpas vazias. Desta vez com direito a vexame histórico. Virou motivo de festa de time de Terceira Divisão. Qual humilhação falta para o São Paulo Futebol Clube? O tricampeão mundial, tri da Libertadores e hexa Brasileiro? O rebaixamento? Que tal uma nova invasão ao CT? Quem sabe, tudo não melhora?




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 23 Sep 2016 08:48:55

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