terça-feira, 20 de setembro de 2016

Corinthians não pensa em efetivar o auxiliar Carille. Por pressão das organizadas, diretoria estuda um treinador 'conhecido'. Roger, Eduardo Baptista seguem na frente na disputa. Amigos tentam empurrar Luxemburgo. Mano assume. Com Roberto de Andrade não trabalha...

Corinthians não pensa em efetivar o auxiliar Carille. Por pressão das organizadas, diretoria estuda um treinador 'conhecido'. Roger, Eduardo Baptista seguem na frente na disputa. Amigos tentam empurrar Luxemburgo. Mano assume. Com Roberto de Andrade não trabalha...




Mal o auxiliar Fabio Carille assumiu, a cúpula do Corinthians já percebeu que precisa de um treinador vivido, conhecido, respeitado em 2017. Não há confiança sequer se Carille ficará até o final do Brasileiro, como deixou escapar o gerente Alessandro, na coletiva de ontem. Nos bastidores já começou a disputa pelo sucessor de Cristóvão Borges. Conselheiros e companheiros de diretoria perceberam a descrença de Andrés Sanchez e Roberto de Andrade, os homens que comandam o Corinthians, embora, ultimamente, apenas Andrade venha falando. Candidatos surgem com predicados que vão desde até a linhagem, o sobrenome. O que é o caso de Eduardo Baptista. Aliados de Andrés insistem que ele está pronto para assumir o clube. Representar à altura seu pai, Nelsinho Baptista, o primeiro treinador campeão brasileiro com o Corinthians, em 1990. Eduardo conseguiu ótimos resultados no Sport. Fracassou no Fluminense. E voltou a se destacar neste Brasileiro, com a Ponte Preta. Com o orçamento curto, a diretoria campineira tem apenas um desejo, que o time não seja rebaixado. Mas Baptista está indo além. Mantém a equipe em oitavo lugar, a seis pontos do Z4. Ele tem conceitos modernos de futebol, com muita marcação, recomposição, velocidade. Tem o grupo nas mãos. E também ganhou moral ao avisar publicamente que não larga o clube de Campinas até acabar o Brasileiro. Em 2007, ele trabalhou como preparador físico no Parque São Jorge. Chegou com o pai tentando evitar o rebaixamento para a Segunda Divisão. Mas os dois não conseguiram. Porém Eduardo deixou ótima impressão por sua dedicação. Andrés segue tendo muito bom relacionamento com Nelsinho, que trabalha no Japão. A dúvida é se suportaria a pressão de ser o comandante no Corinthians. Aos 46 anos não conseguiu lidar com estrelas como Fred e a cobrança constante dos torcedores e imprensa. Embora Roberto de Andrade garanta que não se interessa por Roger, não é bem assim que pensam quem o sustenta no cargo. Seus aliados mais próximos lembram a indicação de Tite. O atual treinador da Seleção deu sua bênção na escolha do ex-treinador gremista. O apontou como estudioso, dedicado, motivador. E que seguiria sua metodologia, já que funcionários importantes do futebol continuariam no Parque São Jorge, apesar da ida à CBF.

Grande parte da irritação de Roberto de Andrade, em relação a Roger, tem origem na rejeição de Cristóvão Borges. O presidente não se conformou pela maneira com que o ex-treinador foi recebido. A aposta foi apenas sua. Ele é muito amigo de Cristóvão, desde os tempos como jogador, e o vê como um técnico diferenciado. Só que dirigentes, torcida e imprensa ficaram decepcionados com o currículo de fracassos. Acabou desacreditado até pelos jogadores. Transpirava insegurança. Roger foi quase que unanimidade no Parque São Jorge. Como é Roberto de Andrade, em última instância, quem decide, ele não quis ceder. Contratar o gaúcho seria admitir publicamente o erro de não ter seguido a indicação de Tite. Fernando Diniz é considerado "moderno" demais para Roberto e Andrés. O treinador virou escravo de suas palavras. O técnico já disse várias vezes que acredita nos seus conceitos e não quer ceder. Como sair jogando desde o goleiro. Trocar passes mesmo se um adversário marcar sua equipe sob pressão. Mudança constante de posição do meio para a frente. E até atrás. Situação que levaria meses para entrosar um time. Aliados de Andrade afirmam que o Corinthians não pode servir como laboratório. O medo dos demais clubes grandes em apostar em Fernando Diniz já é significativo.

Os amigos de Vanderlei Luxemburgo outra vez entraram em ação. Depois de fracassem no Santos, quando Dorival teve uma fase ruim no Brasileiro, no Vasco, quando Jorginho patinou, agora os aliados do técnico usam as alianças com jornalistas. Amigos da imprensa com quem o treinador já jantou, tomou vinho. São muitos. Buscam relembrar tudo de bom que ele já fez no Corinthians. Falam muito de 1997 e 1998, de onde partiu para a Seleção, de onde caiu depois de fracassar na Olimpíada de 2000 e ser processado por falsidade ideológica, ter jogado a carreira toda como "gato", com a idade alterado, diminuída em três anos. Defendeu até o Brasil em Toulon. Não escapou do escândalo. Luxemburgo entrou no mais forte processo de decadência de um treinador brasileiro. Mesmo no Corinthians, sua última passagem foi em 2001, quando jogou fora a decisão da Copa do Brasil. Perdeu para o Grêmio de Tite por 3 a 1. Na madrugada que antecedeu a partida teve uma grande discussão com o elenco, principalmente com Marcelinho Carioca. O assunto seria mulheres.

Depois de treinar o Real Madrid em 2005, foi demitido recentemente do Tianjin Songjiang, clube da Segunda Divisão chinesa. 12 jogos bastaram. O colunista Léo Dias publicou nota garantindo que ele está em depressão. Andrés e Roberto têm a certeza que provocariam o caos contratando Luxemburgo. Mas os amigos em comum tentam pressionar. Mano Menezes matou de vez suas mínimas chances de retorno. Roberto de Andrade o preteriu em relação a Tite, em 2015. O treinador não o perdoou. Como deixa claro na resposta que deu à Folha hoje. Foi perguntado se teria alguma mágoa de Andrade.

"Futebol não é só mágoa. As pessoas têm suas preferências, ele (Roberto) tem todo o direito de ter as dele, assim como eu tenho as minhas. E, às vezes não quero assumir um trabalho porque não são as pessoas nas quais confio plenamente." Abel Braga acabou de completar 64 anos. Ele é um treinador caro e que não tem uma conquista relevante desde 2012, o Brasileiro com o Fluminense. Não há grandes defensores no Parque São Jorge. Roberto de Andrade e Andrés sabem que a partida de amanhã, contra o Fluminense pela Copa do Brasil, é partida de risco. As organizadas que sempre os apoiaram querem satisfação. Principalmente do presidente. Irritadas com o desempenho pífio do time, querem saber como estão as contas do estádio. Sabem que são elas as vilãs que impedem a montagem de uma grande equipe. E por ter um auxiliar como treinador interino. Roberto de Andrade e sua diretoria terão proteção extra amanhã no Itaquerão. O medo é que as organizadas tentem invadir seu camarote como fizeram diante do Palmeiras, no sábado. Aliás, ontem à noite, cerca de 20 membros das organizadas invadiram a sede social do clube. A reclamação foi sobre o marketing do clube. "Chega de camisa colorida. Corinthians é preto e branco. Menos marketing e mais futebol. Devolva o Timão", estava escrito em uma faixa que fizeram questão de fotografar, provando a invasão. A faixa foi esticada na sala de Roberto de Andrade. O presidente já foi aconselhado a escolher logo um novo treinador consagrado. Ele serviria para desviar o foco de tanta pressão. O sonho de Fabio Carille pode ser menor que imagina...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 20 Sep 2016 10:39:01

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