terça-feira, 13 de setembro de 2016

O ídolo que faltava à Gávea. Diego. A maior arma do Flamengo não só para tomar a liderança do Palmeiras. Mas na luta pela conquista do Brasileiro. O meia renasceu no Rio de Janeiro...

O ídolo que faltava à Gávea. Diego. A maior arma do Flamengo não só para tomar a liderança do Palmeiras. Mas na luta pela conquista do Brasileiro. O meia renasceu no Rio de Janeiro...




Foram 12 anos na Europa. Portugal, Alemanha, Itália, Espanha e Turquia. Seis clubes. Porto, Werder Bremen, Juventus, Wolfsburg, Atlético de Madrid e Fenerbhaçe. 31 anos. Neste período foi alvo do Palmeiras, Corinthians, Internacional, São Paulo, Fluminense e Santos, de onde surgiu para o cenário internacional, em 2002. Se recusou. Queria ficar no Velho Continente enquanto fosse atleta de equipes grandes, importantes. Ao perceber que este tempo passou, surgiu a proposta do Flamengo. O profundo estudo divulgado pelo Itaú BBA, de três meses atrás, não deixa dúvidas do que se desconfiava. As gestões de Bandeira de Mello, ex-executivo do BNDES estão sendo responsáveis, certeiras. Tanto que foi o clube que mais diminuiu seu endividamento no futebol deste país. A dívida do Flamengo, que era R$ 627 milhões em 2014, diminuiu para R$ 546 milhões em 2015. O que ainda parece assustador. Mas só parece. São mais de 60% dívidas fiscais, que após a adesão ao Profut podem ser pagas em até vinte anos. Uma cortesia populista da ex-presidente Dilma Rousseff para os clubes brasileiros. O problema real, as dívidas bancárias e operacionais, ficam "apenas" em R$ 200 milhões. Ou seja, é fácil de lidar. O clube parcela seus cerca R$ 250 milhões em vinte anos e lida, de verdade, como se devesse R$ 200 milhões. O que tornou o clube plenamente administrável. Este o "segredo". Outro número importante também precisa vir à tona. O Flamengo também foi o clube com o melhor saldo financeiro em 2015. O clube teve R$ 305 milhões de receitas e R$ 191 milhões de despesas, gerando um lucro de R$ 115 milhões. Com a recuperação da saúde financeira, o Bandeira de Mello pôde, finalmente, investir na construção de um Centro de Treinamento digno da força do Flamengo. O Ninho do Urubu está acordando para a modernidade. As finanças encorajaram o confronto com a Globo e a Federação Carioca. O clube se recusa a assinar a renovação para a transmissão de seus jogos no torneio estadual. Quer mais dinheiro e menos jogos. Se não houver o entendimento, será caótico para a emissora. A animação chega ao sonho de analisar com seriedade planos para ter um estádio. Enquanto isso, articula a real possibilidade de administrar o Maracanã. O candidato a sócio nesta empreitada é o empresário Rubem Medina, organizador do Rock in Rio. Ele está interessado em ter a nova arena para shows. E deixaria o futebol para o Flamengo.

No meio de tantas notícias importantes, a necessidade de um time importante, digno da tradição flamenguista. Os primeiros times de Bandeira de Mello foram fracos porque não havia ainda o Profut. E a dívida já havia ultrapassado os R$ 800 milhões ao assumir. O clube foi o que melhor aproveitou o empurrão populista de Dilma. E por isso tratou de buscar jogadores importantes. A meta traçada era uma vaga na Libertadores de 2017, quando o cenário deverá estar melhor ainda. O destino interferiu. Muricy Ramalho era o sonho dourado. Ele tinha um contrato "europeu" e assumiria a função de modernizar todo o futebol do Flamengo, usando como base seus anos de São Paulo e o trabalho competente do Barcelona. Muricy detalhou todo o planejamento de modernização aos dirigentes. Havia se comprometido a acompanhá-lo de perto. No futebol, sua adaptação estava sendo muito ruim. Quando o coração o obrigou a abandonar não só o Flamengo, como o trabalho como treinador. Foi quando Zé Ricardo herdou o time. E os reforços que o caixa controlado possibilitavam. Entre eles, faltava um jogador importante para ser referência. Se transformar no ídolo que Guerrero não conseguiu. Desde Ronaldinho Gaúcho, os torcedores se mostravam carentes. Queriam um jogador para se orgulhar. Diego percebeu o cenário. Aos 31 anos, muito bem vividos, percebeu que não poderia decepcionar. Pediu seu tempo para entrar em forma. Seu futebol competitivo, de movimentação constante, só é eficiente com fôlego e explosão muscular. Foi o que conseguiu. Ele prometeu e está atuando de maneira digna no Flamengo. Justificando a aposta dos dirigentes. R$ 600 mil mais R$ 140 mil das luvas parceladas. R$ 740 mil a cada 30 dias.

Vivido, exigiu agir como se estivesse na Europa. E fez sua pré-temporada individual antes de estrear. Mais de um mês de treinamentos para que quando vestisse pela primeira vez a camisa rubro negra não decepcionasse. E foi o que aconteceu. Teve ótimas atuações como elo entre o meio de campo e ataque. Fiel ao seu estilo, dinâmico, vibrante. Não teve dificuldades diante do nível do futebol brasileiro. Além de jogar bem, o futebol do meia foi decisivo. Com ele em campo, o aproveitamento do Flamengo é impressionante. Cinco jogos, cinco vitórias. Quatro pelo Brasileiro e uma pela Copa Sul-Americana. Diego é a maior arma de Zé Ricardo, amanhã contra o Palmeiras. "Eu não gosto de destacar ninguém individualmente. Mas ele trouxe equilíbrio, vivência, ainda mais gana de vitória ao time. Ele se encaixou muito bem na equipe. Chegou na hora certa. Estamos entrando na fase decisiva do campeonato. O Diego é uma ótima arma do Flamengo", elogia o jovem treinador. Diego segue sendo muito esperto. Adotou dois discursos para a partida de amanhã. O público é que a partida é importante, mas não é final, não decide o Brasileiro. Mas para seus companheiros de time, a história é outra. Faz questão de incentivar, mostrar que tirar a liderança do Palmeiras, na sua casa, seria o grande trunfo emocional, psicológico para o time acreditar ser possível vencer o Brasileiro. Atingir o hepta, como dizem os flamenguistas. Ou o hexa, de acordo com os amantes do Sport.

A diretoria e os torcedores não tem dúvida. O ídolo da Gávea não é Guerrero. Muito instável, desequilibrado emocionalmente. O jogador a ser admirado é Diego. Ele celebra o casamento perfeito entre talento e vibração. Questionado na Europa, o clube fez um bem enorme ao meia. A paixão, o respeito com que está sendo tratado o nutre. O faz prometer que irá se desdobrar, amanhã. Fará tudo para o Flamengo vencer o jogo. E dar o primeiro passo concreto em direção ao título. O meia é a maior arma rubro negra para fazer história contra o Palmeiras. E se vier o título, uma esperança deverá renascer no seu peito. A vontade de voltar à Seleção Brasileira. Quem pode decretar o que é impossível para Diego?





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 13 Sep 2016 14:49:28

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