terça-feira, 18 de outubro de 2016

O presidente do STJD deixa claro. É muito barulho por nada. O Fla-Flu não será anulado. Resultado que a CBF deseja. Não adiantou a leitura labial flagrar o inspetor e Sandro Meira Ricci. Um brinde à ingenuidade...

O presidente do STJD deixa claro. É muito barulho por nada. O Fla-Flu não será anulado. Resultado que a CBF deseja. Não adiantou a leitura labial flagrar o inspetor e Sandro Meira Ricci. Um brinde à ingenuidade...




"Muito barulho por nada." É uma das peças mais consagradas do inglês William Shakespeare. É uma comédia e foi mostrada ao público pela primeira vez em 1589. Tem como cenário, a cidade italiana de Messina. Envolve dois casais que se desentendem. E no final, acabam juntos. O texto é excelente. E transborda ironia. Até no título, Much Ado About Nothing. Os livros de Shakespeare estão em pdf à disposição de todos, na Internet. Não há como não lembrar da leitura depois da reveladora entrevista do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Ronaldo Botelho Piacente, à rádio Bandeirantes. Está havendo um escândalo generalizado. O STJD aceitou o pedido do Fluminense. E vai julgar a possibilidade de anulação da partida contra o Flamengo. Ordenou e a CBF retirou os pontos da equipe da Gávea. E fez constar na tabela, ao lado dos rivais cariocas, o nefasto asterisco. Ele significa que a pontuação não é definitiva. Não enquanto não for feito o julgamento. Muito barulho... Agora, vem o nada. A maior prova que o jogo deveria acontecer de novo está na boca do inspetor de arbitragem Sérgio Santos. A TV Globo não só flagrou ele falando com Sandro Meira Ricci. Como fez a leitura labial. Como todos sabem, àquela altura, 39 minutos do segundo tempo do Fla-Flu, o zagueiro Henrique havia marcado um gol de cabeça. Em impedimento. Emerson Augusto de Carvalho assinalou. Só que Sandro resolveu confirmar o gol. Provocou enorme tumulto. Porque no banco de reservas do Flamengo chegou a informação de forma instantânea, que o lance foi ilegal. Os jogadores foram liberador para cercar Sandro Meira Ricci. Os reservas do Fluminense, também. Como já disseram alguns, o gramado de Volta Redonda parecia viver uma reunião de condomínio. Um caos. Totalmente irregular essa confusão. Ricci parecia não saber o que fazer. Até que Sérgio Santos falou de forma definitiva para o juiz. "A TV sabe. A TV sabe que não foi." Sandro consentiu com a cabeça e anulou o gol. A leitura da situação confirmaria o erro de direito. Interferência externa à decisão do árbitro. A recomendação da Fifa é punição ao juiz e remarcação da partida. Mas tudo indica que isso não acontecerá. O jogo será confirmado. E os três pontos voltarão ao Flamengo. Por mais que tenha acatado o pedido do Fluminense, Piacente, antecipa a incrível desvalorização da contundente prova. Maior desejo da CBF para tentar resgatar um pouco da credibilidade do Brasileiro de 2016, que já foi para o ralo.

"A leitura labial vale, mas esta prova que está sendo produzida, baseada nas imagens, é uma prova relativa, não absoluta. Vai ser a base para uma decisão de anulação de partida. O que precisa frisar é se realmente o inspetor disse aquelas palavras ao árbitro. Tem a leitura labial, mas ele [inspetor] negou ter dito aquilo",antecipa o presidente do STJD. E vai além. Avisa que o tribunal irá escolher um perito seu para a leitura labial. E se ele também confirmar as frases "A TV sabe. A TV sabe que não foi", o jogo não deverá ser anulado. Para que esta anulação acontecesse, na visão do presidente do STJD, Sandro Meira Ricci teria de confirmar que anulou o gol por causa do inspetor. Se ele fizer isso, corre o risco de tomar uma suspensão por um ano. A Procuradoria do STJD já o acusou por não colocar na súmula a confusão de 13 minutos. O juiz tratou de corrigir a súmula ontem. Piacente também antecipa que para o jogo ser anulado, o inspetor também teria de confirmar sua declaração. Que saberia que a TV já confirmara o impedimento. Se Sérgio Santos fizesse isso, daria um fim na sua carreira como inspetor. O bom senso antecipa que não sabotará sua profissão. Ou seja, todo esse barulho deverá ser por nada. O STJD acata o pedido de anulação, mas não reconhece a principal prova. Se isso não certo, ainda há outra "revelação". O auxiliar Émerson Augusto de Carvalho teria contado uma versão inédita do que ocorreu à Comissão Independente de Arbitragem da CBF. "Emerson (Augusto de Carvalho) teve a dignidade de reconhecer que errou. Porém, sua decisão aconteceu de maneira muito lenta, dando margem a todo tumulto. Emerson disse que sinalizou o impedimento e, após o Sandro (Meira Ricci) ter acatado seu pedido, o assistente perguntou quem fez o gol. "Como disse, em um primeiro momento, que Henrique não estava impedido, o árbitro confirmou o gol. Porém, ao ver os jogadores do Flamengo o cercando, Emerson voltou a chamar o juiz, disse que teria reconsiderado a jogada, e que o Henrique também estava impedido", disse José Roberto Wright ao Lance! Ou seja, não há por onde esperar a anulação. A não ser que Sandro Meira Ricci e o inspetor Sérgio Santos não estejam mais interessados em ganhar a vida com o futebol. O asterisco estará vivo pelo menos um mês, envergonhando o futebol desse país. Será fulminado no julgamento do pleno do STJD, sem direito a recurso. O processo não vai para a primeira instância. O resultado, a não anulação, é tudo o que a CBF deseja. Para quem acreditou que, a ilegal frase flagrada pelas câmeras de tevê, com capacidade para anular o Fla-Flu, fosse realmente levada em consideração, o bardo recomendaria a leitura de "Sonho de Uma Noite de Verão". Um brinde à Shakespeare. Um brinde à nossa santa ingenuidade...



(imagens da Internet)    

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Oct 2016 19:08:53

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