quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O Brasil de Tite confirma sua força. Vence a Venezuela por 2 a 0. Salta de sexto para primeiro das Eliminatória. Mais importante, mostrou que a "Neymardependência" não é mais tão desesperadora...

O Brasil de Tite confirma sua força. Vence a Venezuela por 2 a 0. Salta de sexto para primeiro das Eliminatória. Mais importante, mostrou que a "Neymardependência" não é mais tão desesperadora...




Acabou aquela história da mais difícil das Eliminatórias para o Brasil. Bastaram quatro partidas de Tite. Quatro vitórias. 12 pontos. Salto incrível. A Seleção saltou da sexta colocação com Dunga para a primeira colocação isolada. A partida de hoje, em Mérida, debaixo de chuva, foi significativa. A vitória contra a Venezuela por 2 a 0, gols de Gabriel Jesus e Willian, foi a confirmação do grupo. No primeiro jogo de Tite sem Neymar, ele mostrou a força do conjunto, da obediência tática, da movimentação, da intensidade. Primeiro passo fundamental para colocar um fim da "Neymardependência", doença que parecia crônica. E que tanto atormentou Mano Menezes, Luiz Felipe Scolari e Dunga. Neymar ainda é o brasileiro mais talentoso do planeta. Mas há vida sem ele. Estes mais três pontos e a liderança nas Eliminatórias são importantíssimas para a recuperação da confiança, da autoestima. Lastimável foi o blecaute no estádio de Mérida, construído em 2007. Foram 22 minutos de escuridão no segundo tempo... A próxima partida do Brasil será no Mineirão. Palco dos inesquecíveis 7 a 1. Contra a Argentina, frustrada pela derrota de hoje contra o Paraguai, que a deixou na quinta colocação nas Eliminatória. Messi estará de volta, no dia 10 de novembro. Assim como Neymar. A partida tinha grande importância. Valia liderança das Eliminatórias. O Brasil teria de vencer os venezuelanos para passarem os uruguaios. Neymar, suspenso, seria o grande desfalque. Tite fez o mais simples possível. Colocou Willian no time, na direita. E de lá tirou Philippe Coutinho, o colocando na esquerda, onde gosta de jogar, rende mais, só que não pode atuar porque é o setor de Neymar. Eficiente visão de Tite. A Venezuela pode estar exportando jogadores para times médios e pequenos da Europa. Mas como selecionado continua um time fraquíssimo. Por isso é a última das Eliminatórias. E há muito tempo conformada em não ir para outra Copa do Mundo. Sem nada a perder, Rafael Dudamel colocou seu time para tentar uma consagradora vitória diante do Brasil. Montou sua equipe no 4-2-3-1 e com marcação alta. Queria surpreender. Tite segue fiel à sua filosofia. O time outra vez foi distribuído no 4-1-4-1. Sua ordem era não dar espaço aos donos da casa. Com marcação forte e com equipe muito superior tecnicamente, desejava resolver a partida o quanto antes. E não demorou para a pressão da Seleção dar resultado. Logo aos sete minutos, a compactação deu mais do que certo. O goleiro Dani Hernández quis sair jogando e errou o passe. A chuva pode ter prejudicado o toque na bola. Mas o que importa é que ela foi parar nos pés de Gabriel Jesus. O atacante de 19 anos mostrou outra vez ser um jogador especial. Com uma frieza espantosa, encobriu o desesperado arqueiro venezuelano. Brasil 1 a 0.

Gabriel Jesus chegou a quatro gols em quatro jogos com a camisa da seleção brasileira principal. Com 19 anos e 191 dias, ele ainda se tornou o mais jovem jogador a marcar quatro gols pelas eliminatórias sul-americanas. Na história. "Trabalhei bastante, sempre quero melhorar muito mais. Eu trabalhando e entendendo o que a comissão tenta me passar, vou me aperfeiçoar mais ainda. (Comemoração) É uma brincadeira, meus amigos pediram para falar um "Alô, mãe"", revelava Gabriel Jesus. O gol trouxe a tranquilidade que Tite tanto desejava. A Venezuela se desesperou ainda mais. O time buscava acelerar o ritmo do jogo. Impor correria de seus atacantes. Não queria passar vexame atuando em casa. O Brasil mostrava maturidade. Diminuía a correria. Trocava bola de maneira consciente. Os jogadores estavam cansados, desgastados pela viagem. E o gramado encharcado pela chuva atrapalhava. O melhor, com a vantagem que tanto queriam, os brasileiro não se expunham. Forçavam os venezuelanos a correrem. Tite queria a Seleção vencendo o jogo de forma segura. Lógico que o talento de Neymar fazia falta. Mas a dinâmica de jogo, a movimentação constante do Brasil era estimulante. O novo treinador da Seleção está no caminho certo para colocar fim na Neymardependência. Fazer que o time tenha personalidade e saiba jogar sem sua maior estrela. Não é fácil. O Brasil prendia a bola e gastava tempo. Segurava a vitória e nada de buscar de maneira afobada mais gols. Os recados de Tite eram compreensíveis. Ele queria o time marcando e jogando com personalidade. As chances no primeiro tempo foram em muito menor número do que se poderia esperar de um Brasil e Venezuela. Estava claro que a Seleção atuava de forma consciente. Nada de show, de goleada. Buscava os três pontos. Por isso seguiu tendo uma atuação segura. Sem muita imaginação, lances empolgantes. Mas jogava consciente do que queria. E por coincidência, bastaram os mesmos sete minutos, desta vez no segundo tempo, para o Brasil matar o jogo. O versátil Renato Augusto fez excelente jogada pela esquerda. Pedalou e cruzou com perfeição para Willian. O atacante não desperdiçou. 2 a 0, Brasil.

O gol foi importante para o jogador, que perdeu a posição de titular para Philippe Coutinho. Só começou jogando por causa da suspensão de Neymar. Além disso, Willian vive um grande drama pessoal. Sua mãe está doente. A partir daí, Tite só teve um erro. Manter no jogo Daniel Alves e Marquinhos. Ambos estavam pendurados. Mais um cartão amarelo e deveriam ter sido substituídos. Preservados para o clássico contra a Argentina. A chuva continuou, o blecaute veio e atrapalhou o jogo em 22 minutos. Mas a Seleção seguiu impassível. Sabia e cumpria seus objetivos. E preservou a vitória segura até o final. O Brasil de Tite chegou á sua quarta vitória em quatro jogos. O treinador conseguiu impor muitos dos conceitos que tem de futebol. Até mesmo hoje, quando precisava dos pontos, não quis o time escancarado. O Brasil mudou muito desde a saída de Dunga. O caminho da modernidade está dando resultado. Neymar sempre fará falta quando não puder jogar. Seu talento é excepcional. Mas a Seleção está mostrando que sobrevive, e bem, sem ele...


   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 Oct 2016 23:47:36

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