segunda-feira, 17 de outubro de 2016

CBF tenta "Operação Abafa", diante da confirmação, por leitura labial, de influência externa no Fla-Flu. Despacha Sandro Meira Ricci para a Índia. Só que ninguém aceita se calar. O Brasileiro de 2016 já está manchado e sem credibilidade...

CBF tenta "Operação Abafa", diante da confirmação, por leitura labial, de influência externa no Fla-Flu. Despacha Sandro Meira Ricci para a Índia. Só que ninguém aceita se calar. O Brasileiro de 2016 já está manchado e sem credibilidade...




"A TV sabe que não foi gol. A TV sabe." Acabou a hipocrisia. A leitura labial feita pelo programa Esporte Espetacular mostrou ontem, de forma clara, o inspetor de arbitragem, Sérgio Santos, avisando abertamente ao juiz Sandro Meira Ricci. O gol de Henrique do Fluminense, contra o Flamengo, foi em impedimento. Mas Sandro iria confirmar o que seria o empate em 2 a 2, se não fosse Sérgio Santos. Ao ouvir, as duas frases, o juiz muda sua atitude. E balança sua cabeça afirmativamente. Ou seja, houve interferência externa. Fora o uso da tecnologia, vetado, pela Fifa, jamais o inspetor poderia avisar o árbitro de coisa alguma. Sua função é cuidar do lado externo do jogo. Jamais intervir na partida. Está confirmado o erro de direito. O Campeonato Brasileiro ficará sim manchado, desmoralizado de vez se o STJD não tomar providências enérgicas. O mais importante árbitro deste país, que trabalhou em duas Copas do Mundo, precisa ser punido. Ele não confirmou o gol irregular, pelo auxílio de um elemento estranho ao jogo. Fora isso, não relatou os absurdos 13 minutos que a partida ficou paralisada e nem a invasão dos dois times. O Fluminense tem de fazer valer seus direitos e exigir a realização de uma nova partida. "Sou o maior defensor do uso de vídeo, mas ele ainda é irregular e a regra tem de ser igual para todos. Esse jogo tem de ser anulado", dizia o presidente Peter Siensem, logo após a derrota do seu time por 2 a 1. Nos dias seguintes, o discurso havia mudado, não havia provas da interferência. Agora, há. A leitura labial desmoralizou também a postura do novo comandante da arbitragem no país. O tenente-coronel Marcos Marinho acreditou nas palavras de Sandro Meira Ricci. Ele garantiu que ninguém falou nada sobre o lance. "Não houve interferência, até porque todo mundo falava. Não é o delegado que muda posição de um arbitro ou assistente. O que vale é que assistente e árbitro me confidenciaram. Isso que está valendo. Vamos em frente..." "Vamos em frente", é essa a postura que a CBF quer. Ou seja, fazer de conta que não aconteceu nada. O inspetor de arbitragem, Sérgio Santos, entendeu que sua carreira deve sofrer imenso estrago com a leitura labial. E tratou de dar entrevista dizendo que a "leitura labial" foi errada. "Essa leitura está errada. Em momento nenhum eu falei que o gol era inválido. Falei somente que a decisão era do árbitro. Eu realmente não falei isso. Deve ter havido algum engano na leitura, porque eu não falei isso. Até porque não sou ingênuo de falar uma coisa dessas." Só que foi ingênuo. Ou então, um dublê o substituiu na hora que procurou o ouvido do árbitro, Sandro Meira Ricci. Seu desmentido é, na verdade, tentativa de sobrevivência. A clara influência ilegal do inspetor e da tevê no Fla-Flu, influenciou toda a rodada do final de semana. O Palmeiras, que tanto reclamou na quinta-feira, foi ajudado pela arbitragem ontem. Além de não marcar um pênalti claríssimo contra o Figueirense, o juiz Igor Benevuto confirmou o segundo gol palmeirense depois de lateral irregular. A bola cobrada para Gabriel Jesus tocou fora do gramado antes de chegar no atacante. O lateral foi ilegal.

"O campeonato esta manchado, não tem mais credibilidade nenhuma depois do que vimos hoje (domingo)... Sempre procurei levar essas questões de arbitragem à CBF de forma institucional, mas hoje foi realmente lamentável. Não é que foi erro normal. Se tivesse errado no primeiro pênalti, se fosse um erro normal, ele provavelmente daria o pênalti também no Rafael Silva. "O árbitro já veio predestinado a nos prejudicar. Deu no primeiro lance porque não saberia se teria outra chance na área para dar o pênalti para o Palmeiras. Foi vergonhoso. Todos saímos daqui como verdadeiros palhaços. Agora não tenho dúvida nenhuma que as coisas estão pré-determinadas. Poderíamos jogar até amanhã de manhã que não ganharíamos do Palmeiras, porque as coisas já estavam preestabelecidas. Poderíamos até perder, não teria problema nenhum, até seria um resultado normal, mas não do jeito que foi. Não aceitamos e não vamos aceitar." Essas foram palavras do presidente do Figueirense, Wilfredo Brillinger. O presidente do Flamengo, Bandeira de Mello, também viu proteção da arbitragem ao Palmeiras. "Claro que não foi pênalti para o Palmeiras. Se isso é pênalti, o Guerrero sofre uma meia dúzia por jogo. São os erros de arbitragem desde o início de campeonato. Quando nossos adversários se sentem no direito de tomar uma vitória legítima, as pessoas vão pra imprensa, convocam coletiva, falam em "pouca vergonha", "manchar a imagem do campeonato".

Depois que ficou escancarada a interferência, começou uma "operação abafa". De repente, o trio que apitou o Fla-Flu foi convidado para apitar na Índia. Não trabalhará, entre quatro e seis rodadas do Brasileiro. A CBF alega que recebeu um ofício no dia 21 de maio. Convidando árbitros brasileiros para trabalharem lá. Não era um convite específico. Mas, depois do que aconteceu em Volta Redonda, Sandro Meira Ricci, Emerson Carvalho e Marcelo Van Gasse vão para lá. A CBF alega que indicou os nomes no dia 17 de junho. Então, tá... A situação é patética. Como, logo na reta final do Brasileiro, a CBF autoriza o principal trio de arbitragem do país a ir para a Índia. Atitude digna de Jack Palance, na velha série de tevê, "Acredite, se quiser". A hora é da diretoria do Fluminense colocar toda sua testosterona e entrar com uma representação no STJD exigindo a anulação da partida. Enfrentar a pressão e o medo de represália da CBF. Para o bem do futebol brasileiro deve haver novo Fla-Flu. Não se importar se não há datas. E o Brasileiro precisa ser paralisado. Isso é problema da CBF, que se nega a profissionalizar seus juízes.

Que Sandro Meira Ricci seja julgado por sua atitude. Assim como o inspetor de arbitragem Sérgio Santos. E que o coronel Marinho venha a público explicar sua posição após a leitura labial. E a estranha viagem do trio que apitou o Fla-Flu. A "operação abafa" da CBF já é um fracasso. Não adianta fingir que a leitura labial foi errada, afastar na surdina Sérgio Santos. E despachar Sandro Ricci e seus bandeiras para a Índia. A questão é muito séria. A revolta já domina o país. Árbitros amadores não podem mais decidir campeonatos. A única saída é a CBF anunciar o profissionalismo dos juízes. Ou ficaremos eternamente reféns de suspeitas, mentiras. O Brasileiro de 2016 já está manchado. E sem a menor credibilidade...



   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 17 Oct 2016 12:05:15

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