domingo, 9 de outubro de 2016

O Palmeiras venceu o lanterna América Mineiro e a própria burocracia. 2 a 0, em Londrina. Agora só precisa de 13 pontos, nos próximos nove jogos, para ser pentacampeão do Brasil...

O Palmeiras venceu o lanterna América Mineiro e a própria burocracia. 2 a 0, em Londrina. Agora só precisa de 13 pontos, nos próximos nove jogos, para ser pentacampeão do Brasil...




Não foi a goleada esperada. O Palmeiras foi afetado boa parte do jogo pela burocracia. Mas venceu o lanterna do Brasileiro, o fraquíssimo América Mineiro, em Londrina, por 2 a 0. Gols de Tchê Tchê e de Alecsandro. O time de Cuca chegou a 60 pontos, com 18 vitórias. Segue com três a mais do que o Flamengo. Precisa, teoricamente, de mais 13 pontos nos próximos 27 pontos que disputará até o final do torneio. O cálculo para o pentacampeonato é da própria comissão técnica palmeirense. Em uma partida marcada pela falta de emoção, o lance mais significativo foi o gol de Alecsandro. O jogador ficou afastado do futebol por uma precipitada decisão da justiça desportiva, acusado de doping. Ao marcar o gol que definiu o placar, todos os jogadores do Palmeiras fizeram questão de homenageá-lo. O que não pode ser desprezado foi o vergonhoso comportamento da diretoria do América. O clube mineiro tinha o mando do jogo. Mas o vendeu por R$ 700 mil ao ex-jogador Roni. E, esperto, levou a partida para Londrina, cidade repleta de palmeirense. A mudança fez com que o líder do Brasileiro atuasse com todo o apoio, no estádio do Café. Como se estivesse em casa. A omissa CBF acompanhou de braços cruzados mais essa indecência. "Vão dizer que jogamos mal, mas agora é momento de ganhar jogo. O time do Palmeiras não é time para dar espetáculo. Lógico que não vamos entrar para jogar feio, mas entramos para vencer. Quando as coisas não dão tão certo, o importante é sair com três pontos", a cruel e verdadeira análise é de Alecsandro. O Palmeiras foi mais do que pragmático em Londrina. Foi burocrático. Os jogadores e Cuca sabiam ter pela frente um adversário fraco, que não despertava medo, tensão. A vitória era obrigatória pela briga com o Flamengo e Atlético Mineiro pelo título. Só que, com o futebol cada vez mais profissionalizado, todos sabiam muito bem o que teriam pela frente. Todos no América Mineiro sabem que o clube já está rebaixado. A campanha no Brasileiro é, por coincidência, inversa a do líder Palmeiras. Nos 29 jogos, perdeu 18, empatou seis e ganhou cinco partidas. Acumula tristes 21% de aproveitamento. O time paulista ganhou 18, empatou seis e perdeu cinco, tem 69% de aproveitamento. Mais vexatória do que essa fugaz volta dos mineiros à Série A, em 2016, só o comportamento dos seus dirigentes. Seus mandos de jogos, que deveriam acontecer no Independência, estão à venda. O ex-jogador Roni já comprou o do Palmeiras. E está para fechar também com as partidas do Flamengo, que briga pelo título, e do São Paulo, que sonha em fugir do rebaixamento. Esta venda de mandos é uma vergonha para o futebol brasileiro. Algo inconcebível em torneios sérios. É lógico que afeta tecnicamente o resultado das partidas. Na prática, é como se o Palmeiras tivesse jogado duas vezes em casa contra o América. E todas as equipes do Campeonato Nacional precisam atuar 19 vezes nos seus domínios e 19 vezes no campo do adversário. É ultrajante a CBF permitir esse pouca vergonha. Um clube virtualmente rebaixado tentando ganhar os últimos trocados na Série A. Como, teoricamente, o Palmeiras não teve nada a ver com isso, foi jogar em Londrina. E encontrou 27.800 palmeirenses. E 95 torcedores americanos. O estádio do Café virou um caldeirão verde. A única coisa ruim era o estado do gramado, baixo, seco, irregular. Esse era o maior obstáculo do líder do Brasileiro. O América era menos perigoso que a grama. Embora Enderson Moreira seja um bom treinador, o elenco que tem é fraco demais. Jogadores voluntariosos, mas sem técnica. Time típico de Segunda Divisão. Está mais do que justificado o seu retorno de onde não deveria ter saído. O Palmeiras tinha tanta certeza da vitória que perdeu a concentração logo aos três minutos de jogo. A um minuto, Roger Guedes já havia perdido uma chance absurda, cara a cara, diante do goleiro João Ricardo. 120 segundos depois, com os paulistas sufocando os fracos mineiros, a bola sobrou para Tchê Tchê fora da área. O chute do volante saiu certeiro. 1 a 0, Palmeiras. Pronto, os jogadores líderes do Brasileiro tinham a convicção que haviam vencido a partida. Sabiam que o adversário não teria condições de virar o placar, sequer empatar. Tecnicamente eram muito abaixo do rival. O gol foi um veneno para o jogo. De uma maneira indiscutível, os palmeirenses passaram a poupar energia. O time perdeu o ímpeto, o interesse em buscar mais gols. A vitória estava garantida. Bastava acompanhar quando a bola caía nos pés dos jogadores do América Mineiro. Eles não tinham qualidade para tabelar, infiltrar, passar pela marcação do time de Cuca. Time fraco, sem técnica, previsível. A decepção não ficava por conta do lanterna do Brasileiro. Mas do líder. O Palmeiras recuperou inúmeras bolas na intermediária, propícias para os contragolpes em velocidade. Mas preferia segurar burocraticamente o jogo. Trocar passes, evitava jogadas agudas. Era algo irritante. Compreensível, inteligente, podem dizer alguns. Mas uma tortura para quem acompanhou a partida inteira.    

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 09 Oct 2016 19:02:02

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