terça-feira, 18 de outubro de 2016

Na guerra fria entre Andrés e Roberto de Andrade, cada um escolhe suas armas. Sanchez se alia aos Garcia e isola o presidente pupilo. E Roberto imita Alberto Dualib e vai atrás de jogadores para o Corinthians em 2017: Jô, Dedé, Sassá, Alan Santos...

Na guerra fria entre Andrés e Roberto de Andrade, cada um escolhe suas armas. Sanchez se alia aos Garcia e isola o presidente pupilo. E Roberto imita Alberto Dualib e vai atrás de jogadores para o Corinthians em 2017: Jô, Dedé, Sassá, Alan Santos...




Roberto de Andrade sabe que a vitória contra o lanterna América Mineiro, no Itaquerão, foi mais do que obrigação.O Corinthians não terá vida fácil para conseguir uma das vagas na Libertadores de 2017. Quer seja pela Copa do Brasil ou no Brasileiro, mesmo com seis vagas. A contratação de Oswaldo de Oliveira, considerado ultrapassado pela grande maioria da diretoria, foi o estopim para o rompimento com Andrés Sanchez. O mentor de Roberto afirmou abertamente que não existe mais o grupo "Renovação e Transparência", criado por ele em 2016. Andrés, Gobbi e Roberto foram presidentes em seguida. Mostrando a força do grupo que derrubou Alberto Dualib, tendo as organizadas como cúmplices. A guerra pelo poder, o ego, os desgastou. Nos bastidores, aliados de Gobbi e Roberto confirmam que romperam com Andrés porque cansaram de ser manipulados. Tomar as decisões impopulares, se desgastar, enquanto os méritos ficavam com o deputado federal pelo PT. O gasto bilionário e inviável pelo estádio sabotou os sonhos de grandes times de Roberto de Andrade. Gobbi ainda pôde se deleitar e, entrou para a história, com os títulos da Libertadores e Mundial. Quando chegou a vez de Roberto, as dificuldades travaram o clube. Tite fez milagre ao conquistar o hexacampeonato, com seus jogadores e ele mesmo ficando meses sem receber salários ou direito de imagem. No mês passado, Roberto de Andrade resolveu que era hora de dar um basta. Ele decidiu que estava sendo massacrado por erros que não cometeu. Seguia calado diante da falta de dinheiro por causa do estádio. Aceitava ter na diretoria de futebol, Eduardo Ferreira, ligado umbilicalmente a Andrés. O presidente ficou revoltado com a saída de Tite para a CBF. Mesmo sabendo que o treinador tinha uma cláusula no seu contrato que o liberaria automaticamente, e sem multa, do Corinthians. Contratou Cristóvão Borges. Na época, amigos do presidente espalharam que a escolha havia sido de Andrés. O deputado federal jura que sequer conhecia o demitido treinador e que a opção foi de seu pupilo. Mas ao menos ele havia avisado Eduardo Ferreira e, por tabela, também a Andrés. Mas Oswaldo de Oliveira foi uma enorme surpresa para Eduardo e Andrés Sanchez. Ambos defendiam a contratação de Eduardo Baptista, treinador da Ponte Preta e filho de Nelsinho Baptista. Já havia tempo que Roberto de Andrade não procurava o deputado, como no início de mandato. Com a chegada de Oswaldinho, Andrés resolveu que era hora de agir. A sua primeira providência foi se aproximar de vez de Paulo Garcia. Ele era inimigo político histórico. Filho do falecido empresário milionário, Damião Garcia, e irmão de Fernando Garcia, agente de vários atletas corintianos. O deputado federal resolveu voltar atrás à promessa que fez ao jornal suíço, Neuer Zuer Zeitung. "Quebrei o Clube dos 13, e por isso a cota de televisão saiu de R$ 20 milhões para R$ 100 milhões. Eu posso ser o presidente do Corinthians em 2018. Vou ser e vou quebrar todo esse sistema da CBF", disse em 2014. Sua postura seria essa. Mas foi modificada depois do desgaste de seu grupo político.

Gobbi foi embora, para nunca mais voltar, cantando Raul Seixas, Chico Buarque e "atirei o pau no gato". Rompido com Andrés Sanchez. Luis Paulo Rosenberg se cansou de esperar pela força política que nunca recebeu. Raul Corrêa da Silva, diretor financeiro da reformulação do Corinthians, também optou por partir. Andrés se viu sem aliados poderosos. E decidiu se fortalecer e isolar politicamente Roberto de Andrade. O vice André Luiz Oliveira, o ex-bicheiro André Negão, deve entregar o cargo de vice presidente. Assim como já fez Eduardo Ferreira. Negão já entrou com o pedido de licença. Ele só ocupa o cargo graças a Sanchez. Andrés quer fazer presidente em 2018, uma pessoa de sua extrema confiança. Até 2018, muita coisa vai acontecer. Mas hoje, o nome indicado é o de Paulo Garcia. Enquanto isso, Roberto de Andrade promete aproveitar o pouco mais de um ano que tem como presidente corintiano. E vai fazer o que Andrés Sanchez sempre criticou. Abrir os cofres já esvaziados para contratações. Ele negocia há mais de um mês com Jô, que rescindiu com o clube chinês Jiangsu Suning. Jô tem 29 anos e há anos desejava voltar ao clube que o lançou. Saiu quando tinha 17 anos, levado por Kia Joorabchian, como atleta da MSI.

Além dele, Roberto tenta convencer a diretoria do Coritiba a negociar Raphael Veiga. O Palmeiras chegou antes. E quer envolver jogadores, na contratação do meia de 21 anos. Mas o Corinthians tenta atravessar o negócio. Além do meia, o volante Alan Santos também interessa os corintianos. Conta com a admiração de Oswaldo de Oliveira. Roberto também tenta viabilizar a contratação de Sassá do Botafogo. O atacante de 22 anos tem ótimas indicações. Não é um negócio fácil. O zagueiro Dedé, grande revelação do Vasco, e que teve graves contusões no Cruzeiro, está recuperado. E liberado para assinar pré-contrato para 2017. Ele tem 28 anos. E está pronto para jogar. Empresários levaram a Roberto de Andrade a situação. É uma possibilidade. Ou seja, velha tática do ex-presidente Alberto Dualib. Em dificuldades, contrata-se um jogador e o foco do clube é desviado.

Andrés e Roberto de Andrade não se falam. Mas para tudo não ficar caótico, o deputado federal segue comandando o Itaquerão. Tudo passa por ele. A sua esperança está renovada em relação ao CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento). Eles estão encalhados por causa de ações do Ministério Público. Mas advogados ligados a Andrés interpretaram o contrato e garantem que, se nenhuma empresa os comprar, a Odebrecht será obrigada a ficar com eles. O valor? Já passa de R$ 480 milhões. Se isso acontecer, será uma vitória inesperada de Andrés. O que trará significativo alívio financeiro para o clube. Andrés segue sonhando em vender os naming rights. Só que não consegue achar interessados. Hoje a situação é complicadíssima. A última parcela "cheia" do Itaquerão foi paga em abril. Desde então, o Corinthians só paga os juros. E a dívida com a arena pode chegar a R$ 1,6 bilhão, caso a situação não mude radicalmente. O rompimento entre Roberto de Andrade e Andrés é para valer. E cada um usa suas armas. O presidente aposta em Oswaldo e contratações. E Andrés, na articulação política, para esvaziar Roberto. Travar qualquer iniciativa no Conselho Deliberativo. Ou mesmo aprovar as contas no ano. Com gastos em contratações de jogadores. Não existe mais "Renovação e Transparência". Andrés, Roberto e Gobbi abraçados? Nunca mais. Chegou a vez dos Garcia...



   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Oct 2016 11:47:12

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