sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A primeira missão de Mauricio Galliote, o sucessor de Paulo Nobre: se aproximar da WTorre. Convencer a construtora a colocar grama sintética na arena palmeirense. Só assim os shows vão parar de sabotar o time de futebol...

A primeira missão de Mauricio Galliote, o sucessor de Paulo Nobre: se aproximar da WTorre. Convencer a construtora a colocar grama sintética na arena palmeirense. Só assim os shows vão parar de sabotar o time de futebol...




O candidato único e futuro presidente do Palmeiras, Mauricio Galliote, já recebeu sua primeira missão diplomática. Ela não poderia se realizar com Paulo Nobre, inimigo declarado, aberto de Walter Torre. O dono da construtora que ergueu a arena palmeirense não fala com o presidente. E vice-versa. Estão rompidos graças a vários problemas. O maior deles foi a disputa pelas cadeiras do estádio. A Câmara de Arbitragem e Conciliação da Fundação Getúlio Vargas confirmou que a construtora tem o direito de vender apenas 10 mil das 44 mil cadeiras do estádio. A WTorre acreditava piamente que seriam todas. O desgaste consumiu quase os dois mandatos de Nobre. Foi definida apenas no final. Walter Torre perdeu, não há onde mais recorrer. Está inconformado. A relação entre os dois azedou de vez. A ponto de no jogo contra o Grêmio, quarta-feira, Nobre não gostar de encontrar câmeras instaladas no camarote que a diretoria palmeirense usa. Se sentiu violentado. E mandou funcionários as cobrirem com fita isolante. Sim, uma bobagem. Parecem dois adolescentes se provocando. O mandato de Nobre deverá terminar logo após o Brasileiro, no início de dezembro. A partir daí, Galliote assumirá a presidência. Não há a certeza se o clube será o campeão. Mas há a garantia que estará na Libertadores de 2017. E começa a preocupação. Antes de pensar em convencer Cuca a ficar, na busca de reforços e dispensas de jogadores, Galliote tentará articular um encontro com Walter Torre. Além de tentar a paz, o novo presidente palmeirense tem uma difícil missão, que se mostrou impossível com a atual diretoria.

A WTorre enfrenta problemas financeiros. Precisa de dinheiro. A AEG, a maior empresa de entretenimento do mundo e que trazia os grandes shows para o estádio palmeirense, rompeu com a construtora. A AEG saiu em fevereiro, alegando atrasos no pagamento. Eles chegariam a R$ 5 milhões. A WTorre não se conformava, queria muito mais shows. Perder os Rolling Stones para o Morumbi foi o ponto decisivo. Havia o forte rumor que isso aconteceu como represália da AEG. Desde o rompimento, os produtores têm procurado diretamente a WTorre para organizar shows, festivais, encontros religiosos no estádio. A AEG havia prometido se responsabilizar pelo gramado. Deixá-lo intacto para a prática de futebol depois dos shows. Não conseguia. Mas tudo piorou de maneira assustadora quando ela foi embora. Após os shows de Andrea Bocelli, nos dias 12 e 13 e Aerosmith dia 15, o gramado ficou uma lástima. A proteção não foi suficiente para proteger a relva das milhares de pessoas que acompanharam os musicais na pista. Houve um descaso inaceitável. O Palmeiras foi muito prejudicado na partida de quarta-feira, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil. Cuca, por ter um time mais técnico, reclamou demais. E passou grande parte da culpa da eliminação ao gramado. A diretoria do Palmeiras já sabe. O gramado natural não consegue suportar o número de shows que a WTorre tem levado ao estádio. E em 2017, a construtora promete ter muito mais eventos, para se recuperar financeiramente.

Quando o estádio foi inaugurado, a WTorre garantia que não haveria problemas com o gramado. Uma empresa contratada pela empreiteira. Usaria duas técnicas. A primeira: a grama seria plantada em rolos lavados, e não mais sobre argila, como acontecia no antigo Palestra Itália. A argila dificultava o enraizamento. Quanto menos raízes, mais fragilidade. A segunda: um viveiro com grama "reserva" seria montado no topo de um dos edifícios que compõem o estádio. O método custaria R$ 1 milhão e o Palmeiras não teria o menor problema. Só que não deu certo. Após cada evento, a situação está pior.

Daí, Galliote, muito mais político do que Nobre, deverá se encontrar com Walter Torre. E propor o uso de grama sintética na arena palmeirense. O estádio do Atlético Paranaense já a utiliza e não há o menor prejuízo após os shows. A Arena da Baixada consumia R$ 2,4 milhões com a manutenção da grama natural. E também enfrentava o problema dos shows. Trocou para gramado sintético e tudo ficou muito mais racional. Mas exigiu um investimento: R$ 1,4 milhão. Provavelmente, Walter Torre não deva aceitar pagar sozinho por esse gramado artificial. Até porque fez estudos e concluiu que seria caro. Mas conselheiros da situação garantem que a construtora poderia rachar os gastos com o clube, já que o Palmeiras também não aceita pagar sozinho. Quem sabe até, dependendo da habilidade de Galliote, a Crefisa pode ajudar. O Atlético Paranaense levou apenas dois meses para se livrar da grama natural e colocar a artificial. Foi de dezembro de 2015 até fevereiro deste ano. Paulo Nobre e seus conselheiros mais próximos sabem que esta é a solução definitiva. E seria um trunfo não só para a Libertadores de 2017. Shows não atrapalhariam mais o time de futebol. No próximo ano são cogitados shows de Justin Bieber, Adele, U2, Red Hot Chili Peppers, Lady Gaga, Rihanna entre outros. A WTorre vai tentar as grandes atrações do Rock In Rio. Após a eliminação para o Grêmio, Cuca resumiu o que pensa. "Acho um absurdo um time como o Palmeiras ter um gramado desses para jogar. Não perdemos por causa do gramado. Mas é um time de primeira linha do futebol brasileiro, o pessoal tem que cuidar melhor do gramado. Não me pergunte como, mas está horrível o gramado." Ou seja, o problema precisa ser solucionado. Mauricio Galiotte tem uma missão fundamental para o futuro do Palmeiras. Oferecer campo decente ao time em 2017. A única solução racional é o gramado sintético...



   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 21 Oct 2016 18:39:55

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