terça-feira, 4 de outubro de 2016

A noite era para promover o desempregado Vanderlei Luxemburgo. Mas Cléber Machado, Caio Ribeiro, Marco Antônio Rodrigues e Lédio Carmona não aceitaram ser 'escada'. Tornaram constrangedora a ajuda que Galvão Bueno tentou dar ao velho amigo...

A noite era para promover o desempregado Vanderlei Luxemburgo. Mas Cléber Machado, Caio Ribeiro, Marco Antônio Rodrigues e Lédio Carmona não aceitaram ser 'escada'. Tornaram constrangedora a ajuda que Galvão Bueno tentou dar ao velho amigo...




Galvão Bueno tem o direito de ser amigo de quem bem entender. Mas a televisão ao vivo é algo muito transparente. Impossível de disfarçar. As feições denunciam o que muitas pessoas não podem falar. Quando são tolhidas. Ainda mais por uma pessoa tão personalista quanto o narrador, que não pensa duas vezes em atropelar aqueles que falam o que não deveriam. Quem ousou ficar no seu caminho, no seu programa, acabou defenestrado. Como Renato Maurício Prado. O que aconteceu ontem no seu programa Bem, Amigos foi algo lastimável. O que deveria ser uma plataforma para ajudar o amigo contemporâneo, se transformou em puro constrangimento. Como este blog havia informado, amigos de Vanderlei Luxemburgo o querem ajudar a voltar ao mercado. De qualquer maneira. O colunista Léo Dias informou que, desde que foi mandado embora da Segunda Divisão Chinesa, o treinador estava em profunda depressão. Tomando medicamentos. Ainda mais depois de perceber que os grandes clubes fecharam, de verdade, as portas para seu trabalho ultrapassado e repletos de fracassos. O último título significativo que ganhou foi o Brasileiro de 2004 pelo Santos. Nos últimos sete anos acumula nove demissões. A última foi mais do que humilhante. Do Tianjin Quanjian Football Club. Da Segunda Divisão Chinesa! Saiu do Brasil para reestruturar todo o clube. Deveria ficar no mínimo um ano. Se conseguisse levar o clube à Primeira Divisão, ganharia mais um ano de contrato. Foi demitido em quatro meses. Desde julho está no Brasil. Sem ser procurado por clube algum. Galvão Bueno tem alegados 66 anos. Vanderlei Luxemburgo que jogou toda a carreira como "gato", inclusive pela Seleção Brasileira no torneio de Toulon, com três anos a menos. A Polícia Federal revelou seus 64 anos. Os dois são contemporâneos. Gostam de vinho, longas conversas, amam o Flamengo. Tem muitas histórias. São egocêntricos. Não admitem ser contrariados. Principalmente no ar. Ou seja, têm muito em comum. Não é por acaso que, cada vez que Luxemburgo fracassa, é Galvão Bueno quem estende a mão. E o leva para o seu programa no Sportv. Afinal, ele o batizou de Bem, Amigos. Só que não se trata de um talk show. Por mais que os dois parceiros fiquem conversando a maior parte do tempo, há outros convidados. Cléber Machado, Caio Ribeiro, Lédio Carmona, Marco Antônio Rodrigues. O time de coadjuvantes não foi bem escalado. Não para o programa de ontem. Por mais que todos soubessem seus papéis e até onde poderiam chegar nas indagações em relação a Luxemburgo, suas fisionomias denunciaram a contrariedade. A vontade ir além, contestar as explicações vazias, sem sentido, gritadas para tentar convencer. Mas não podiam. Alberto Helena Junior denunciou a Menon que saiu do Sportv por não aceitar moderação. "Saí de lá (do Sportv) porque senti que não me queriam mais. Basicamente isso. Começou quando eu critiquei o Felipão várias vezes. Várias posturas dele. Acharam que eu estava exagerando e que não deveria fazer aquilo." Todo profissional lida com limites. Em todas as áreas. Mas o que ocorre ontem no programa Bem, Amigos foi explícito demais. A cada pergunta bem formulada e que serviria para explicar os motivos da decadência de Luxemburgo, Galvão Bueno interferia. Ficava transparente a sua vontade de proteger Vanderlei. O irônico é que Galvão se esqueceu com quem lidava. E Vanderlei queria negar o óbvio. Chegou até a gritar com Cléber Machado, quando tentava justificar não falar inglês ou espanhol. Quem não se lembra do portunhol de Luxemburgo no Real Madrid? Os gritos do treinador tornaram a situação patética. Cléber sabia que tinha de se calar para não se prejudicar. Se calou, mas foi impossível disfarçar a raiva pela maneira com que não pôde mais falar.

(imagens na Internet) Caio Ribeiro, Marco Antônio Rodrigues, Lédio Carmona queriam ir além, contestar. Galvão não deixava as questões serem aprofundadas. Deixar claro o quanto o seu amigo está vivendo fora da realidade. E como não são atores, a câmera denunciava a contrariedade, o constrangimento dos jornalistas. Como não queriam o mesmo destino de Renato Maurício Prado, mordiam os lábios. O telespectador era o grande agredido. Até Galvão Bueno diversas vezes se perdeu. Entendeu perto do final do programa que não há um complô dos grandes clubes ou dos jornalistas de todo o Brasil contra Vanderlei Luxemburgo da Silva. O boicote ao seu trabalho é dele mesmo. Se ele não quis aproveitar o seu dinheiro para se aprimorar profissionalmente na Europa, por acreditar que não precisa, ninguém tem nada a ver com isso. Se despreza falar inglês ou espanhol é com ele. Se tenta convencer a todos que foi demitido na China porque o futebol é manipulado, basta provar. Estranho é ele querer voltar a trabalhar lá. Quem gostaria de voltar a trabalhar em um lugar onde, na sua visão, tudo é forjado? Se quer se enganar e dizer que é considerado ultrapassado por causa do 7 a 1 do Brasil para a Alemanha, é um direito seu. Todos nós podemos nos iludir. Mas a goleada que o time da CBF tomou no Mineirão tem a força para justificar 12 anos sem a conquista de títulos significativos. Demissões atrás de demissões. O 7 a 1 foi em 2014. Vanderlei vem sendo cada vez mais desvalorizado desde a conquista do Brasileiro pelo Santos em 2004. O programa Bem, Amigos de ontem foi histórico. Mostrou de maneira efetiva que Galvão Bueno trata bem seus parceiros. Não se esqueceu de todas as exclusivas que Luxemburgo deu quando era o maior treinador deste país. No final dos anos 90 e início dos anos 2000. Agora, que acumula fracassos dentro e fora de campo, como o fechamento do seu instituto de futebol, cobrança pública de cassino norte-americano por derrotas no carteado, o narrador tentou novamente ajudá-lo. Mostrá-lo ao mercado.

(imagens da Internet) Só que ficou pior. Luxemburgo deu mais razão para os clubes não apostarem nele. Continua acreditando que não precisa se aprimorar. Finge tão bem que acredita nas próprias desculpas. Isso é problema dele. Agora, Galvão deveria parar e pensar. Ele deveria ser amigo dos seus companheiros. Cléber, Lédio, Caio, Marco Antônio têm conhecimento. Merecem respeito. O telespectador não é burro.

imagens da Internet Sabem o que eles tiveram de suportar. Mas foram dignos, não se sujeitaram a ser "escada". Não engoliram explicações rasas, ocas. A mais importante, a manipulação de resultados no futebol chinês, já repercute internacionalmente. Um ex-treinador da Seleção Brasileira garante que há armação nos campeonatos de futebol do país que tem a segunda economia do mundo. Luxemburgo terá de provar o que disse para justificar mais um fracasso. E Galvão precisa entender algo muito simples. Amizade tem limite. A noite era para ser de Vanderlei Luxemburgo. Foi de Cléber Machado. Marco Antônio Rodrigues. Lédio Carmona. E Caio Ribeiro. Eles foram ao limite em nome do jornalismo.

Até onde puderam.

Até onde Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno permitiu...

   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 04 Oct 2016 12:39:25

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