domingo, 28 de fevereiro de 2016

O Palmeiras tomou nó tático da humilde Ferroviária. Perdeu na sua casa por 2 a 1. Torcida xingou de novo Marcelo Oliveira. Péssima prévia de jogo importantíssimo pela Libertadores...

O Palmeiras tomou nó tático da humilde Ferroviária. Perdeu na sua casa por 2 a 1. Torcida xingou de novo Marcelo Oliveira. Péssima prévia de jogo importantíssimo pela Libertadores...




Não foi a apatia. Foi a consciência tática, preenchimento de espaço. E posse de bola. A Ferroviária venceu com méritos o Palmeiras em sua arena, diante de sua torcida. 2 a 1 para o humilde time do interior. Foi uma péssima prévia para o importantíssimo jogo pela Libertadores, quinta-feira, contra o Rosário Central. Os torcedores palmeirenses xingaram os atletas e,principalmente, o técnico Marcelo Oliveira. Se cansaram outra vez de nova decepção verde. Detalhe importantíssimo, a Ferroviária ficou com 59% de posse de bola, como se fosse a dona da casa, atuasse em Araraquara. Chegou a ter incríveis 64%. Atuou como time grande contra o encolhido Palmeiras. Sérgio Vieira foi muito superior a Marcelo Oliveira. Houve muita comemoração antecipada pelo lado do Palestra Itália. O time não começou nada bem este ano. Desarrumado taticamente, se especializando na afobação e nos chutões da defesa para o ataque. O 4-2-3-1 que Marcelo Oliveira usava desde 2011 no Coritiba acabou manjado. E os adversários palmeirenses sabiam exatamente o que fazer. Duas linhas de quatro. Dois jogadores velozes na frente. Travar os laterais. E pronto. Sem meias talentosos para servir os atacantes, o time estava travado. Pressionado e criticado, o treinador palmeirense teve de mudar. Colocou mais um volante. Montou um retângulo no meio. E o time passou a atuar no 4-3-3. Ficou realmente mais racional. Só que seguia perdendo seu poder letal. Conseguiu empatar com o Santos, em casa. Com Fernando Prass sendo o grande jogador em campo. Aí veio a enganadora partida contra o XV de Piracicaba. O time interiorano já está desesperado. Tem um elenco fraquíssimo e sabe que o caminho da Segunda Divisão parece inevitável, serão seis os rebaixados neste Campeonato Paulista. Sem dinheiro para trocar o elenco, fez o óbvio. Mandou embora Claudinho Batista e contratou Narciso. E no meio da semana, a equipe fraca e pressionada acabou goleada pelo Palmeiras. 4 a 1 em Piracicaba. Com direito a desabafo de Marcelo Oliveira. "Sei que tem gente que questiona o meu desempenho. Mas Sempre terá um lugar para eu trabalhar", disse em Piracicaba. Ele sabe que tem mesmo. Grande parte dos dirigentes está decepcionada com o rendimento da equipe. Isso se arrasta desde o ano passado. A conquista da Copa do Brasil, aos trancos e barrancos, garantiu a sequência do treinador. A principal queixa não é segredo para ninguém. A previsibilidade do time, a frágil e instável postura tática. Depois de destruir o já implodido XV de Piracicaba, Marcelo Oliveira passou a agir como se tudo estivesse pronto. Sabia que entrará em uma semana importantíssima. O Palmeiras precisa vencer o Rosário Central na quinta-feira, pela Libertadores. A partida será na arena, diante de sua torcida. Mas os grandes times deste país que disputam a Libertadores são sempre prejudicados. Precisam jogar pelos Estaduais. E com a chantagem das Federações e da TV Globo. Precisam utilizar seus titulares para tentar segurar os pontos de Ibopa, que desaba a cada ano. As pessoas perceberam a inutilidade do torneio. Lógico que o foco de Marcelo Oliveira e de seus atletas está na Libertadores. A humilde Ferroviária deveria fazer seu papel de sparring neste domingo. Preparar o time para a partida de quinta-feira. Dos titulares em condição de jogo, apenas Lucas Barrios foi poupado. Vai jogar contra os argentinos na quinta. Ou seja, o Palmeiras hoje tinha dez atletas de sua equipe principal. E entrou em campo para simular a maneira que enfrentará o Rosário Central. Com 4-3-2-1. Deixou Thiago Santos, Jean e Robinho mais perto da zaga. Dudu e Gabriel Jesus flutuando, alternando nas duas meias. E na frente, mais isolado do que Eduardo Cunha, Alecsandro. Lógico que não houve um estudo profundo no Palmeiras sobre a Ferroviária. Se houvesse, o time não seria montado tão espaçado. O português Sérgio Vieira conseguiu montar uma grande equipe taticamente. Compactada, de grande toque de bola, velocidade. E, principalmente, consciência. Seus jogadores sabem exatamente como preencher os espaços. A equipe de Araraquara foi formada, em sua maioria, por jovens jogadores emprestados pelo Atlético Parananense. E com eles, foi cedido também o treinador português. Sérgio Vieira tem apenas 33 anos. Mas se preparou para a carreira. Fez o importante curso de técnico na UEFA. Fez estágios em clubes europeus e está começando sua carreira no Brasil. E já entendeu o principal problema tupiniquim. A falta de intensidade de jogo. Ou seja, as equipes daqui são displicentes taticamente. Se desconcentram. Atuam de forma lenta e muito espaçada. É tudo o que está conseguindo fazer com a Ferroviária. O time interiorano tem jogado da mesma forma dentro e fora de Araraquara. É a boa surpresa do Paulista. E o time grená parecia o grande diante do Palmeiras. Atuando em bloco, com ótima troca de passes, a Ferroviária foi envolvendo a equipe de Marcelo Oliveira. Não aceitou o papel de sparring. Nos primeiros 45 minutos, diante do inerte, confuso e inseguro Palmeiras, teve 64% de posse de bola. O treinamento se impôs até no seu gol. Aos 40 minutos, Fernando Gabriel foi para a cobrança de falta na entrada da área. Fernando Prass colocou quatro jogadores na barreira. Sérgio Vieira colocou mais quatro. Tapou a visão do goleiro. E Fernando Gabriel bateu na bola sobre os atletas de Araraquara. Ela foi no canto de Fernando Prass, que havia dado um fatal passo para o canto protegido pelos palmeirenses. 1 a 0, Ferroviária. Gol que nasceu do treinamento.

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 28 Feb 2016 19:03:30

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