sábado, 20 de fevereiro de 2016

Michel Bastos tenta negar sua liderança na greve por salários no São Paulo. A diretoria não acredita. Para evitar protestos da torcida, foi tirado da reestreia de Lugano, o novo capitão. Michel foi 'poupado'...

Michel Bastos tenta negar sua liderança na greve por salários no São Paulo. A diretoria não acredita. Para evitar protestos da torcida, foi tirado da reestreia de Lugano, o novo capitão. Michel foi 'poupado'...




"Iria me pronunciar apenas na hora certa sobre tudo o que tem sido falado nos últimos dias, mas, como estou sendo alvo de inúmeras acusações e especulações que não são verdadeiras, prefiro esclarecer logo o que tem acontecido para que isso não tome uma proporção maior. "Em primeiro lugar, eu não fui o idealizador de movimento nenhum dentro do São Paulo e nunca fiz uso da minha posição de capitão para colocar meus companheiros contra a diretoria ou quem quer que seja. A questão do pacto de silêncio foi algo decidido pelo GRUPO, sem nenhuma liderança específica. "Como capitão, achei que tinha o dever de tomar a posição que a maioria acreditava ser a certa e foi isso o que fiz. Teria falado se não houvesse esse comprometimento, como aconteceu quando estive na coletiva no dia seguinte da derrota para o Corinthians, sem ter recebido nenhum elogio e reconhecimento por isso. "Seguindo na linha de desmentir algumas coisas que estão sendo faladas, não tenho nenhum tipo de rivalidade pessoal com o Lugano, muito menos sou chefe de "panela" dentro do São Paulo. O que houve foi uma divergência de opiniões dele em relação ao que o GRUPO, não o Michel Bastos, decidiu, mas isso foi um assunto que tratamos internamente, assim como estamos tratando a questão dos salários. "Algo que também tem me incomodado é estarem insinuando que estou jogando de má vontade. Por mais que alguns estejam fazendo um esforço enorme para tentar mostrar o contrário, não sou mau caráter ao ponto de descontar no torcedor qualquer tipo de insatisfação que eu venha a ter. Isso seria ir contra as milhares de pessoas que abrem mão do pouco que tem para ir aos jogos prestigiar o São Paulo e essa atitude não faz parte da minha índole. "Se as críticas tiverem que recair somente sobre mim para que meus companheiros tenham mais tranquilidade para trabalhar, não tem problema. Só não vou tolerar mentiras e as coisas que eu vejo que são ditas apenas para me colocar contra o torcedor. Dito tudo isso, eu acho que agora é a hora de nos fecharmos ainda mais, de buscar solucionar os problemas aqui dentro, para que o São Paulo volte a conquistar resultados do tamanho de sua grandeza."

Essa foi a explicação que Michel Bastos deu na tarde deste sábado. Desde ontem à noite havia a expectativa que ele iria dar a sua versão. Tentar desmentir que não era o articulador da greve do silêncio por atrasos de pagamento no São Paulo. E que a decisão foi do "grupo". Como se fosse uma entidade. Ele usou seu instagram. Só que ele "estava" capitão do São Paulo. E lógico que sua voz teve enorme ressonância no movimento. Até porque, no ano passado, Michel Bastos deixou bem claro que não tolerava clube que não paga em dia. Bauza se reuniu com os jogadores ontem, quando a greve vazou. E exigiu união dos atletas. Não iria permitir que o grupo se rachasse. Ele sabia muito bem que Lugano se colocou contra a decisão da greve. E não levou em consideração a capitania, a liderança de Michel Bastos. Ele falou, assim como Alan Kardec e Denis. Com o vazamento e divulgação de inúmeros veículos de comunicação que, Michel Bastos foi um dos líderes do movimento, a diretoria do São Paulo tomou uma decisão. Para evitar o confronto com os revoltados torcedores, que já se manifestaram nas redes sociais, o jogador não atuará amanhã. Está fora da partida contra o Rio Claro no Pacaembu. Ficou a versão de que será "poupado". O que não combina com o treinamento da sexta-feira. Ele estava no time titular. O jogador tem contrato até o final de 2017. Dizia que queria se aposentar no Morumbi. Mas isso dificilmente ocorrerá.

As confusões envolvendo o seu nome estão cansando a maioria dos conselheiros. Irritados com seu fraco futebol e com a greve do silêncio, vários deles estão insistindo com o presidente Leco. Querem a sua rescisão de contrato. Não acreditam que ele seja uma liderança positiva. Indeciso por natureza, Leco apenas protela. Ganha tempo porque sabe que a voz de Michel Bastos será calada. O novo capitão do time vai reestrear amanha. E se chama Diego Alfredo Lugano Moreno. A sua postura furando a greve, depois da derrota para o Strongest, foi muito elogiada. Conselheiros da situação e da oposição disseram que teve uma "postura de homem". E recriminaram Michel Bastos e Ganso, atletas que deveriam ter a obrigação de explicar o vexame. Lugano vai tomar de vez a faixa de capitão. E quando ele não estiver, Michel não terá de novo a honraria. Membros das organizadas já haviam programado protestos contra Michel Bastos. Como a diretoria continua com forte ligação com a principal delas, a Independente, o melhor para o time foi tirar o atleta do jogo de amanhã. A diretoria assumiu a dívida com os atletas. Dois meses de direito de imagem. E salário de janeiro. A premiação pela classificação para a Libertadores, conquistada no ano passado, foi paga na semana passada. Bauza deve dar mais uma chance a Centurión.

Michel Bastos deu sua versão. E negou ser o líder da greve. Mas suas explicações não convenceram os dirigentes. Eles sabem da sua força como veterano e capitão do time. E que poderia ter travado o movimento. O ressentimento continua forte. O ambiente para Michel Bastos está péssimo no Morumbi. E já nasce uma certeza. Ele não cumprirá seu contrato até 2017. A tendência é que saia muito antes disso...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 20 Feb 2016 16:42:00

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