quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A vergonhosa vingança do Olympique contra Lucas Silva. Só não é pior que a omissão da CBF. Um jogador fundamental da Seleção Olímpica é humilhado. E a entidade do coronel Nunes se cala...

A vergonhosa vingança do Olympique contra Lucas Silva. Só não é pior que a omissão da CBF. Um jogador fundamental da Seleção Olímpica é humilhado. E a entidade do coronel Nunes se cala...




A humilhação que Lucas Silva está sofrendo no Olympique de Marseille vai além do que parece. Não é simplesmente um atleta de 22 anos sendo torturado psicologicamente. É o volante titular da Seleção Brasileira Olímpica que passa pela desmoralização. Um dos jogadores fundamentais para o sonho de Dunga na inédita busca do ouro, em agosto no Rio de Janeiro. Caso Neymar se machuque ou seja suspenso, Lucas Silva será o capitão do time. E o que a CBF está fazendo diante desse massacre? Nem ao menos um telefonema de apoio ao atleta. A relação entre Lucas, Real Madrid e Olympique é algo particular. E que foge sim do domínio da Confederação Brasileira de Futebol. Afinal, o Real Madrid apostou 15 milhões de euros, cerca de R$ 45 milhões, em 2014. Cerca de R$ 66 milhões atuais. Ele era mais um atleta "fatiado". O Cruzeiro tinha 30% dos seus direitos, Supermercados BH 20%, Futinvest (ligado ao laboratório EMS) 20%, Ovel 10%, próprio jogador 10% e Banco BMG 10%. Os espanhóis se tornaram donos de 100%. O jogador não conseguiu render nem metade do que fazia no Cruzeiro. Acabou sucumbindo psicologicamente diante da pressão de atuar em um dos clubes maiores do mundo. Com apenas 21 anos, o goiano sucumbiu. Entrou em nove partidas. Nunca passou de reserva. E depois, nem isso. Acontece que o clube madrilenho apostou muito alto no atleta. O fez assinar contrato até 2020. Pelo salário de 150 mil euros, R$ 661 mil a cada 30 dias. Podendo aumentar em caso de se tornar titular do time, conquistas de títulos, convocações para a Seleção principal. Só que houve enorme decepção em Madrid com o futebol do brasileiro. Com uma pitada de falta de sorte. Quem indicou o brasileiro foi Carlo Ancelotti, que adora volantes habilidosos, técnicos. Ele saiu. Quem o recepcionou foi Rafa Benitez, que prefere marcadores. Logo foi relegado ao segundo plano.

E veio o arrependimento pela vitória, depois da ferrenha disputa com o Manchester United e Milan. E em dezembro o Real corrigiu o erro. Florentino Perez contratou o croata Mateo Kovacic. Tomou, sem constrangimento, a camisa 16 que pertencia ao brasileiro. E a entregou ao novo contratado. Lucas Silva se tornou alvo de cobiça. Vários clubes perceberam a oportunidade. E quiseram a jovem promessa por empréstimo. Porto, Fiorentina, Sporting, Hamburgo, Getafe e Málaga eram candidatos. Mas surgiu o Olympique de Marseille, então de Marcelo Bielsa. O clube que já teve brasileiros fazendo história com sua camisa. Jairzinho, Paulo César Caju, Sonny Anderson e Mozer, entre outros. Acertou o empréstimo por um ano. Bancando seu salário de 150 mil euros. Só que a esta altura, Bielsa tinha ido embora. O espanhol Michel assumiu seu lugar. E também não escondeu que não nutre paixão pelo estilo do brasileiro. Além do mais, a falta de milionários recursos no Olympique já era uma realidade. Amarga a décima colocação no Campeonato Nacional da França. E disputa apenas a Liga Europa. O bilionário francês Robert Louis-Dreyfus comprou o clube em 1996. E investiu pesado no clube, até morrer de leucemia, em 2009. Sua viúva, a russa Margarita assumiu com mão de ferro a Louis Dreyfus Commodities, uma das maiores tradings de produtos agrícolas do mundo. Seu faturamento ultrapassa os 60 bilhões de dólares anuais, cerca de R$ 235 bilhões, segundo a revista Forbes.

A ex-vendedora tem 53 anos. Já tinha três filhos. Anunciou estar grávida de gêmeos, em janeiro. Filhos do seu namorado, o banqueiro suíço Philipp Hildebrand. O que tem isso a ver com Lucas Silva? Tudo. Margarita decidiu que não quer mais o controle do Olympique. E o colocou à venda por 200 milhões de euros, cerca de R$ 881 bilhões. E avisou ao presidente do clube Vincent Labrune. Não vai desviar mais dinheiro de sua empresa para o Olympique. Labrune soube desta situação no final do ano passado. Avisou ao treinador Michel que teria de economizar. Pelo menos até que o clube fosse vendido. A primeira lembrança dos dois recaiu sobre Lucas Silva. O brasileiro continuou intimidado, inseguro. Não por acaso foi considerado como uma das piores contratações da temporada no futebol francês. O volante ágil, rápido, com excelente visão de jogo, desapareceu. Surgiu outro lento, indeciso, sem iniciativa, burocrata. Labrune quis se livrar dos 150 mil euros a um mero reserva. E acertou com o Real Madrid. Iria emprestá-lo ao Anderlech, da Bélgica. Michel deu o seu aval. Só que o brasileiro se recusou a ir. O que provocou imensa ira em Labrune. A primeira providência foi não inscrevê-lo na Liga Europa. E depois, a atitude que o L"Equipe tornou pública hoje. No dia 2, ele estava no grupo que viajava de ônibus para Montpelier.

Mas o presidente, de caso pensado, deu a ordem. Ele estava "expulso" do ônibus. Passou a humilhação de ter descer diante dos seus companheiros de time. Labrune quer que Lucas Silva simplesmente desista de ficar até junho. E peça o final de seu empréstimo. Assim, a equipe francesa ficaria livre de seguir pagando seus salários até lá. Ou então aceite a ida para uma equipe chinesa, ucraniana, russa. Mercados que continuam com suas janelas abertas. O brasileiro não quer deixar a Europa, os grandes centros. O técnico Michel está completamente perdido. E disse, para disfarçar, que o jogador negocia com o Brasil. O que é desmentido pelos empresários do volante. O mercado brasileiro também está fechado. Cruzeiro e Palmeiras chegaram a pensar no volante. Mas seu salário se tornou enorme desestímulo.

Além do fato dele não querer retornar. É uma situação que afeta diretamente a Seleção Olímpica. Está claro que um dos seus principais valores está desnorteado. Sem rumo. Mas até agora, ninguém entrou em contato com Lucas Silva.

A direção do Real Madrid nem cogita o ter de volta.

O empréstimo com o Olympique precisa ser cumprido.

Com a ameaça de o Real não emprestar novos atletas no futuro.

A situação segue constrangedora.

Longe de uma solução.

O jogador segue humilhado.

E a CBF, do coronel Nunes, se cala.

Nem um telefonema de apoio.

Como se ele não existisse.

E nem fosse fundamental na busca da medalha olímpica.

Talvez em agosto, Dunga e Gilmar Rinaldi se lembrem dele...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 10 Feb 2016 15:54:13

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