sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Desde o final do Clube dos 13, o monopólio da Globo não estava tão ameaçado. Emissora oferece mais dinheiro e menos privilégio a Corinthians e Flamengo. Para que os clubes não fechem com o Esporte Interativo...

Desde o final do Clube dos 13, o monopólio da Globo não estava tão ameaçado. Emissora oferece mais dinheiro e menos privilégio a Corinthians e Flamengo. Para que os clubes não fechem com o Esporte Interativo...




A batalha pelo direito de transmissão dos Brasileiros entre 2019 e 2024, na tevê fechada, está sangrenta. Globo nunca teve tão forte concorrência pelos jogos exibidos pelo Sportv e o pay-per-view, o Premiére. A Turner, dona da Esporte Interativo, resolveu entrar para valer na briga. Desde o ano passado começou a tentar convencer os clubes que não são privilegiados, não recebem as maiores cotas. O Esporte Interativo tenta comer pelas beiradas. Sabe que não ficará com todos os clubes. Pretende primeiro implodir com o monopólio da Globo. Fazer estragos. Se levar, digamos, oito times já será caótico. Mesmo que não sejam os de maiores torcidas. Imagine quantos jogos não seriam mostrados. A legislação brasileira não é igual como alguns países da Europa. Quando há um clube ligado a uma emissora e outro fechou com outra, o que joga em casa transmite. Aqui, não. Ou são do mesmo canal ou ninguém vê o jogo. Já é certo que Corinthians e Flamengo seguirão com a Globo. Digamos que o Santos feche com a Turner. Ninguém veria Corinthians e Santos ou Flamengo e Santos na tevê fechada ou pay-per-view por três anos. Isso não é bom, principalmente para a Globo, com a queda da audiência da tevê aberta para o futebol. Ou ela paga mais, muda a distribuição de cotas. Ou se alia à Turner, hipótese que os executivos, por enquanto, não querem ouvir falar. Corinthians, Vasco, Botafogo, Vitória, Sport, Cruzeiro, Atlético Mineiro e Fluminense já se acertaram com a Globo. E assumem. Flamengo e São Paulo participaram das reuniões com a Turner, mas também querem seguir com a emissora carioca. O Palmeiras também. Assim como Goiás, Figueirense, Chapecoense. Corintianos e flamenguistas são os eternos satisfeitos. Ganham mais do que todos desde que acabou o Clube dos 13. Têm mais jogos transmitidos na tevê aberta, o que facilita na busca de patrocinadores mais fortes. E estimula as novas gerações de torcedores. Por serem mais populares, ganham mais na tevê fechada e no pay-per-view.

O grande rebelde, aliado da Turner, é o Santos. A revolta é geral na Vila Belmiro. A partir desse ano, o clube embolsará R$ 80 milhões por seus jogos na aberta. Isso enquanto a Globo pagará R$ 170 milhões a Corinthians e Flamengo. R$ 110 milhões ao São Paulo. R$ 100 milhões ao Palmeiras e ao Vasco. Cruzeiro, Atlético Mineiro, Grêmio, Internacional, Fluminense e Botafogo, R$ 60 milhões. As outras equipes recebem abaixo desse valor. "Sendo sincero. Os nossos torcedores querem que a Globo vá para aquele lugar. Estamos sendo excluídos há muito tempo. Temos certeza que haverá represálias. Mas estamos decididos. Vamos assinar com o Esporte Interativo", garantiu o vice-presidente Cesar Conforti. A proposta do canal esportivo brasileiro da Turner é de R$ 600 milhões pelos vinte clubes. Divididos como acontece na Champions. 50% igualitário, 25% audiência e 25% rendimento. Além da garantia de fim de privilégio para corintianos e flamenguistas. Eles teriam o mesmo número de partidas mostradas como os demais. Além do Santos, Internacional, Bahia, Atlético Paranaense e Coritiba já teriam se comprometido com a Turner. O Santa Cruz também está interessado. A proposta teria ido aos Estados Unidos. E, após o Carnaval, aconteceria a assinatura dos contratos. Lógico que executivos globais não estão de braços cruzados. Estão em contatos permanente com os dirigentes rebeldes. A promessa é que a emissora também aumentará as cotas na tevê fechada. Promete diminuir a diferença de dinheiro entre Corinthians e Flamengo, assim como o número de jogos. Mas os dois seguirão sendo privilegiados por terem as maiores torcidas, são mais viáveis comercialmente. E pode chegar perto dos R$ 600 milhões oferecidos pela rival. Executivos sabem que, a tendência é irreversível. Cada vez mais o futebol fará parte da tevê fechada. E menos da aberta. A Globo alega que não será só ela quem acabará prejudicada. Mas os próprios clubes rebeldes. Não terão seus jogos transmitidos contra as equipes mais populares do país. Com serão em menor número, aparecerão quando se enfrentarem. O que na prática os deixará menos vistos. E menos atraentes para os patrocinadores. Nas conversas não há ameaças explícitas de represálias, como antecipou o vice santista. Mas está claro que a emissora não terá grande interesse em mostra na tevê aberta o jogo daqueles que a "traíram". A tevê aberta é uma grande aliada da Globo. Não há interesse de nenhuma outra emissora comprar a briga. Não depois da implosão arquitetada do Clube dos 13, em 2011. Bandeirantes e RedeTV! não estão bem financeiramente. E só transmitem o que a tevê carioca repassa a uma taxa muito baixa.

Os dirigentes "rebeldes"combinaram que seguirão até o fim suas decisões. Só que até agora, ninguém assinou papel algum. Só deixaram claras suas intenções. Reside aí a maior esperança da Globo. Conseguir convencer todos a ficar. Mesmo os mais decididos: Santos, Coritiba e Atlético Paranaense. Deseja matar o mal pela raiz. A Esporte Interativo pode até aumentar a proposta. Como conseguiu entrar na NET, quer rechear sua programação com jogos do Brasileiro. E lucrar com o pay-per-view. Mas não será tão fácil. Embora tente parecer neutra nesta questão, a CBF está do lado da emissora dos Marinho. Será a ela quem terá de responder. Por isso não tem sentido a promessa que os jogos do Brasileiro acontecerão às 20 horas a partir de 2019. Será obrigatória a concordância da Globo. Publicitários ligados à tevê acreditam que não será surpresa se os clubes recuarem. E a esmagadora maioria assinar com a Globo. Alegam que, aquilo que eles queriam, já conseguiram. Haverá um aumento para a tevê fechada e para o pay-per-view. E também uma distribuição mais justa do dinheiro e do número de jogos. Tirando o Atlético Parananense, ninguém tem experiência em viver sem a Globo. Por enquanto, os rebeldes juram que não vão recuar. Mas eles precisam saber. Já causaram estragos. Há muita tensão na emissora dona do monopólio do futebol. Desde o fim do Clube dos 13, os executivos não se sentiam tão ameaçados...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 05 Feb 2016 14:21:59

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