sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O desentrosado Corinthians vence o Capivariano. Porém, o mais importante no Itaquerão, foi o protesto da torcida. Contra a falta de transparência nas contas do estádio. E os abusos da TV Globo...

O desentrosado Corinthians vence o Capivariano. Porém, o mais importante no Itaquerão, foi o protesto da torcida. Contra a falta de transparência nas contas do estádio. E os abusos da TV Globo...




O sofrimento de Tite com seu desentrosado Corinthians ficou em segundo plano. A vitória sobre o Capivariano por 2 a 1 quase foi esquecida. Mesmo o lindo gol de Guilherme, estreou e decidiu mais uma partida do interminável Campeonato Paulista. O que chamou a atenção, de verdade, foi o confronto entre a Polícia Militar e a Gaviões da Fiel. O motivo? A organizada levou três faixas. Uma questionando a falta total de transparência das contas do Itaquerão. "Cadê as contas do estádio?", perguntavam os torcedores. E duas contra a maior aliada de Andrés Sanchez. "Rede Globo, o Corinthians não é o seu quintal." "Jogo às 22 horas também merece punição." Mal as faixas foram expostas, a Polícia Militar ficou ensandecida. E partiu para cima dos torcedores. A firmeza dos policiais chamou muito a atenção. Principalmente o empenho em tomar as faixas...

A primeira faixa é autoexplicativa. A Gaviões da Fiel está irritada com a cúpula corintiana. Porque entende que os dirigentes não fizeram nada junto à Federação Paulista de Futebol. A torcida foi suspensa por 60 dias dos estádios paulistas por usarem sinalizadores na final da Copa São Paulo. O que decidiram os torcedores? Atingir o ponto mais fraco da diretoria. As contas do estádio. Os torcedores sabem que o desmanche do time hexacampeão aconteceu porque falta força econômica. O amador acordo amarrado para a construção do estádio suga o dinheiro das partidas. A arrecadação vai toda para o fundo que administra a dívida para o BNDES. Só que ninguém quanto o Corinthians pagou, quanto deve. Tudo é envolvo em mistério. Daí o protesto. Quanto à TV Globo, a torcida quis abalar a relação íntima entre a emissora e os dirigentes. O clube é favorecido desde a implosão do Clube dos 13, em 2011. E passou a receber, ao lado do Flamengo, muito mais dinheiro na divisão das cotas de transmissão da emissora. A relação é tão próxima que os torcedores ironizaram. Lembraram que o clube não é o quintal da emissora. E foram além. Lembraram que, se estão punidos pelos sinalizadores, a Globo também deveria. Por causa dos jogos às 22 horas. Mal as faixas foram levantadas pelos torcedores, soldados da Polícia Militar partiram com violência para tomá-las dos torcedores. Houve um forte conflito. Que as câmeras do Premiére, emissora pay-per-view, fez questão de não mostrar. Lógico. Ela pertence à Globo. A PM usou como desculpa para fazer os torcedores abaixarem as faixas o artido 13-IX do Estatuto do Torcedor. De acordo com ele, é "proibido portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo". Quanto ao jogo, Tite fez o que deveria. Chegou a hora de os hipócritas perceberem o quanto os Estaduais atrapalham. Travam o trabalho dos clubes grandes que disputam a Libertadores da América. Eles são obrigados a participarem de jogos inócuos, que não levam a nada. Em uma inversão de valores, se sacrificam para os pequenos desfrutarem de migalhas. Por dois meses e meio, esses clubes disputam o torneio. E o restante do ano ficam sem entrar em campo. Uma estupidez incrível.

Tite desprezou a pressão da Globo e da Federação Paulista de Futebol. Não escalou seus titulares. E tratou de colocar uma equipe desfigurada, cheia de jogadores que mal chegaram. E sem nenhum entrosamento. Promete fazer o mesmo domingo, contra o São Paulo. O que interessa será a partida de quarta-feira, contra o Cobresal, no Chile, pela Libertadores. O treinador colocou seu time para atuar hoje por mera obrigação. Tirou seis titulares. Fez estrear Guilherme e Giovanni Augusto. Colocou o garoto Maycon. Enfim, trabalhou como se fosse um coletivo. A equipe que começou o jogo foi Cássio, Edilson, Felipe, Vilson e Uendel; Willians; Romero, Maycon, Guilherme e Marlone; Danilo. Fagner, Yago, Bruno Henrique, Elias, Rodriguinho e Lucca foram preservados. Os defeitos previsíveis surgiram. O primeiro, e o mais fundamental, o desentrosamento. Afinal essa equipe nunca jogou junta. E provavelmente não atuará. Não em jogos importantes. Vale a pena uma análise individual dos novos contratados. Guilherme fez um golaço. Mas esteve perdido durante todo o jogo. Mostrou a velha falha que o acompanha desde os tempos de Minas Gerais. Apesar dos treinadores insistirem, ele não rende como meia. Nasceu para atuar mais próximo à área adversária, como um segundo atacante. Mas não era o que Tite queria. E ele ficou perdido durante a maior parte do jogo. Queria mostrar ânimo, ajudar. Corria pelas intermediárias, mas nada produzia. Marlone conseguiu ser pior. Afobado, tenso. Errava passes infantis. Desperdiçou um gol incrível e se intimidou. Isso contra o pobre Capivariano. Tite precisa de maneira urgente pensar em novas alternativas para as perdas de Jadson e Renato Augusto. Giovanni Augusto entrou no final, completamente sem ritmo. Precisa de muito condicionamento físico e técnico. Foi assustadoramente mal. Vilson mostrou raça, vibração. Mas se mostrou abaixo de Yago. O zagueiro paraguaio Balbuena acompanhou o jogo das tribunas do Itaquerão. Falta ainda acertar a forma de pagamento ao Libertad. E só então ele poderá assinar contrato.

O jogo foi muito disputado. E ruim tecnicamente. O Capivariano dominou grande parte da partida. Mas perdeu porque não tinha atletas talentosos como os do Corinthians. Foram dois gols no início dos tempos. Romero aos dois minutos. E Guilherme logo no primeiro minuto da segunda etapa. Marlon marcou aos 29 minutos do primeiro tempo, aproveitando escanteio. Cabeceou de costas e a bola foi desviada em Vilson e entrou. A arbitragem foi péssima. Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza não marcou pênalti em Marlone. E também de Willians em Marlon. Ou seja, foi mal para os dois lados. Edílson conseguiu ser expulso por xingar Marcelo Aparecido. Foi a terceira vitória consecutiva do Corinthians no Paulista. Todas conquistadas com um gol de diferença. Mas Tite e seus jogadores não se importam. A cobrança começa a valer na quarta-feira, na estréia da Libertadores. Antes disso, o clássico contra o São Paulo para atrapalhar. Nem Bausa colocará seus titulares.

É o que obriga esse insano calendário, com os Estaduais.

Imposto pela CBF.

E pela Globo, que a Gaviões conhece muito bem...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 Feb 2016 23:07:38

Nenhum comentário:

Postar um comentário