sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A patética crise no São Paulo. Greve do silêncio nasceu da falta de pagamento aos jogadores. Movimento rachou o time em dois grupos. O radical, liderado por Michel Bastos, e o conservador, do novo capitão, Lugano...

A patética crise no São Paulo. Greve do silêncio nasceu da falta de pagamento aos jogadores. Movimento rachou o time em dois grupos. O radical, liderado por Michel Bastos, e o conservador, do novo capitão, Lugano...




Está mesmo confirmado. O problema do São Paulo é pior do que se imaginava. E explicado o porquê de o assessor do presidente, Rodrigo Gaspar, taxou Michel Bastos de "erva daninha". Ele é apontado, em off, por conselheiros e membros da diretoria. Foi o organizador da greve do silêncio após a partida contra o The Strongest. Os jogadores não falariam à imprensa, fosse qual fosse o resultado. Motivo: atraso de três e dois meses de direito de imagem, dependendo dos atletas. O salário de janeiro segue atrasado. E também há jogadores que ainda não receberam toda a premiação pela classificação para a Libertadores, conseguida no ano passado. "Nós atrasamos mesmo os direitos de imagem. O erro foi nosso. O São Paulo tinha de pagar em dia. E não estava pagando. Infelizmente. Só conseguimos pagar a premiação da Libertadores há alguns dias. "E é verdade em relação ao que aconteceu no vestiário do Pacaembu. Um grupo de jogadores não queria dar entrevista, fazer greve de silêncio. O outro, não. Queria falar e falou. "O Michel Bastos está certo em reivindicar. O São Paulo deve mesmo. E jogador tem de receber em dia." As confirmações foram feitas pelo vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, à rádio Transamérica. Ataíde está muito irritado com a falta de pagamento. A responsabilidade não é dele. E do presidente Leco. Paulo Henrique Ganso colaborou com Michel Bastos na tentativa pelo silêncio. Já no intervalo, quando a partida estava empatada em 0 a 0, repórteres da Globo e da Fox Sports estranharam ninguém aceitar falar uma palavra sobre o jogo. Depois veio a derrota. Os atletas saíram do gramado calados, como haviam combinado. Foi quando Lugano entrou em ação. E deixou claro que isso só pioraria as coisas. Criaria enorme crise no clube. E decidiu enfrentar os organizadores da greve do silêncio. E convenceu outros atletas a darem entrevistas. Ele, Denis e Kardec falaram. E deixaram claro que não se submeteriam à liderança de Michel Bastos. O que provoca um perigoso racha no elenco. Edgardo Bauza fez sua parte. Tentou ganhar tempo enquanto a diretoria arrumava dinheiro para pagar os atletas. Ele deu entrevista na terça-feira, um dia antes do confronto com os bolivianos. Já que alguém do São Paulo era obrigado a falar, até pelo regulamento da Libertadores.

Como a situação envolve dinheiro dos atletas, ele procurou apenas acalmar os jogadores. Mas não poderia obrigar ninguém a dar entrevista. Tanto que foi irônico na sua coletiva após a derrota para o Strongest. "Vocês (jornalistas) devem perguntar a eles. Não falaram nada para mim. Eu não tenho problema em falar." A situação se tornou pública à tarde. Pessoas ligadas ao presidente Carlos Augusto Barros e Silva confirmaram o movimento. O presidente sabia que não conseguiria esconder a situação. E que seu assessor tinha tomado as dores da diretoria. E chamado, sem meias palavras, Michel Bastos de "erva daninha". Com as entranhas do problema expostas, tudo que era ruim, ficou muito pior. A pressão aumentará.

O assessor do presidente sabia o que Michel Bastos queria. Jogar a imprensa contra a diretoria. Afinal, o São Paulo, clube grande que é, tem a obrigação de pagar seus funcionários em dia. Como ex-jogador da Seleção Brasileira, atleta da Copa do Mundo de 2010, com passagens por clubes da Itália, Holanda e França, sua palavra tem um peso enorme. Foi escolhido por Bauza como seu capitão, enquanto Lugano não entrava em forma. O mesmo jogador que mandou a torcida calar a boca em 2015, agora organiza o silêncio dos seus companheiros. Postura lastimável. A diretoria considera uma traição a postura de Michel Bastos. Há até quem defenda a rescisão de contrato. O que poderia tornar tudo ainda pior. Atrapalhar ainda mais o time na Libertadores, depois da desastrosa estreia. Já há uma grave crise política no clube. Guerra entre o conselheiro Abílio Diniz e o presidente Leco. De acordo com o empresário, o dirigente não permite que seja feita uma auditoria real no departamento de futebol. E que nada mudou em relação aos tempos de Aidar na presidência. O blog já havia denunciado que Leco faria de tudo para abafar os escândalos provocados pela passagem de Aidar. O que Abílio confirma por e-mail passado a conselheiros. A briga atingiu Milton Cruz, encostado, afastado do time. Por ser considerado um "espião" de Abílio Diniz. A situação dos bastidores do São Paulo é constrangedora.

Bauza, assim como o ex-treinador Juan Carlos Osorio, não esperava esse atraso na falta de pagamento aos jogadores. Esse é um erro gravíssimo. Conturba o ambiente. Ainda mais para um técnico recém-chegado. Tite contornou o problema no Corinthians por conhecer os intestinos do Parque São Jorge há anos. Lugano foi confirmado. Fará sua reestreia contra o Rio Claro, domingo no Pacaembu. Sua presença é a certeza que Michel Bastos perderá o status de capitão. A tarja deverá ficar no braço do uruguaio. O vazamento da greve do silêncio não aconteceu da forma que os atletas esperavam. Com uma fácil vitória diante dos bolivianos. Veio com a derrota. O que enfraqueceu o movimento. Aumentou a raiva dos dirigentes contra os autores da ideia. Michel Bastos e Ganso são apontados, por conselheiros, como os líderes do movimento.
A situação é muito complicada.

Para amenizá-la, o time só jogará na Libertadores no dia 10 de março.

Contra o River Plate em Buenos Aires.

Até lá, há os fracos adversários no Paulista.

Rio Claro, Novorizontino, Ponte Preta e São Bernardo.

Enquanto isso, o clube deverá pagar o que deve aos atletas.



Jogadores sem coragem de falar abertamente o que acontecia.

Não esperar que seus assessores deixassem vazar a notícia.

Greve do silêncio já é ridícula.

Mesmo de times vencedores.

De atletas que perdem para o Strongest, no Pacaembu, é ridícula.

E dirigentes incapazes de pagar salário em dia no São Paulo Futebol Clube?

Incompetentes é o adjetivo mais brando...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 19 Feb 2016 17:53:49

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