quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A estreia do Corinthians na Libertadores não poderia ser melhor. Venceu o Cobresal no Chile. E Tite ainda agradou seus reservas. Nos próximos jogos, os caros contratados assumirão seus lugares no time...

A estreia do Corinthians na Libertadores não poderia ser melhor. Venceu o Cobresal no Chile. E Tite ainda agradou seus reservas. Nos próximos jogos, os caros contratados assumirão seus lugares no time...




A sorte premiou a psicologia de Tite. O treinador sabia que iria sofrer no deserto chileno, em El Salvador. Enfrentando o ar rarefeito, a altitude de 2.300 metros. E o entusiasmo dos adversários do Cobresal, time marcado para acabar. Foi um sufoco. Mas um gol contra do zagueiro Escalona, aos 45 minutos do segundo tempo, assegurou a importante vitória no início da caminhada na Libertadores. "O jogo tecnicamente foi abaixo daquilo do que eu imaginava. Dos jogos que eu vi, o Cobresal tem uma melhor qualidade técnica, e nós também. O primeiro tempo não teve o nível que eu imaginava. Devemos levar em consideração uma série de aspectos. O Cobresal faz na sua casa uma marcação leal, porém, agressiva, para haver um desgaste do adversário e uma dificuldade numa troca de passes que é característica da nossa equipe." Na expressão "série de aspectos", se encaixa o golpe psicológico de Tite. O treinador sabia que o mais difícil na partida de ontem era o desgaste da viagem até o deserto de Atacama, na Cordilheira dos Andes. Enfrentar os 2.300 metros de altitude. Pelos vídeos que assistiu do Cobresal sabia que poderia colocar em prática seu plano. O técnico queria manter a fidelidade dos jogadores que restaram do desmanche. E não escalou como titular nenhum dos novos contratados. Era um passo calculado. O adversário não assustava. E, se desse errado, seria apenas a primeira partida da fase de grupos da Libertadores. Com os reforços, haveria como o time se recuperar. Os atletas que perderão seu lugar no time, como Danilo, Romero Rodriguinho e Lucca se sentiram valorizados. Atitude inteligente do treinador para unir o grupo para a Libertadores. Dentro do campo, Tite e Dalcio Giovagnoli pensaram a mesma coisa. Foram espelhos táticos. Ambos apelaram para a segurança. E atuaram nitidamente no 4-1-4-1. A marcação chilena era mais avançada. Procurava travar a saída de bola do Corinthians. Sufocar Fagner e Uendel. Faltava ao Cobresal talento nos seus meias e atacantes. O sistema de marcação corintiano era entrosado e eficiente. O problema foi mesmo o ataque. Danilo, como falso centroavante, não tinha espaço para jogar. Nem arranque, velocidade. E Romero se mostrava tímido, aceitando a marcação. Apenas Lucca mostrava ao menos confiança. Rapidez de raciocínio. Tite também não contava com a agilidade normal de Elias. Ele foi dúvida até o jogo começar. Reclamava de dores na coxa esquerda. Jogou. Mas não conseguiu ter uma atuação normal. O Corinthians é muito dependente do volante para manter seu ritmo. O acanhado El Cobre ficou 16 minutos escuro, graças a uma falha no sistema de iluminação. Aliás, muitos dos estádios que a Conmebol aprova para a disputa da Libertadores são vergonhosos. Só 3.617 pessoas pagaram para ver a partida.

A paralisação deixou ainda mais tenso o jogo. Faltou emoção. Sobraram divididas e briga nas intermediárias. Os goleiros praticamente só trabalhavam em cruzamentos inócuos. O Cobresal tentava se aproveitar da altitude. Seus jogadores chutavam de fora da área para tentar surpreender Cássio. O ar rarefeito acelera a trajetória da bola. Mas faltava pontaria aos chilenos. O Corinthians tinha sérios problemas de criação. A marcação forte atrapalhava. Menos do que a ausência de inspiração dos seus jogadores. A melhor chance que o time paulista teve na primeira etapa foi com Lucca. Ele bateu falta e quase surpreende o goleiro Cuerdo. No intervalo, Tite foi obrigado a tirar Romero. Sua atuação comprometia o restante da equipe. Era como se o Corinthians tivesse dez em campo. Giovanni Augusto entrou. Com a missão de ajudar na coordenação do meio de campo. E prender um pouco mais a bola. Os chilenos perceberam que o adversário não era tão forte assim. E passaram a marcar forte, pressionar a saída de bola brasileira. Obrigavam a zaga a dar chutões para a frente. Mas a maior posse de bola do Cobresal se mostrava improdutiva. Não levava a nada. Danilo não aguentava mais flutuar à toa à frente da zaga chilena. Tite se cansou do sacrifício inútil. O trocou por André. A partida seguiu brigada, feia. Yago quase muda o rumo do jogo, acertando forte cabeçada na trave de Cuerdo, aos 21 minutos. O sacrifício de Elias vai até aos 34 minutos, quando finalmente sai. Willians entrou no seu lugar. Estava claro que para Tite, o empate estava ótimo. Só que a sorte iria ajudar o Corinthians. Aos 45 minutos, a firme zaga do Cobresal vacilou. E Lucca invadiu a área pela direita. Quis cruzar para o meio da área. Foi quando Escalona tentou o corte. Mas mandou para suas redes. Clássico gol contra. Corinthians 1 a 0. Presente dos deuses para Tite.

Injusto para o Cobrasal, equipe que irá terminar nos próximos anos. O time só existe por conta do cobre da região de El Salvador. Ele se tornou escasso e perdeu seu valor. A cidade artificial deverá acabar. Assim como o clube. O Corinthians não tem nada a ver com isso. Apenas quer seguir seu caminho na Libertadores. E conseguiu importantes três pontos na estreia. Com Tite valorizando seus reservas. A próxima partida será contra o Santa Fé, em Itaquera. Até o dia 2 de março, muita coisa mudará. Como os reservas virarem reservas. E os contratados assumirem os lugares que são seus. Na Libertadores não há lugar para agrados a jogadores. Ainda mais para um clube com pretensão de ser campeão novamente. Tite já deu sua colaboração ontem...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Feb 2016 05:39:29

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