quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Renúncia do presidente do Bétis. Processo que pode levar à cadeia ex-presidente do Santos. Jogador sem salário. Dívida de R$ 51 milhões. Leandro Damião, a transação mais amaldiçoada do futebol deste país...

Renúncia do presidente do Bétis. Processo que pode levar à cadeia ex-presidente do Santos. Jogador sem salário. Dívida de R$ 51 milhões. Leandro Damião, a transação mais amaldiçoada do futebol deste país...




"Era final de 2013. O Internacional pedia três milhões de euros, cerca de R$ 12,9 milhões e mais Arouca. O volante estava avaliado em outros três milhões de euros. O dinheiro ainda poderia ser parcelado. Teoricamente, seis milhões de euros por 70% de Leandro Damião. As conversas estavam adiantadas, os salários acertados: R$ 680 mil, em valores atualizados. Só que o empresário Renato Duprat soube da transação. E procurou a direção santista dizendo que o fundo Doyen Sports compraria o jogador. Inclusive os 70% que eram do Atlético de Ibirama. O repassaria ao Santos. O clube apenas bancaria os salários e serviria de vitrine. Teria ainda 20% do lucro em futura venda. O presidente em exercício, Odílio Rodrigues, aceitou. Queria uma estrela. Só que o Inter e o Atlético de Ibirama pediram juntos uma quantia exorbitante. 12 milhões de euros, na época, R$ 42 milhões. Ficaram empolgados com a procura do bilionário fundo de investimento. Sabiam que poderiam pedir muito mais. E pediram... Empresários que negociam atletas há décadas acreditam ser uma "loucura" tal preço. Como Odílio já havia avisado o Comitê Gestor e a diretoria, Renato Duprat não voltou atrás. E teve de comprar o inflacionado atacante. Houve até comemoração entre os dirigentes colorados, eles não acreditaram. Conseguiram muito mais dinheiro do que jamais sonharam pelo atleta em má fase. Leandro Damião estava fora dos planos da Seleção. Os clubes europeus que um dia se interessaram por ele, o esqueceram. No Campeonato Brasileiro de 2013 seu rendimento foi pífio. Marcou apenas cinco gols. Um, dois, três, quatro, cinco gols...Nunca esteve tão em baixa no Beira-Rio. Infelizmente justificava a fama. Cada vez que foi cobrado, Leandro Damião jogou muito pior. Assim aconteceu na Seleção Brasileira e no Inter. Odílio sonhava em fazer uma festa grandiosa para a apresentação do jogador.E principalmente ganhar a admiração de conselheiros, imprensa, torcida. Afinal estava contratando um atacante com nível de Seleção Brasileira "de graça".
Só que tudo mudou radicalmente. Os conselheiros perceberam. O presidente comprometeu o Santos em 12 milhões de euros. Com juros de 10% ao ano. Se o Santos não conseguir vender o atleta em cinco anos, será o caos. Hoje, ele vale no máximo um terço deste valor." A matéria foi publicada neste blog em janeiro de 2014. E o que aconteceu, desde então? Sua situação só piorou na Vila Belmiro. Treinadores eram pressionados pela diretoria para escalá-lo. E seu rendimento só piorava. Em dois anos de clube, conseguiu marcar apenas 11 gols. Rejeitado de maneira constrangedora pelos próprios torcedores santistas. Pela ferrenha imprensa da Baixada. Era xingado, desprezado nas apertadas alamedas da Vila Belmiro.

Se pudesse desejar duas coisas antes de morrer, a maioria dos conselheiros pediria aos céus duas coisas. A primeira era ver Leandro Damião bem longe. E a outra, Odílio tendo de arcar com seu patrimônio pelo pior negócio da história do Santos. Foi quando começou uma batalha jurídica. Com Damião tentando se livrar do clube paulista de qualquer maneira. A ansiedade foi tanta que seus advogados quase o levam à cadeia. Mesmo com seu salário de R$ 680 mil, ele teve coragem de assinar um atestado de pobreza. Que a diretoria santista fez questão de dar cópias aos jornalistas para desmoralizá-lo. Lógico que ele não conseguiu se desvincular do Santos. Tem de agradecer aos céus por não ter ido preso. Porque Leandro Damião pode ser chamado de tudo nesta vida. Menos de pobre. Não conseguiu ficar dono dos seus direitos. O atacante acabou emprestado para o Cruzeiro. O clube mineiro aceito pagar 80% dos seus salários, R$ 544 mil. Os 20% restantes seguiam do Santos. Em Belo Horizonte, fo melhor, marcou 18 gols em um ano. Mas a direção do clube não nem pensou em contratá-lo. O então treinador Mano Menezes disse que não valeria o investimento. Os dirigentes se afastaram da problemática Doyen. Seu nome continua provocando arrepios na Vila Belmiro. Novamente se seguiu outra batalha jurídica. Ele estava apalavrado com o Internacional. Só que o Santos exigia os 12 milhões de euros que se comprometeu a pagar à Doyen por sua compra. Nada feito. A briga jurídica foi parar na última instância deste país. No Tribunal Superior de Trabalho. O próprio ministro Ives Gandra Martins se dispôs a selar um acordo entre as partes. A reunião aconteceu em Brasília.

O Santos se comprometeu a pagar R$ 4,5 milhões, referentes a verbas trabalhistas (salários e direito de imagem) que estavam atrasados. Em 40 parcelas de R$ 112,5 mil. O jogador ficou livre para fechar contrato com o Bétis, da Espanha, por um ano e meio. Caso o clube espanhol o revendesse, o clube do Litoral teria direito a 90% do valor. E o time europeu, 10%. Tudo certo? Lógico que não. Parece uma maldição. Os conselheiros do Bétis consideram um absurdo os salários de R$ 14,1 milhões por ano ao brasileiro. E impediram a transação. O presidente Juan Carlos Ollero se sentiu desmoralizado. E pediu renunciou ao cargo no clube espanhol. A janela dos principais clubes europeus se fechou. E Leandro Damião segue no Santos. Com pelo menos um grande alívio. Pelo acordo jurídico, o clube não precisa pagar um centavo ao atleta.

Quando estava acertando com o Bétis, sua confiança era total. E assinou um documento que parece mais um suicídio jurídico. Se não desse certo a transação, o clube paulista estaria livre. Não precisaria bancar seus vencimentos de R$ 680 mil a cada 30 dias. Não é por acaso que Leandro Damião está desesperado. Busca outra equipe que o contrate. A esperança é o mercado chinês.

Transferências para lá podem ser feitas até o dia 26 deste mês. Só que os principais clubes já fizeram suas compras. O Internacional surge novamente interessado. Pode levá-lo por empréstimo, mas pagando muito menos. De jeito algum bancará os R$ 680 mil.

O alívio santista é momentâneo.

Terá de pagar os 12 milhões de euros à Doyen.

Até o final de 2017.

Foi dinheiro emprestado.

Por tudo isso fica fácil entender a revolta de diretoria.

Muito dinheiro do clube foi comprometido por Odílio Rodrigues.

Depois de duas auditorias, o Conselho Fiscal rejeitou as contas do dirigente.

E indicou um processo por gestão temerária na Justiça Comum.

O que pode valer o ressarcimento financeiro da quantia comprometida.

E mais dois anos de cadeia a Odílio.

Além do incrível desperdício com Leandro Damião, há mais.

A diretoria não se conforma, acha suspeita outra transação.

E que foi amarrada por Odílio.

A venda de parte de direitos de Daniel Guedes, Geuvânio, Gabigol e Alison.

Para quem?

Para a Doyen, lógico.

Nesta situação lastimável, só há uma certeza.

Leandro Damião foi a pior negociação da história do Santos Futebol Clube.

Alguém tem de pagar por isso...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 04 Feb 2016 11:31:14

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