quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Bauza e Calleri trouxeram personalidade ao São Paulo. Empate com o César Vallejo foi injusto com o time brasileiro. Em todos os sentidos. Até na cabeçada de Kardec que entrou e o juiz não viu...

Bauza e Calleri trouxeram personalidade ao São Paulo. Empate com o César Vallejo foi injusto com o time brasileiro. Em todos os sentidos. Até na cabeçada de Kardec que entrou e o juiz não viu...




Personalidade. Esta a grande mudança no São Paulo de Edgardo Bauza e de Calleri. Os argentinos impregnaram de raça o time apático e mimado de anos e anos. Diante do Cesar Vallejo, em Trujillo, o time se impôs. Foi muito melhor do que o rival peruano. Teve muito mais vontade, definição tática, compactação. Merecia vencer a primeira partida da Pré-Libertadores. Terminou a partida encurralando o adversário na sua área. O grande destaque em campo Calleri. O atacante não foi comprado do Boca Juniors por 12 milhões de dólares, cerca de R$ 46 milhões, à toa. O grupo de investidores sabia o que fazia. Logo na estreia, não se intimidou. Misturou velocidade, técnica e coragem no corpo a corpo com os grandalhões zagueiros peruanos. Conseguiu marcar um golaço e empatar a partida. E mais. Deixar claro que o São Paulo terá um ótimo atacante por seis meses, até ele seguir para a Europa. "Estou contente pelo resultado como visitante, me senti muito confortável, espero dar o máximo para a equipe. Estou aqui para ajudar a equipe de todas as maneiras", dizia, o artilheiro argentino, com a firmeza de quem está acostumado a visitar as redes adversárias. O time brasileiro acabou sendo muito melhor que o peruano. Foram 21 arremates a gol contra apenas seis dos donos da casa. Inclusive uma cabeçada de Alan Kardec que bateu no travessão e caiu atrás da linha. Gol legítimo não confirmado pela arbitragem equatoriana. O empate em 1 a 1 teve sabor de vitória, pela mudança de atitude de 2015. Definirá a vaga para a fase de grupos na próxima quarta-feira, no Pacaembu. Até o empate em 0 a 0 garante a classificação. O jogo de hoje mostrou a mudança de atitude do time. A personalidade competitiva argentina se infiltrou no DNA do São Paulo. Foi um promissor início de Libertadores... Pouco importava que o César Vallejo tem uma equipe modesta, sem grandes estrelas. Time absolutamente comum, mediano. Edgardo Bauza já começou a deixar sua marca. A maneira de jogar que fez a LDU e o San Lorenzo campeões da Libertadores. Tratou de mostrar que, com ele, o São Paulo aprenderá a valorizar a marcação, o preenchimento de espaços, a recomposição. O treinador argentino tratou de mandar a campo o São Paulo em esquema tático pouco comum no Morumbi. 4-5-1. Postura de quem quer, primeiro se proteger. Depois controlar a partida. E atacar em bloco. Bauza incendiou seu time. Queria que saísse em vantagem no placar. Como o adversário era fraco, o São Paulo não precisou se preocupar muito com a defesa. E desde os primeiros minutos criou chances para marcar. E até marcou aos dez minutos, quando Bruno cruzou para a cabeçada forte de Kardec. A bola bateu no travessão e passou toda a linha do gol. Mas o juiz equatoriano Roddy Zambrano foi traído pelo bandeira Luiz Vera, que não confirmou a vantagem brasileira.

Um minuto depois, Ganso invadiu a área e acertou o travessão. A impressão era que o São Paulo não só venceria, mas golearia. Só que um lance inesperado, mudou a sorte da partida. Alejandro Hohberg estava sendo marcado por Bruno. Ele cortou para o meio e o lateral são paulino passou a responsabilidade de travar o chute para Centurión. O argentino chegou tarde. E o arremate foi perfeito. Com curva, entrou no ângulo de Dênis. Indefensável. Injusto 1 a 0 César Vallejo, aos 18 minutos. O lado positivo ao gol foi a reação do time. Nada de baixar a cabeça, se desesperar, como acontecia com frequência nos anos anteriores. Bauza manteve a equipe bem distribuída em campo. Mesmo com o natural entusiasmo dos peruanos, por terem conseguido sair na frente. Franco Navarro abandonou seu esquema 4-4-2. E adiantou seu meio de campo para marcar a saída de bola brasileira. Foi quando ficou claro que o miolo de zaga é um problema a ser resolvido. Breno e Rodrigo Caio permitem muitas cabeçadas de adversários. Qualquer bola levantada se torna um tormento.

Com os nervos no lugar, se mostrava a boa surpresa na saída de bola, Bruno e Mena tinham espaço para atacar. Bauza colocou um destro como atacante pela direita, Centurión. E um canhoto pela esquerda, Michel Bastos. Assim sobravam as pontas para os laterais buscarem a linha de fundo e cruzar. Paulo Henrique Ganso estava mais competitivo, interessado na briga pela bola na intermediária. Abandonou a rejeição de atuar perto da grande área adversária. Com muitas triangulações, tabelas e arremates de longe, o São Paulo foi dominando a partida e demonstrando que não perderia o jogo. Estava deixando a desejar em relação às bolas que bailavam na área peruana. Alan Kardec estava muito lento e apenas dependia de bolas aéreas. No segundo tempo, estava claro que Bauza mexeria no time. Ele esperou 12 minutos para apelar a Calleri. A expectativa era que o técnico tiraria Thiago Mendes, que não estava bem. Passaria do 4-5-1 para o 4-3-3, adiantando Centurión para atuar fixo na ponta direita. Kardec centralizado e o argentino pela esquerda. Nada disso. Bauza falou que o erro do São Paulo era atuar muito aberto. Então, manteve seu esquema e trocou Alan Kardec por Calleri. E não demorou muito para ficar claro o quanto o time melhorou. O argentino foi muito mais participativo, veloz, perigoso.

Mas sua raça na disputa de bola lhe custou um cartão amarelo, sete minutos após ter entrado. Deu uma ombrada na cabeça de Riojas. Só que, logo no minuto seguinte, mostrou o motivo de sua contratação. Ganso lançou. A bola caiu dividida entre ele e o zagueiro Cardosa. O argentino divide com raiva, disputa, sem medo, seu espaço. E consegue levar vantagem contra o adversário muito mais forte do que ele. Ao se ver diante do bom goleiro Libman, ele toca por cima. E coloca com perfeição a bola nas redes 1 a 1. A partir do empate, foi o São Paulo que ganhou muita confiança. Parecia que estava jogando em casa. Encurralou os peruanos na defesa. Carlinhos entrou no lugar de Centurión. E foi atuar pela esquerda e Michel Bastos acabou liberado para atuar na direita. E explorar seus arremates. A pressão brasileira foi até o final da partida. Foram diversas chances criadas de gol pelo São Paulo. Os peruanos acabaram o jogo dentro da sua área para evitar a virada. Foi um sufoco inesquecível. "Faltou mais precisão. Situações nós criamos, faltou um pouco mais de pontaria para definir. E poderíamos ter vencido este jogo", resumiu Edgardo Bauza. Ele estava tranquilo nos vestiários. Sabia que caminha bem o seu maior desafio. Acabar com a apatia do São Paulo. E terá um grande companheiro nesta empreitada. Jonathan Calleri...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Feb 2016 23:47:21

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