quarta-feira, 30 de março de 2016

A cada partida de Dunga, a Rússia vai ficando mais distante. Empate aos 46 minutos com o Paraguai foi prêmio injusto. Brasil merecia a derrota em Assunção. Sexto entre dez seleções, está fora da zona de classificação para a Copa de 2018...

A cada partida de Dunga, a Rússia vai ficando mais distante. Empate aos 46 minutos com o Paraguai foi prêmio injusto. Brasil merecia a derrota em Assunção. Sexto entre dez seleções, está fora da zona de classificação para a Copa de 2018...




A covardia do Paraguai foi a principal cúmplice. Conseguiu salvar o Brasil de Dunga de mais uma derrota. Depois de abrirem 2 a 0, se impondo com facilidade, os comandados de Ramon Diaz recuaram. Acovardados na sua intermediária. Deram todo o campo para a Seleção atacar. E escapar do desastre. Sem estratégia, desenho tático algum, mas muita garra, os brasileiros conseguiram empatar aos 46 minutos com Daniel Alves. Mas jogaram muito mal, de novo. Desta vez como um bando. Justo castigo para a covardia paraguaia. Prêmio exagerado para o Brasil, que foi dominado na maior parte da partida. E que terminou a partida sem ao menos um volante. Com três meias e três atacantes. Prova total do improviso. Da falta de estrutura tática mínima. Dunga esteve perdido. Apenas teve sorte para escapar da derrota. E ainda descontou a tensão que passou, e fez o Brasil passar, xingando o quarto árbitro colombiano Wilson Lamoroux, ao final do jogo. As câmeras o flagraram. Cena deprimente que só mostra seu destempero. O resultado deixa a Seleção em sexto nas Eliminatórias, fora da zona de classificação para a Copa da Rússia. O time da CBF está atrás de Uruguai, Equador, Argentina, Chile e Colômbia. Um terço da competição já acabou. A campanha brasileira é vexatória. Duas derrotas, dois empates e apenas duas vitórias. Após a partida, Dunga ainda teve a coragem de ironizar o fato de estar sendo duramente questionado. Grande parte da imprensa acredita que não deveria estar no cargo que ocupa. "A responsabilidade é do treinador, a forma da equipe jogar. O Zagallo, quatro vezes campeão do mundo, Felipão, Parreira, campeões do mundo, todos foram contestados. Eu não fui campeão do mundo, normal ser contestado..." Serão cinco meses até a próxima rodada. Dunga está na alça de mira. Centralizador, o técnico comandará a Seleção principal na centenária Copa América que será disputada nos Estados Unidos. E ainda assume a responsabilidade de conquistar a inédita medalha de ouro na Olimpíada do Rio. Dependendo dos resultados, será outro treinador o comandante do Brasil. A Seleção teve uma atuação patética por 70 minutos. E que mostra bem o quanto está perdido o técnico brasileiro. Sem Neymar, suspenso, Dunga tratou de modificar a estrutura básica do time. Mostrou o quanto não tem a mínima convicção do que faz taticamente. Em vez de fazer o simples, o que treinou, colocar um meia habilidoso, rápido e em ótima fase como Philippe Coutinho, o treinador decidiu por um atacante fixo, Ricardo Oliveira. Estava mudado todo o sistema ofensivo. Mas isso nem seria testado nos 70 primeiros minutos de jogo. O Brasil foi massacrado pelo Paraguai. Foi constrangedor. Ramon Diaz fez seu time marcar a saída de bola. A Seleção acabou tratada como time pequeno. Com muita movimentação e força, a equipe da casa. Se tivesse um pouco mais de talento, teria marcado pelo menos três gols. Alisson, inspirado, fez grandes defesas. Willian e o badalado Douglas Costa tentavam resolver sozinho a falta de estrutura tática da Seleção. Buscavam driblar os paraguaios que viam pela frente. Mas perderam seguidas bolas bobas. E o Brasil pagava, sofrendo contragolpes em velocidade. Luiz Gustavo e Fernandinho pareciam dois jogadores de pebolim, travados, marcando apenas à frente da zaga. Sem coragem de atacar. Assim como Filipe Luis. Só Daniel Alves tinha coragem, e irresponsabilidade de buscar a frente. Tomou muitas bolas nas costas. Poucas vezes se viu um time com a camisa verde e amarela tomar tanto sufoco. Só teve uma chance na primeira etapa. O estático Fernandinho deixou a intermediária brasileira. E foi até a linha de fundo paraguaia. Cruzou. Ricardo Oliveira acertou o travessão inimigo. Foi um lance solitário. Que não enganaria nem o fã clube de Dunga. Se ele existisse. Houve um pênalti claro para os paraguaios. Miranda dominou a bola com o braço esquerdo. O colombiano Wilmar Roldán não teve peito de apitar o que todo o estádio enxergou. Inclusive ele.

O 4-1-4-1 brasileiro foi vencido aos 40 minutos. Benítez, nas costas de Daniel Alves, cruzou. Roque Santa Cruz deixou a bola passar e Lezcano chutou mascado. A bola bateu no péssimo gramado e encobriu Alisson. Paraguai 1 a 0. O primeiro tempo terminou com vantagem pequena demais para os paraguaio. Pura sorte brasileira. No intervalo, Dunga trocou Fernandinho por Hulk. Apostou na força. O Brasil passava a jogar no 4-4-2. Confiantes, os paraguaios voltam forçando no 4-3-3. Ramon Diaz queria ampliar o placar. E logo aos três minutos, teve sua recompensa. Roque Santa Cruz fez excelente jogada, abriu o sistema defensivo e tocou para Ortiz. O passe foi lindo para Benítez. Com a perna esquerda, cortou para dentro, se livrando de Daniel Alves. E fuzilou Alisson. 2 a 0...

Os paraguaios continuaram dominando a partida. Tocavam com consciência a bola. Davam a impressão que chegariam a uma goleada. Desesperado, Dunga tratou de arriscar. Tirou o outro volante brasileiro. Saiu Luiz Gustavo e entrou Lucas Lima. E mandou o time para o ataque. Aí veio a colaboração paraguaia. Ramon Diaz mandou, inesperadamente, seu time recuar. Buscar os contragolpes. Atitude incompreensível e covarde. A partir dos 25 minutos, atraiu o agoniado Brasil para sua área. Sem desenho tático algum, apenas acossado pelo desastre que seria a derrota, a Seleção foi criando chances para diminuir. E aos 33 minutos, Hulk acertou um chute violentíssimo, Villar rebateu para a frente. Presente que Ricardo Oliveira não teve a coragem de desperdiçar. 2 a 1. Os jogadores e os torcedores paraguaios se intimidaram. Dunga colocou Jonas na vaga de Ricardo Oliveira. E soltou a boiada. O Brasil atacava como se fosse uma pelada. Um clássico entre solteiros e casados. Sem a menor consciência, mas com toda a vontade. Os paraguaios tremiam. E se amontavam na área, tentando segurar a vitória. O justo castigo veio aos 46 minutos. Willian dominou a bola pela direita e rolou para Daniel Alves. Ele invadiu a área, cortou para o pé esquerdo. E chutou cruzado, sem chance para Villar. 2 a 2. E aos 48 minutos, quase o milagre. Daniel Alves chutou de longe, o goleiro paraguaio rebateu. Filipe Luís dá o carrinho e Villar faz excelente defesa. Evita o que seria uma façanha do "bando de Dunga".

O treinador brasileiro comemorou muito o injusto empate. Se comparou aos treinadores brasileiros que ganharam títulos mundiais. Mas a Seleção vai de mal a pior. Se o Paraguai não tivesse se acovardado. Ou o adversário fosse uma equipe constante, o Brasil seria goleado. O empate não engana ninguém. A sexta colocação nas Eliminatórias mostra bem o potencial do atual time. Que não merece disputar uma Copa do Mundo. A Rússia está ficando cada vez mais distante. Muita coisa acontecerá até setembro, Dunga...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 29 Mar 2016 23:47:54

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