sábado, 12 de março de 2016

Depois de conquistar o Santos, Esporte Interativo mira no Corinthians e no Flamengo. Globo cobra fidelidade aos dois grandes parceiros. Mas é o dinheiro que decidirá...

Depois de conquistar o Santos, Esporte Interativo mira no Corinthians e no Flamengo. Globo cobra fidelidade aos dois grandes parceiros. Mas é o dinheiro que decidirá...




Depois de muitas ameaças, o Santos finalmente assinou contrato com o Esporte Interativo. Foi o primeiro clube entre os 12 maiores do Brasil a ter coragem. Romper o monopólio da Globo. Desde 1991, o Sportv mostrava jogos do Santos no Brasileiro. As imagens na tevê a cabo serão do canal da Turner entre 2019 e 2024. Atlético Paranaense, Bahia e Ceará tomaram o mesmo rumo. A grande novidade nessa guerra é o assédio do EI ao Corinthians e ao Flamengo, os maiores parceiros. E os mais favorecidos pela Globo, por terem as maiores torcidas do Brasil. O presidente do Santos, Modesto Roma, queria assinar com EI. E teve o respaldo do Conselho Deliberativo, das organizadas e de torcedores comuns. O motivo vai além do financeiro. Mas pelo desprezo que os santistas consideram serem tratados pela Globo. Com pouquíssimas partidas mostradas na tevê aberta. E também na fechada. Os santistas negociavam com o Esporte Interativo desde o ano passado. Executivos da Globo sabiam. Mas, em vez de tentar convencer a diretoria santista, tomou atitude muito estranha. E levada à público pelo colega Rafael Reis. Em fevereiro, Augsburg, Braga, Independiente Santa Fé, Sunderland, Huracán e River Plate do Uruguai tiveram mais jogos transmitido na tevê brasileira do que o Santos. Incluindo aberta e tevê fechada. Só a Bandeirantes mostrou a partida contra a Ponte Preta. E o Sportv transmitiu contra o Red Bull. Os outros jogos foram esquecidos. Foi a gota d"água. A diretoria do Santos encarou como represália. Um aviso do que aconteceria se o clube assinar com o Esporte Interativo: desapareceria da rede de programação da Globo. Modesto Roma comprou a briga. E acertou os R$ 40 milhões de luvas, que o São Paulo recusou. A proposta que foi enviada aos conselheiros do Morumbi foi idêntica ao que os santistas aceitaram.

A carta, com todos os detalhes da proposta do Esporte Interativo. "Prezados, a partir de convocação do Conselho Deliberativo do SPFC, publicada no jornal O Estado de São Paulo, para assembleia a ser realizada no dia 23 de fevereiro, que tem como item da pauta “a apresentação e deliberação sobre o contrato a ser celebrado, relativamente aos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro a partir de 2019” a Turner gostaria de apresentar a sua proposta para ter certeza que qualquer deliberação do Conselho será feita com base na comparação entre as duas propostas disponíveis ao SPFC. Nesse sentido detalhamos a proposta já apresentada relativa aos direitos de transmissão em TV Fechada do Campeonato Brasileiro da Série A: · Definição dos direitos: direitos exclusivos de TV Fechada · Período: 6 anos, de 2019 a 2024 · Valor da proposta: valor equivalente a R$ 550 milhões por temporada para os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. Este valor é composto da seguinte forma: o Valor de luvas de R$ 40 milhões para o SPFC, a ser pago uma semana após a assinatura do contrato. o Valor anual equivalente a R$ 490 milhões por ano para os 20 clubes da Série A, a ser rateado segundo os seguintes critérios: 50% dividido igualmente entre os clubes; 25% em função de performance na competição; e 25% em função da audiência média dos jogos do SPFC exibidos na TV. Este valor de R$ 490 milhões será corrigido anualmente pelo IGP-M a partir de 2020. · Os clubes que aceitarem a nossa proposta de TV fechada NÃO terão qualquer redução de receita dos seus contratos atuais de TV aberta ou Pay per View, pois os contratos em vigor são separados e independentes entre si, como determinado pelo CADE com o objetivo de permitir uma concorrência saudável pelos direitos. Os clubes continuarão livres também para negociar seus direitos de TV aberta e Pay per View de 2019 em diante. Ameaças e falta de clareza nas propostas não condizem mais com o ambiente de transparência que o país vive;

· A título de comparação, o valor do atual contrato de TV Fechada é de R$ 60 milhões por ano, este valor, corrigido por inflação, chegará em 2018 a aproximadamente R$ 68 milhões, equivalente a 12% dos R$ 550 milhões da nossa proposta." A Globo cobriu. Ofereceu R$ 60 milhões como luvas. E seguiu pelo mesmo caminho, reduzir os privilégios a Corinthians e Flamengo na distribuição das cotas. O presidente do São Paulo, Leco, aceitou correndo a proposta da emissora do Rio de Janeiro. O início da Libertadores mostrou que, na tevê fechada, Palmeiras e São Paulo têm como medir forças com o líder histórico da audiência do futebol para os paulistas. O Corinthians. Nos jogos exclusivos da tevê a cabo. Palmeiras e River Plate do Uruguai chegou a 2,95 pontos. Contra o Rosário Central, 2,64 pontos. Já o São Paulo, na derrota diante do Strongest, chegou aos 2,89 pontos. Cerro e Corinthians ficou em 2,09. Algo significativo, importante. E que as diretorias dos clubes não estão deixando passar em branco. A cúpula do Esporte Interativo não para. Já tem a metade do que deseja. Aposta em oito clubes. Para rachar a transmissão do Brasileiro em canal fechado. E fez sua aposta mais ousada esta semana. Procurou a direção do Corinthians. Mesmo sabendo que o clube é o maior aliado da Globo no país. Desde que Andrés Sanchez implodiu o Clube dos 13. Passou por cima do fato de o Corinthians já ter vendido a transmissão dos Brasileiro de 2019 e 2020. Quer os Campeonatos Nacionais de 2021 até 2024. Seria um golpe fantástico. O presidente Roberto de Andrade ouviu a proposta. E, conselheiros próximos a ele, fizeram questão de vazar o encontro. É uma estratégia parecida com a usada pelo São Paulo. A princípio, uma ameaça para conseguir mais dinheiro da emissora carioca.

Executivos globais já cobraram a cúpula corintiana. E querem seguir com a parceria. O Esporte Interativo também mira outro companheiro histórico da concorrência. O Flamengo. A estratégia deve ser a mesma. Um encontro discreto com os dirigentes. Longe da Gávea. O encontro com Roberto de Andrade não aconteceu no Parque São Jorge. O EI tinha a certeza que iria seduzir o Grêmio. A proposta abalou o clube gaúcho. Mas, à última hora, a Globo evitou a deserção. Grêmio, Vasco, Botafogo, Vitória, Sport, Cruzeiro, Atlético Mineiro, São Paulo e Fluminense estão fechados com o Sportv (Globo). Palmeiras, Ponte Preta, Chapecoense, Figueirense e América Mineiro estão apalavrados. Internacional, Coritiba e Santa Cruz receberam propostas do Esporte Interativo que abalaram suas diretorias. Elas já chegaram à Globo. Os clubes esperam mais dinheiro. É um leilão sem disfarce. Houve festa na emissora que pertence ao grupo Turner. A conquista do Santos foi celebrada. O foco agora é o Internacional. Seria um golpe e tanto. Os dirigentes colorados se mostram mais difíceis de convencer. Até porque não eram escondidos da tela, no Rio Grande do Sul, como o Santos sempre foi em São Paulo. O Esporte Interativo só quer a tevê fechada. Nem pensa em pay-per-view. Por enquanto. A Globo segue sozinha em relação à tevê aberta. Nenhuma emissora pretende enfrentar o monopólio, muito bem estabelecido da emissora carioca. Mas os dirigentes dos clubes já avisaram os executivos globais. Querem o fim dos privilégios a corintianos e flamenguistas. Vale sempre lembrar a divisão de cotas da Globo aos clubes brasileiros.

Foi essa distribuição que abriu brecha para o assédio do Esporte Interativo. E provocou a inesperada revolta. Flamengo e Corinthians, R$ 170 milhões São Paulo, R$ 110 milhões Vasco e Palmeiras, R$ 100 milhões Santos, R$ 80 milhões Cruzeiro/Atlético MG/Grêmio/Inter/Flu/Botafogo, R$ 60 milhões

Outros ex-integrantes do Clube dos 13 R$ 35 milhões.

Equipes da Série A que não foram do Clube dos 13, R$ 20 milhões.

Os clubes da Série B ganham R$ 5 milhões.

A legislação brasileira prevê que só poderá haver transmissão de jogos das equipes que tenham acordo com a mesma rede de transmissão. O Esporte Interativo aposta no impasse para a mudança da lei. E conta com o apoio da inimiga Globo. Caso contrário, inúmeros jogos não serão mostrados na tevê fechada, a partir de 2019.

Os movimentos de Corinthians e Flamengo serão fundamentais nesta guerra.

Fidelidade ou não à Globo?

Eis a questão...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 12 Mar 2016 15:00:27

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