terça-feira, 15 de março de 2016

Kieza. O sucessor de Luis Fabiano virou desertor. Dois meses bastaram. Não suportou ser reserva do reserva de Bauza. E se recusou a jogar pelo São Paulo na Libertadores. Exige ir embora...

Kieza. O sucessor de Luis Fabiano virou desertor. Dois meses bastaram. Não suportou ser reserva do reserva de Bauza. E se recusou a jogar pelo São Paulo na Libertadores. Exige ir embora...




Carlos Augusto de Barros e Silva não acreditou no que ouviu. O gerente executivo de futebol, Gustavo Vieira de Oliveira, repetiu. "Ele falou que não vai concentrar. Não vai jogar contra o Palmeiras. Quer ir embora." Leco tentou se acalmar e mandou Gustavo avisar que ele estava dispensado. E que iria ver o que iria fazer. O dirigente acreditou que logo o jogador se arrependeria. E imploraria para voltar ao time. Só que veio o embarque para a Venezuela. O São Paulo precisa desesperadamente vencer o Trujillanos. Calleri está suspenso. Alan Kardec está sem marcar gols neste ano. Kieza foi mais claro com Gustavo. Disse que não viajaria mais. Que cumpriria a sua obrigação treinando. Mas defender o São Paulo, nunca mais. Não com o treinador argentino. Bauza já havia percebido que o atacante fazia questão de evitar conversas com ele. Só respondia as perguntas do treinador argentino. Os companheiros sabiam o quanto estava magoado. Nem parecia ser o jogador que estava entusiasmado como um menino ao ser apresentado. "Pretendo passar muito tempo aqui no São Paulo, quero fazer minha história. Vou vestir uma camisa que o Luis Fabiano honrou, ganhou títulos e foi muito feliz. Quero buscar o meu espaço. Sei do desafio que tenho pela frente, sei que vou ser cobrado. Mas vou buscar meu espaço, o nove é um número que gosto de usar, que costuma me dar sorte. "As passagens que tive por Cruzeiro e Fluminense não foram boas porque ainda era muito novo. Hoje estou mais experiente, sei o que preciso fazer. Tenho de concentrar e me empenhar ao máximo para ajudar a equipe. Vim fazer história no São Paulo." As suas promessas do dia 22 de janeiro não duraram dois meses. Kieza perdeu a paciência. Não suportou entrar em campo apenas duas vezes. E ficar 11 partidas fora. O jogador de 29 anos tomou uma medida honesta. Procurou Gustavo Vieira e falou que não quer mais concentrar, viajar e nem vestir a camisa do São Paulo. Quer ir embora. Já conversou com a direção do Vitória e espera embarcar o mais rápido possível para a Bahia. Não escondeu estar completamente decepcionado com Edgardo Bauza e a maneira com que foi tratado.

Kieza foi a contratação mais cara do São Paulo em 2016. O clube pagou 1 milhão de dólares ao Shanghai Shenxin. R$ 4 milhões na cotação de janeiro. A diretoria aceitou fazer um contrato de três anos. Suas características de goleador, definidor, corajoso, o aproximavam de Luís Fabiano. O clube já queria contratá-lo há muito tempo. Muricy chegou a dar seu aval para a busca do jogador. Procurou ter o apoio da organizada mais influente no São Paulo. Posou sorridente com o boné da Independente. Os torcedores o trataram como se fosse mesmo a reencarnação de Luis Fabiano. Mas Bauza nunca havia ouvido falar nele. E mais. Aposta toda as suas fichas no seu compatriota Calleri. Para o treinador, Alan Kardec é o reserva. E Kieza que esperasse. Seria o terceiro centroavante. E passou a ser tratado como reserva do reserva. Kieza não suportou. Estava acostumado a ser tratado como ídolo. Ser chamado de K9. Seu empresário Igor Albuquerque foi acionado. O atleta pediu para que encontrasse outro clube para jogar. E foi quando o Vitória se interessou. O jogador havia feito sucesso no rival Bahia.

Leco ficou irritado com o desprezo de Kieza ao São Paulo. Mas não poderia virar as costas a R$ 4 milhões. E foi muito claro à direção do Vitória. Aceita repassar o atacante. Mas desde que receba todo o que pagou. Além da compra dos direitos, houve taxas, impostos. E mais dois jogadores da base. O meia Geovane, 17 anos, e o atacante Ruan Café, 19 anos. A transação está sendo fechada ainda nesta tarde. Há pressa porque as inscrições para o Campeonato Baiano terminam amanhã. O jogador não vê a hora de ir para Salvador. A postura do atacante surpreendeu completamente Bauza. Não acreditava que o jogador fosse ter tamanha coragem. E pode influenciar outros atletas que não estão satisfeitos com o técnico. Como Rogério. Ele é amigo íntimo de Kieza. Foram companheiros no Náutico. E não tem conseguido jogar onde gosta. Centurión, argentino como Calleri, tem sido privilegiado. Atuado na direita, onde sempre rendeu. Ou Rogério fica no banco. Ou atua onde não rende, na esquerda. Não será surpresa se seguir o mesmo caminho do amigo. E pedir para sair do São Paulo. A diretoria por enquanto está apoiando Bauza. Mas Leco ficou surpreso, tenso com a atitude de Kieza. Primeiro por suportar a pressão dos dirigentes para que viajasse. Depois por jogar fora um contrato de três anos. Mas o capixaba Welker Marçal Almeida não quis nem saber. Ao perceber que seria um mero reserva do reserva, preferiu ir embora. O São Paulo Futebol Clube já foi muito mais respeitado...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 15 Mar 2016 14:57:13

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