22 minutos do segundo tempo. Contragolpe em velocidade pela direita. A bola cai com Suárez, o uruguaio percebe a chegada do zagueiro David Luiz, R$ 186 milhões. A enfia no meio das pernas do brasileiro, pega do outro lado. A toca com o pé direito no esquerdo. Engana Marquinhos, R$ 105 milhões. Invade a área e a protege de Maxwell, R$ 9 milhões de euros. E chuta para as redes. Aos 33 minutos, o Barcelona tem outro fulminante contragolpe. E novamente o uruguaio Suárez tem pela frente David Luiz. O que ele faz? Joga a bola no meio das pernas outra vez do brasileiro. A recolhe na frente e chuta no ângulo de Sirigu. O time catalão venceu com toda a autoridade o Paris Saint Germain, em Paris, em pleno Parque dos Príncipes. 3 a 1 foi até pouco. A péssima atuação de David Luiz foi determinante. Os franceses sabem: a classificação inédita para a semifinal da Champions está praticamente descartada. A tristeza se justificava. Terão de vencer o Barcelona por 3 a 0 na Espanha. A precipitação de David Luiz e a falta de firmeza de Laurenc Blanc se juntaram na péssima decisão decidiu a partida. Thiago Silva se contundiu e pediu substituição após o Barcelona sair na frente com Neymar. David Luiz estava no banco. Blanc conversou com ele e perguntou se estava pronto para jogar. No dia 6, foi constatada uma lesão muscular na coxa esquerda. A previsão dos médicos davam conta que ficaria um mês sem entrar em campo. Ou seja, não atuaria contra o Barcelona. Mas ele não desistiu fez tratamento intensivo, de manhã tarde e noite para se recuperar. Blanc sabia do esforço. Os médicos o liberam para que, surpresa, ficassem no banco hoje.
Só que veio a contusão de Thiago Silva. O treinador francês acreditou na experiência do jogador brasileiro. Não deveria. David Luiz entrou sem ritmo, lento, indeciso, contra o melhor ataque do planeta. Messi, Neymar e Luís Suárez. Acabou sendo o motivo de desequilíbrio do jogo. O Barcelona entrou para a partida de maneira mais segura. Sabendo do ímpeto francês. Luiz Henrique deixou seu time marcando forte na intermediária, buscando os contragolpes em alta velocidade. Ele sabia do ímpeto francês. E preparou a armadilha. O time catalão fez a lição de casa do futebol mais moderno do planeta: preencheu os espaços, protegeu sua defesa e marcou forte a partir do meio de campo. Foi o que bastou diante do empolgados franceses, escancarados no 4-3-3. O PSG se ressentia de seu principal jogador, Ibrahmovic, suspenso. Além dele, Verratti e Thiago Motta estavam fora. O time não conseguia se impor diante do ardiloso sistema defensivo espanhol. Cada roubada era um contragolpe mortal. Foi o que aconteceu logo aos 18 minutos, quando os catalães tomaram a bola no meio e entregaram a Messi. O toque genial descobriu Neymar livre. O toque foi consciente: Barcelona 1 a 0. O gol desesperou os franceses. Mas a movimentação que definiria a partida foi a saída de Thiago Silva. Ou por outra, a entrada de David Luiz. O jogador entrou visivelmente fora de ritmo, lento, inseguro. Foi um erro de avaliação inacreditável de Blanc e pura precipitação do brasileiro. Perdendo, o PSG se abriu. O jogo ficou muito parelho. Mas os catalães frios, calculistas. Neymar e Messi se destacavam. Era impressionante como tinham espaço. Os franceses partiram de maneira estabanada. Mais à base da empolgação. Nem parecia ser o mesmo time frio que eliminou o Chelsea. Tanta vontade era estéril, improdutiva. Faltavam jogadas pelas pontas. Centralizando suas avançadas, facilitava o trabalho dos espanhóis. No intervalo, tudo iria ficar muito pior para os franceses. Luiz Suárez iria enfrentar David Luiz. O vivido uruguaio tem instinto. É rodado. Viu no titubeante zagueiro brasileiro sua vítima perfeita. E com duas "canetas", bolas no meio das pernas, decidiu o duelo dos bilhões de euros. O novo rico francês bancado pelos catarianos estavam batidos. Nem mesmo o gol do holandês Van der Wiel, trouxe ânimo. 3 a 1 foi uma derrota pesada demais. David Luiz saiu de campo abatido, de cabeça baixa. Sabia do gravíssimo erro que cometeu. Se precipitou. Deveria ter ficado mais tempo treinando. Voltou de contusão logo para enfrentar o melhor ataque do mundo. E deu no que deu. Luiz Suárez se aproveitou. Marcou dois gols consagradores. E que deverão levar o Barcelona à mais uma semifinal do melhor campeonato do mundo. No esporte, e na vida, precipitação custa caro. David Luiz e Blanc que o digam. Para deleite do cruel uruguaio Luiz Suárez...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 15 Apr 2015 18:28:01
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