domingo, 12 de abril de 2015

O talento de Valdivia foi fundamental. E o Palmeiras, suando sangue, conseguiu eliminar o Botafogo. A semifinal deverá ser contra o Corinthians, no Itaquerão...

O talento de Valdivia foi fundamental. E o Palmeiras, suando sangue, conseguiu eliminar o Botafogo. A semifinal deverá ser contra o Corinthians, no Itaquerão...




A entrada de Valdivia foi fundamental. Ajudou a desmontar a retranca do Botafogo de Ribeirão. Com muito sofrimento, o Palmeiras dominou, mas criou poucas chances. Venceu por 1 a 0 em um lance que nasceu do talento do problemático chileno e acabou nos pés de Landro Banana. Está na semifinal do Campeonato Paulista. O jogo foi tenso. Marcado pela péssima arbitragem de Marcelo Rogério. Se o Santos vencer o XV de Piracicaba, o adversário será o Corinthians, no Itaquerão. Trauma é algo importante. Persegue o homem onde ele for. Esse foi o caso de Oswaldo de Oliveira. No ano passado, ele perdeu o título paulista como treinador do Santos. O adversário era o pequeno Ituano. A decepção ficou tatuada na sua pele. E doze meses depois, a chance da volta por cima. O primeiro passo em busca do título era tirar da frente o Botafogo de Ribeirão, um outro time pequeno, como aquele de Itu. Oswaldo pensou, analisou a torcida apaixonada, desesperada por título. Como a diretoria que, humilhada, ainda tem o gosto da Segunda Divisão na boca. O bilionário Paulo Nobre mudou radicalmente sua postura conservadora. E mesmo com os mais de R$ 200 milhões em dívidas, tratou de montar um elenco forte, com 20 reforços. No planejamento de Nobre, Mattos e Oswaldo, há duas metas realistas. Uma classificação e um título possível. A vaga para a Libertadores de 2016. E a conquista do Campeonato Paulista, já que Corinthians e São Paulo estão divididos pela maior competição sul-americana e o Santos está se remontando, sem grandes possibilidades financeiras. Mas até chegar a estes confrontos, o Palmeiras precisaria se livrar do Botafogo. Antes da Crefisa tomar a péssima decisão de bancar os árbitros dos jogos decisivos do estadual, Nobre já estava irritado. Ele sabe mais do que ninguém o quanto estava rendendo para seu time atuar na nova arena. Até o jogo de hoje, a torcida já havia colocado nos cofres verdes nada menos do que R$ 11,2 milhões. O time que mais faturou no País. O presidente queria o clube nas primeiras colocações. Para pelo menos decidir uma eventual semi no seu estádio. Apesar da arrecadação dividida, havia não só a certeza de mais dinheiro, como o apoio de seus torcedores. Só que Oswaldo fracassou. Fez a quarta pior campanha, atrás dos outros três rivais. A Federação Paulista de Futebol deu uma bela mãozinha. Pisou no regulamento e manteve, de maneira inexplicável, o jogo contra o Botafogo no campo palmeirense. Apenas Corinthians e São Paulo deveriam ter esse privilégio. Só que a FPF viu que jogaria dinheiro importante em taxas tirando a partida da Capital paulista. Ou seja, o Palmeiras não tinha do que reclamar desse confronto de hoje. O elenco de Oswaldo é muito melhor do que tem Régis Angeli. A expectativa era a de que o Palmeiras iria partir decidido, imponente para conseguir uma vitória que despertasse a autoestima, a confiança. Para isso precisaria atacar seu adversário. Era evidente que o time de Ribeirão Preto iria se defender. Foi o Botafogo entrou para o jogo. Preso ao sistema consagrado 4-1-4-1. Nada de espaço no meio de campo. Todos atrás da linha de bola quando o Palmeiras atacasse. A surpresa foi como Oswaldo montou seu time. Escaldado pelo sofrimento com o Santos, o treinador não escancarou o Palmeiras. Pelo contrário. O plano tático era simples. O usado pela Seleção Brasileira na Copa do ano passado. O 4-2-3-1. O time deveria atuar sem afobação. Trocando passes, invertendo os lados, com paciência para conseguir o resultado. Sem o menor drama de consciência em deixar Valdivia e Cleiton Xavier no banco de reservas. Oswaldo nunca foi um conhecedor profundo dos times interioranos de São Paulo. E não estudou a fundo o Botafogo. Se tivesse, saberia que seu sistema defensivo é lúcido, firme. Não adiantaria manter jogadores sem recursos técnicos como Rafael Marques e Leandro Banana. Apenas Dudu e Robinho mostravam talento, inteligência diante dos troncudos zagueiros interioranos. Logo no início do primeiro tempo, dois lances importantíssimos. Aos cinco minutos, Dênis levantou para a área. Eli Sabiá subiu para cabecear. Fernando Prass disputou a bola com ele pelo alto. Ela sobrou para Bruno Costa que marcou. Lance discutível. Mas Marcelo Rogério anulou. O árbitro carregava na barriga o mesmo logotipo Crefisa do Palmeiras, algo lamentável. A resposta palmeirense veio em um escanteio. Aos 22 minutos, Zé Roberto cruzou, Vitor Ramos desviou e a bola sobrou livre para Dudu. Ele estava a um metro do gol aberto, sem goleiro. Acertou a trave. Se tentasse dar um peixinho seria muito mais fácil.

O Palmeiras mostrou muita paciência e pouca penetração. Principalmente pelas laterais. Lucas e Zé Roberto estavam travados. Faltava intensidade ao time de Oswaldo, que dominou mas pouco criou. A torcida, tensa, esperava por Valdivia, no intervalo. Ele não veio. Quem apareceu foi Victor Luíz, que entrou no lugar de Zé Roberto, que sentia dores na perna. Mas o time voltou melhor. A postura mais ofensiva, marcação na saída de bola do Botafogo demonstrava mais obstinação, vontade de ganhar o jogo. A paciência, a la Barcelona, ficara no vestiário. Aos sete minutos, um erro absurdo do inseguro Marcelo Rogério. Em um cruzamento, Dudu chegou na frente da zaga para cabecear. Gimenez o empurrou. Pênalti claro que o inseguro árbitro não marcou. Efeito do patrocínio da Crefisa. O Botafogo teve uma chance de ouro. E irregular. Raro contragolpe, Diogo Campos desceu livre pela direita. E serviu para o veterano Zé Roberto, ex-Botafogo, livre com Fernando Prass. Ele chuto para fora. Para sorte do Palmeiras e do árbitro. O jogador do clube interiorano estava impedido. Oswaldo de Oliveira decidiu deixar a prudência de lado. Esquecer o Ituano. E tratou de colocar Valdivia. Mas escancarou seu time. Tirou o firme volante Gabriel. O problemático chileno continua muito talentoso. O que faz que abuse da diretoria e dos torcedores palmeirenses. Mal entrou em campo e o meia já centralizava todas as tentativas de ataques palmeirenses. Bastaram 11 minutos, dos 17 aos 26 minutos. E logo Valdivia mostrava sua importância. Com habilidade deixou um marcador caído depois de driblá-lo e descobriu Lucas livre na direita. O cruzamento foi rápido, rasteiro. Antes de a zaga botafoguense se articular. A bola encontrou Leandro Banana livre. O toque para as redes trouxe a tranquilidade que os torcedores sonhavam. Palmeiras 1 a 0. Como o Palmeiras continua uma equipe muito inconstante emocionalmente, o gol trouxe confiança. E o time passou a jogar ainda melhor. O Botafogo não tinha força e nem talento para conseguir coisa melhor. A vitória foi suada até o momento do gol. Depois, acabou consolidada com troca de passes conscientes, com o time seguro. Robinho soube preencher o meio de campo aberto, passou a atuar como volante, para que Valdivia atuasse como meia. O resultado foi importantíssimo. Mostrou ao executivo Alexandre Mattos o quanto ele precisa contratar um meia talentoso para se livrar de Valdivia. Caso contrário, a dependência continuará. E mais, ficou cristalino o quanto foi prejudicial o patrocínio da Crefisa para os juízes.

A expectativa se confirmou. O desconforto, o nervosismo, a insegurança de Marcelo Rogério tentando mostrar que não iria ajudar o Palmeiras, acabou atrapalhando sua atuação. E tudo promete se complicar ainda mais. Como entrará o juiz do mais que provável encontro contra o Corinthians no Itaquerão, valendo uma vaga à final do Paulista? Por R$ 60 mil, a milionária Federação Paulista de Futebol conseguiu abalar a credibilidade do seu campeonato mais importante. A Crefisa só atrapalhou quem deveria ajudar: o Palmeiras...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 12 Apr 2015 13:02:33

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