quarta-feira, 22 de abril de 2015

Truque velho. Só mostra o quanto o São Paulo é fraco nos bastidores da Conmebol. Aidar tenta desviar o foco da incompetência, o medo de ser eliminado da Libertadores pelo Corinthians. E pressiona Sandro Meira Ricci...

Truque velho. Só mostra o quanto o São Paulo é fraco nos bastidores da Conmebol. Aidar tenta desviar o foco da incompetência, o medo de ser eliminado da Libertadores pelo Corinthians. E pressiona Sandro Meira Ricci...




Em 1987, o grupo 3 da Libertadores da América reunia São Paulo, Guarani, Cobreloa e Colo Colo. O clube do Morumbi havia conquistado o Campeonato Brasileiro de 1986. Na época, a diretoria do Morumbi estava empolgada, garantia que faria história venceria a competição sul-americana. Mostrava que poderia ganhar o Mundial Interclubes. Mas o São Paulo foi um fracasso na Libertadores. O vexame foi imenso. O time acabou desclassificado na fase de grupos. Foi o último colocado, com uma campanha pífia. Ganhou um jogo. Empatou dois. E perdeu três. Quem era o presidente há 28 anos? Carlos Miguel Aidar. Ou seja, vexame na competição não é novidade para ele. Essa história precisa ser relembrada pela atitude que o dirigente teve ontem. Carlos Miguel usou o mais velho dos truques. Que talvez pudesse dar resultado há 28 anos, mas agora não. Ele decidiu desviar o foco de toda a falta de competência com que tem administrado o São Paulo. Juvenal Juvêncio nunca foi um exemplo de modernidade. Pelo contrário, o tempo passou e mostrou que sua tirania só prejudicou o clube que diz amar. Mas com Carlos Miguel a situação não melhorou. Piorou. O São Paulo chega hoje a seu jogo fundamental para a sobrevivência na Libertadores. Com Milton Cruz, um interino, comandando a equipe. O presidente segurou Muricy Ramalho, um treinador adoentado, atormentado pelas dores abdominais quase um ano. Não viu que ele não tinha forças para continuar. Mesmo assim, lavou as mãos. Até que o time sucumbiu. O elenco é formado por jogadores sem confiança, traumatizados e sem a menor unidade ou união. Atletas importantes como Paulo Henrique Ganso e Luís Fabiano sabem que os dirigentes o querem ver longe. Toda o sistema defensivo é fraco e deverá ser trocado. Dos volantes, só Souza está garantido para o Brasileiro. Rogério Ceni está cansado, desanimado. Novo treinador chegará para implodir esse grupo. Aidar o quer na semana que vem. Após o fim desta fase de grupos da Libertadores. O cenário que esse novo treinador irá encontrar depende do que acontecerá esta noite. Uma derrota para o Corinthians em pleno Morumbi e uma vitória do San Lorenzo contra o fraquíssimo Danúbio e tudo acabou. O time de Tite está ferido. Perdeu a chance de decidir o título paulista em casa. Foi eliminado diante de sua torcida para o Palmeiras nos pênaltis. Tite sabe e age como se o resultado fosse inaceitável. Afinal, o adversário tradicional ainda está em formação, com seus 21 novos contratados. E se sente pressionado pelos dirigentes e pela torcida. Todos esperam uma vitória hoje, o prazer de eliminar o rival da Libertadores. Aidar pode ter não saber lidar com sérios problemas administrativos. Como por exemplo não conseguir um patrocínio master para a camisa, ter força política para reformar o Morumbi ou manter salários e direito de imagem em dia. Só que ele sabe o óbvio. O Corinthians chega muito melhor para o clássico. E que arma ele poderia usar na véspera do jogo? Forte o suficiente para que todos se esquecessem das mazelas são paulinas? Falar do árbitro.

"Confesso que fiquei preocupado com a escolha do Ricci, porque o retrospecto dele em jogos do São Paulo é ruim. Não é ruim para o Corinthians. Ele tem retrospecto de expulsão de dez jogadores do São Paulo em 17 jogos e de apenas uma expulsão de jogadores do Corinthians em 17 jogos." Falou ontem, cercado de microfones e câmeras. Não falou em critérios, condições, situações, nada. Levantou apenas os números. Como excelente advogado que é, tanto que chegou a presidir a Ordem dos Advogados do Brasil, Aidar deixou a conclusão para os torcedores. Jogou a sombra da desconfiança e se afastou. Porque não fez nenhuma acusação direta. Disse apenas "estar preocupado". Ricci é mesmo um árbitro instável, sujeito a erros. Como todos desta fraca geração de árbitros brasileiros. Já ajudou o Corinthians. Marcou um pênalti inexistente de Gil em Ronaldo no Brasileiro de 2010, no Pacaembu. O que levou ao ex-presidente do Cruzeiro e atualmente senador da República, Zezé Perrella à loucura. "Todo mundo que gosta de futebol deveria hoje estar envergonhado. Eu nunca vi um negócio desse. Seis impedimentos que ele deu, pênalti a nossa favor que ele não marcou, expulsou jogador nosso. Um filho da puta desse...não poderia nunca estar no futebol. O negócio desse não pode continuar. Temos famílias, trabalhamos, são oito milhões de torcedores sofrendo por causa de um picareta desse (...) que veio aqui nos opera." As declarações em dezembro de 2010 custaram R$ 60 mil a Perrella. O árbitro o processou e ganhou a indenização. Mas Perrella tentará recurso. Só que Ricci também prejudicou o Corinthians. Em setembro do ano passado, contra o Flamengo, confirmou um gol marcado em claro impedimento, de Wallace. E quando marcou pênalti em toque involuntário de Fágner. Sandro Meira Ricci é um árbitro ruim. Não desonesto. O que Aidar fez foi jogar responsabilidade descabida, antecipada em eventual eliminação do São Paulo da Libertadores. Repassar a culpa ao juiz. Talvez funcionasse na década de 80, hoje não. Os erros inadmissíveis administrativos no Morumbi não serão esquecidos. Nem se o time for campeão da Libertadores, o que é muito improvável.

A situação já ficaria patética. Mas Aidar conseguiu ir além não resistiu aos microfones. E mostrou como ele é fraco nos bastidores da Conmebol. Admitiu o fracasso na tentativa de ter um árbitro estrangeiro para o clássico de hoje e não um brasileiro. "Até mandei correspondência à Conmebol, estranhando sobremaneira a escolha do Ricci para esse jogo, por conta desse retrospecto. Perguntei por qual razão eles não escalam árbitros estrangeiros. Carrega-se toda uma história de campeonatos locais. Estamos preocupados com a arbitragem dele. Espero que não repita as atuações passadas. Não confio nessa estatística desastrosa em jogos do São Paulo." Vale a pena destacar suas palavras. "Mandei correspondência à Conmebol estranhando sobremaneira a escolha de Ricci. (...) Perguntei por qual razão eles não escalam árbitros estrangeiros." Não é possível que um presidente de um clube tão importante como o São Paulo aja desta maneira amadora. É preciso ter personalidade, viajar para Assunção. E pessoalmente tentar impor sua vontade antes da escala da arbitragem para qualquer jogo. Ficar mandando e-mail, carta, bilhete, correio elegante para a Conmebol depois que o juiz é escolhido é inútil. E ainda torno público o quanto a cúpula do São Paulo é fraca nos bastidores e está sem rumo. Nada é por acaso no futebol. Se não fosse assim, o São Paulo não apelaria para a triste promoção "VC + 1". Ou seja, mesmo para um jogo valendo a vida do clube na Libertadores, os dirigentes resolveram agir: a cada ingresso comprado, o são paulino ganha outro. Ou seja, compre um e leve dois. Nem assim há a garantia de estádio cheio hoje à noite. Não há nada de modernidade. Mas apenas a constatação. O time não desperta confiança na sua torcida. É apenas mais um vexame da administração Aidar. Por isso tudo, jogar nas costas do fraco árbitro Sandro Meira Ricci a responsabilidade de uma eventual eliminação, não adianta. Não enganará ninguém. O que o São Paulo fez na Libertadores até a partida de hoje? E mais: será que Carlos Miguel Aidar não se lembra do jogo que deu o título brasileiro ao São Paulo em 1986? Ele já era presidente do clube. Foi esse campeonato que levou seu time a passar vergonha na Libertadores de 1987. Não se recorda do nome José Assis de Aragão? Do pênalti absurdo que o juiz não marcou de Vágner em João Paulo? O lance absurdo aconteceu nos minutos finais da partida. É inesquecível. Ou será que para o dirigente, não? Sua memória é seletiva? O presidente são paulino não tem o direito de reclamar de arbitragem nesta vida e nem nas próximas encarnações...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 22 Apr 2015 10:13:44

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