sábado, 18 de abril de 2015

Paz e incerteza para o futuro imperam no clássico Juve-Nal

Paz e incerteza para o futuro imperam no clássico Juve-Nal

Dia 8 de março de 2015. Para a maior parte dos amantes do futebol da cidade de São Paulo, foi o dia da decisão sobre a classificação os quatro clubes grandes do Estado  na primeira fase do Campeonato Paulista. Não para os 645 pagantes que foram ao Nicolau Alayon, na Zone Oeste de São Paulo. Para eles, a tarde de quarta-feira foi para acompanhar Nacional-SP x Juventus, o Juve-Nal, clássico entre os mais tradicionais clubes pequenos da cidade. Se a grande crítica sobre o futebol brasileiro atual é a violência dentro dos estádios, o clássico da Série A3 foi um exemplo de como é possível ter um jogo decisivo pacífico. Não havia barreiras separando as torcidas no estádio. Pelo contrário, torcedores de ambas as equipes sentaram juntos na arquibancada cobertas. É o caso de Walter Regiani, juventino que aproveitou a tarde de quarta para levar o filho de 12 anos para ver a partida no estádio rival. Também sou palmeirense, mas não tenho coragem de levar nos jogos do Palmeiras como tenho aqui, disse o torcedor. O clima mais tranquilo motivou até nomes conhecidos do futebol a assistirem à partida sem qualquer esquema especial de segurança. O ex-jogador Luizão, que jogou nos quatro grandes de São Paulo, acompanhou a partida da arquibancada tranquilamente com os amigos. É gostoso de vir, é uma partida bem tranquila. Tem muitos jogos do Campeonato Paulista que fazem falta. É triste ver um time tão tradicional como o Juventus em uma divisão menor, por exemplo, afirmou o ex-centroavante. Já o treinador Jorginho preferiu não se proteger do sol, ficando sozinho atrás de um dos gols. Eu sou do futebol, e todo jogo termina sendo importante. Além disso, eu iniciei como treinador no Nacional, então tenho uma gratidão enorme pelo clube, explicou o técnico. Claro que a mistura entre torcidas não afasta os mais fanáticos do estádio. A torcida juventina tomou a maior parte das arquibancadas descobertas. Cantando  durante toda a partida, o grupo vestido de grená ditou o ritmo dos cantos durante todo o jogo, mesmo estando na casa do rival. Ele era desafiado por 12 jovens do outro lado do estádio: era a Almanac, organizada do Nacional, que existe desde 1984.  Ao contrário da elite paulista, na qual a violência entre organizadas muitas vezes acaba em morte, no clássico Juve-Nal o respeito predomina. Falam muito da rivalidade entre Juventus e Nacional, mas não tem nada disso. Eu mesmo tenho muitos amigos que são da torcida do Juventus, conta Claudio Nascimento, 53 anos, único membro fundador da Almanac presente no Alayon para o jogo. Por ouro lado, o clima de paz ficou apenas fora de campo. A partida foi pegada, com um jogador expulso para cada lado após uma briga generalizada ainda no primeiro tempo. Melhor para o Nacional, que acabou vencendo por 2 a 0, dois gols de Jorge Mauá no segundo tempo. Os donos da casa ainda perderam um pênalti na primeira etapa. Infelizmente, o clássico mais tradicional entre os pequenos da cidade corre risco. O horário das 15h no meio da semana contribuiu para um público abaixo dos mil pagantes, e não se sabe quando haverá outro Juve-Nal. É uma coisa que em São Paulo que se fosse mais divulgado, que se fosse feito no fim de semana, poderia ter trazido muito mais gente. Eu tenho muita saudade disso, eu vi muitos jogos Nacional x Juventus, lamenta Ayrton Franco Santiago, presidente do Nacional. O técnico Jorginho também vê o clássico Juve-Nal em risco de extinção. Hoje, infelizmente, não temos espaço na mídia para todos os clubes, e isso faz com que clubes com torcidas menores, como o Nacional e o Juventus, acabem ficando em segundo ou terceiro plano, afirma. O jogo desta quarta foi o primeiro confronto entre os dois clubes em sete anos. No último confronto, válido pela Copa Paulista, o Juventus bateu o rival por 5 a 4. O Nacional ficou na Segundona (equivalente à quarta divisão do Campeonato Paulista) entre 2009 e 2014, enquanto o Juventus alterna entre a Série A2 e A3 do Paulista desde 2008, quando caiu da elite estadual. A equipe da Mooca já está classificada para a próxima fase, enquanto o Nacional é o nono colocado. Caso a equipe da Barra Funda não se classifique, terá que torcer por um fracasso do rival na próxima fase para que o clássico seja disputado novamente em 2016. O importante neste ano é ficar na A3. Ficamos muito tempo na Segundona, e muitas vezes em maio já parava o futebol, acabávamos tendo que ver jogos dos juniores. Agora dá para pensar na Copa Paulista no segundo semestre, talvez e a gente se classifique, ou aconteça alguma desistência para entrarmos, afirma Claudio, da Almanac. Os 11 primeiros colocados da A3 têm direito a uma vaga na Copa Paulista, único torneio para as equipes menores do Estado no segundo semestre. Mesmo após a briga dentro de campo, a saída do estádio foi pacífica após o jogo. Ambas as torcidas saíram pelo mesmo portão, com camisas grenás juventinas se misturando com as alvicelestes do Nacional. Resta agora saber quando será o próximo clássico. 


Dia 8 de março de 2015. Para a maior parte dos amantes do futebol da cidade de São Paulo, foi o dia da decisão sobre a classificação os quatro clubes grandes do Estado  na primeira fase do Campeonato Paulista. Não para os 645 pagantes que foram ao Nicolau Alayon, na Zone Oeste de São Paulo. Para eles, a tarde de quarta-feira foi para acompanhar Nacional-SP x Juventus, o Juve-Nal, clássico entre os mais tradicionais clubes pequenos da cidade....

Fonte: Futebol Terra
Categoria: Futebol
Publicado em: 9 Apr 2015 11:17:10

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