segunda-feira, 13 de abril de 2015

Guerrero escancara a epidemia de dengue em São Paulo, que o governo Alckmin tentava esconder. E dá a chance de outra vingança para Vagner Love, contra seu odiado Palmeiras...

Guerrero escancara a epidemia de dengue em São Paulo, que o governo Alckmin tentava esconder. E dá a chance de outra vingança para Vagner Love, contra seu odiado Palmeiras...




O vexame e a vingança estão unidos no Parque São Jorge. Afetam os artilheiros do Corinthians. O peruano Pablo Guerrero escancara a inaceitável epidemia de dengue que o governo estadual tenta esconder. O governador Geraldo Alckmin repete o que fez com o vexatório racionamento de água em São Paulo. Procura desviar o foco. Só que agora não existe a elegante expressão crise hídrica. Epidemia é epidemia. O político do PSDB evitava de qualquer maneira se aprofundar em relação à doença tropical infecciosa, que assola os países mais pobres do mundo. Em 2014 já mostrava desconforto quando houve 35 mil casos no estado. Este ano a situação se agravou. E não há como fugir da temida palavra. A Organização Mundial da Saúde considera 300 casos por cem mil habitantes como epidemia. O estado mais rico da América Latina já tem 258 mil casos só nos três primeiros meses do ano. O que já alcança 585 casos por 100 mil, quase o dobro do necessário. Com dores em todo o corpo, principalmente cabeça e olhos, febre alta e tremedeira, Guerrero mostrava no sábado pela manhã todos os sintomas da doença. Está internado no luxuoso hospital São Luiz, no nobre bairro do Morumbi. A previsão dos médicos corintianos é a que leve 20 dias para se recuperar plenamente. O corintiano escancara de faz pensar no que a população sobre com a epidemia sem controle. Foram 14 mortes só em São Paulo por causa da dengue no ano passado. E o governo de Alckmin segue com desculpas, sem ações efetivas contra a doença.


O Corinthians corre o risco de perder seu fundamental atacante para o restante do Campeonato Paulista. Nos dois últimos jogos da fase de grupo pela Libertadores, contra San Lorenzo e São Paulo. E talvez até o primeiro jogo das oitavas de final da competição sul-americana. Com isso, de maneira inesperada, Tite perde seu melhor atacante. O definidor. Atleta que vive seu auge. Marcando os gols, atuando como pivô. Definidor para as jogadas aéreas tão treinadas. O técnico tem de optar por Vagner Love. Ao contrário do peruano, o auge do jogador foi há cerca de cinco anos, quando atuava no CSKA. Love fará 31 anos em junho. Envelheceu mal. Perdeu o arranque, a velocidade que o tornavam diferenciado. Mais pesado, se tornou um alvo mais fixo dos zagueiros. Embora ainda possua boa técnica, não é tão letal quando o titular corintiano. "Para complicar, o Vagner não está com a explosão, reação instintiva rápida quando a bola chega para a definição. Seu treinamento na China era completamente diferente. Como era na Rússia. Foi por isso que não conseguiu jogar no Palmeiras em 2009. Ele só estará bem no Corinthians do meio do ano para a frente. A readaptação para alguns atletas é mais lenta, como no caso do Vagner", revela o técnico Jorginho, que comandou o Palmeiras em 2009. Com Vagner em campo, o Corinthians muda a sua maneira de atacar. Emerson, Jadson e Renato Augusto precisam ficar mais adiantados, o que exige um desgaste maior do trio. O time fica sem referência na frente e nas bolas altas. Tite tentará resolver soltando mais o trio. Para que tenha sempre companhia para infiltrações e tabelas, como no gol que Renato Augusto marcou contra a Ponte Preta.

Vagner Love não poderia estar mais motivado. Não só pela importância dos jogos da Libertadores. Mas especialmente nesta semifinal diante do Palmeiras, no domingo. Apesar de haver nascido no clube, o atacante cultiva grande rancor de sua saída do Palestra Itália em 2009. Sua chegada no meio do Brasileiro e, principalmente sua exigência salarial, implodiram o ambiente. Diego Souza foi o mais revoltado. Exigiu equiparação salarial ao ídolo que o então presidente Belluzzo trazia de volta. O meia não conseguiu. Houve muitas discussões no elenco. Houve um racha que acabou sabotando o trabalho de Muricy e o título nacional que estava nas mãos palmeirenses. Membros das organizadas souberam o que havia acontecido. Não quiseram saber que não foi culpa de Love. Ele apenas havia aceito o que Belluzzo decidiu pagar. Com o Palmeiras perdendo o título, membros das facções mais violentas palmeirense se encontraram com Love em uma agência do Bradesco na Água Branca. Houve troca de agressões. A situação já estava complicada. Para piorar, o jogador passou a receber ameaças de morte. Não só para ele, mas para sua família. Inclusive esposa e filha. Seu empresário, Evandro Ferreira, acompanhou todo o drama. E avisou aos dirigentes que, no Palmeiras, ele não atuava mais. Os membros das organizadas palmeirenses o consideram um traidor. E enquanto houver confronto com os times em que ele estiver, não há perdão. É xingado, ameaçado. Por isso, Vagner Love entra diferente em campo quando enfrenta o Palmeiras.

Um dos maiores prazer que teve na carreira foi quando marcou o gol de empate em 2 a 2 no confronto com o Flamengo em 2012. Seu gol sacramentou o rebaixamento palmeirense, a volta à Segunda Divisão. No confronto pela semifinal do Paulista, no Itaquerão, pelo seu novo clube, ele sabe o quanto será vigiado pela torcida corintiana. E já adiantou. Terá o maior prazer em marcar novo gol contra o clube que o lançou. E comemorará para valer com a torcida do maior maior rival. Essa gana é sua maior arma para convencer Tite que ele é a aposta ideal. Aliás, o treinador está muito satisfeito com o empenho do atacante nos treinamentos. Quer aproveitar a chance dada pelo desleixo do governo paulista com sua população. Poder colocar a camisa titular corintiana enquanto Guerrero padece em um hospital com dengue. O futebol é como a vida, imprevisível. Ainda mais com a população de um país tão desprotegida por seus políticos omissos. O Brasil segue sujeito a epidemias que refletem apenas o desleixo, a irresponsabilidade e, muitas vezes, a corrupção. Não fossem Guerrero e Vagner Love ninguém se lembraria das 258 mil pessoas infectadas pela dengue em São Paulo. Por quê? Porque são anônimas. Agora que a doença infecta o atacante titular do Corinthians, quem sabe o governador comece a cumprir sua obrigação. A desmoralização envergonha. São Pedro o ajudou com as chuvas de março, já que não houve obras significativas anos atrás para enfrentar a previsível "crise hídrica". É preciso descobrir qual será o santo que nos protegerá da dengue. Caso o Corinthians fracasse nos dois jogos que restam na fase de grupo da Libertadores ou não vença o Campeonato Paulista, será muito bom lembrar da pífia política para a saúde pública do digno governador Geraldo Alckmin. Cúmplice da epidemia de dengue no estado mais rico da América Latina...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 13 Apr 2015 12:10:59

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