domingo, 26 de abril de 2015

O Palmeiras vence. Mas perde a chance de 'matar' a decisão do Paulista contra o Santos. Em casa, com um jogador a mais e pênalti desperdiçado por Dudu. Vitória apenas por 1 a 0...

O Palmeiras vence. Mas perde a chance de 'matar' a decisão do Paulista contra o Santos. Em casa, com um jogador a mais e pênalti desperdiçado por Dudu. Vitória apenas por 1 a 0...




Dudu teve a chance de deixar o Palmeiras muito mais próximo do título paulista. A contratação mais badalado de Alexandre Mattos teve um pênalti à sua disposição. Paulo Ricardo havia segurado Leandro Pereira. O agarrou fora da área e não o largou até a penalidade ser marcada. Foi expulso. O time da casa já vencia por 1 a 0, gol de Leandro Pereira. Os 39.479 torcedores que proporcionaram a arrecadação de R$ 4.181.281,25, e o maior público do novo estádio, estavam com a comemoração preparada. O grito na garganta. Bastaria Dudu marcar, seu time faria 2 a 0 contra o Santos com dez jogadores. O jogador fez toda a pose possível. Queria aproveitar os holofotes. Correu. Diminuiu a velocidade, deu uns pulinhos antes de bater na bola. E ela subiu. Tocou no travessão e foi embora. O lance foi igualzinho à penalidade que ele desperdiçou contra o Penapolense. Será que ninguém o orientou que precisa bater menos forte na bola? O erro pode custar muito caro ao seu time. O Palmeiras venceu o jogo apenas por 1 a 0. No jogo final, domingo que vem, o Santos precisa ganhar por dois gols de vantagem para ser campeão. Um gol de vantagem leva a decisão para as penalidades. O pênalti desperdiçado por Dudu tem tudo para fazer muita falta... "Bate quem treina. Treinei bem durante a semana. Hoje infelizmente a bola subiu. Mas ganhamos o jogo. Está tudo bem", dizia, Dudu, sem a menor convicção. Ele sabia o quanto o gol que poderia ter marcado poderia deixar o Palmeiras muito mais próximo do título. E deixou esperançoso o Santos, já com Robinho. Antes da bola rolar, o fim das farsas. As Comissões Técnicas de Palmeiras e Santos tiveram de acabar com o teatro barato e tão comum nas decisões. Robinho e Valdivia estavam fora da primeira partida da decisão. Não conseguiram se recuperar de suas contusões. O santista não se recuperou da lesão muscular na coxa esquerda. O palmeirense desta vez perderia um jogo importante graças a um edema no joelho esquerdo. A partida perderia em ofensividade, em talento. A habilidade de Robinho e a malícia, visão de jogo de Valdivia transformariam a partida em um confronto mais físico, tático do que técnico. Os dois clubes grandes que levaram o Campeonato Paulista mais a sério e, livres da Libertadores, começavam a decidir o título. O duelo era mais profundo porque colocava lado a lado Oswaldo de Oliveira e Marcelo Fernandes. Os dois há um ano eram trabalhavam juntos, repartiam opiniões, confidências, segredos. Eram treinador e auxiliar na Vila Belmiro. Estava mais do que claro que ambos sabiam o que o outro iriam fazer. Sem suas estrelas, os dois decidiram optar pela compactação. Tentaram preencher o meio de campo, compactar, não dar espaço para os contragolpes em velocidade, grandes armas dos dois times. Para o Santos era mais danosa a ausência de Robinho do que a falta que Valdivia fazia ao Palmeiras. O clube do bilionário Paulo Nobre tinha mais peças de reposição. O time da casa tinha a obrigação de vencer a primeira partida. E Oswaldo montou uma equipe que tinha de se desdobrar. Com a bola, o time tinha três atacantes. Dudu e Rafael Marques abertos pelas pontas. E Leandro Pereira, enfiado, como jogador de referência, um antigo centroavante. Lucas e Zé Roberto liberados para buscar a linha de fundo. Marcelo Fernandes sabia que seu ex-mestre buscaria o sufoco, colocaria seu time na frente, apoiado pela apaixonada torcida. E não quis manter o mesmo esquema. Em vez do veterano atacante Robinho, um meia, Chiquinho. O sonho era travar, conter a empolgação palmeirense. E explorar a onipresença de Lucas Lima na roubada de bola, as arrancadas de Geuvânio e o oportunismo de Ricardo Oliveira. Cicinho e Victor Ferraz tinham de se preocupar em fechar as laterais. E só. Era uma equipe montada para marcar e contragolpear. Desde os primeiros minutos, ficou evidente que o Santos não iria incomodar tanto o rival. Tanto era verdade que, aos nove minutos, Arouca sentiu forte dores na coxa esquerda e teve de sair. Aos 17 minutos foi embora. Oswaldo percebeu que poderia ser ousado. Colocou o meia Cleiton Xavier, sem drama de consciência. O Palmeiras passava a ter mais precisão nos passes, mais ofensividade. Renato e Renato ficaram sobrecarregados. Tinham de cuidar de Robinho, Cleiton próximos do trio de atacantes. A ousadia deu resultado. O volume de jogo do Palmeiras aumentou. E encolheu o Santos em seu campo. A pressão era enorme. O gol era uma questão de justiça. E ela foi feita. Em uma jogada belíssima. Treinada. Cleiton Xavier deu passe para Robinho, ele abriu as pernas e a bola chegou até Lucas, o cruzamento foi perfeito para Leandro Pereira. Livre, chutou com gosto para as redes: Palmeiras 1 a 0, aos 29 minutos.

A jogada lembrou demais o gol contra o Botafogo de Ribeirão Preto, o que só demonstra que não nasceu de inspiração. Foi treinada. Mérito de Oswaldo de Oliveira. Robinho deixou a bola passar por baixo de suas pernas. Ele estava impedido. O gol foi legal porque não atrapalhou jogador algum do Santos. Mas provocou revolta dos santistas. Marcelo Fernandes percebeu que, de nada adiantaria abrir seu time para buscar o empate. O mais importante seria aprimorar mais ainda a marcação, não sofrer mais gols. Foi uma decisão sábia. O Palmeiras se animou e continuou pressionando, empurrado pela torcida. O inseguro árbitro Vinícius Furlan teve uma outra decisão difícil e acertada. Aos 43 minutos, Rafael Marques recebeu toque de Dudu de calcanhar. Ao tentar chutar para o gol, o palmeirense recebeu uma entrada dura, mas legal de Geuvânio. O estádio inteiro pediu o pênalti que não existiu. Oswaldo de Oliveira e Marcelo Fernandes sentiram o cheiro de insegurança de Furlan e invadiram o gramado no intervalo para reclamar. Ambos foram merecidamente expulsos. Os seus auxiliares, Luiz Alberto e Serginho Chulapa comandariam os times. Vantagem para Oswaldo que ficaria atrás do banco de reservas, de pé na arquibancada, muito próximo de Luiz Alberto. Suas ordens eram levadas pelo médico do clube aos ouvidos do auxiliar. Marcelo Fernandes ficou no vestiário vendo o jogo pela tevê.

No segundo tempo, o Palmeiras voltou tendo como missão aumentar a vantagem. E ficar mais perto do título. A pressão acontecia forte na intermediária. A entrada de Cleiton Xavier melhorou muito o toque de bola. As viradas de jogo. O Santos continuava com o defeito de deixar sua defesa em linha, quando buscava o ataque. E foi surpreendido com ótimo lançamento de Rafael Marques para Leandro Pereira. O jovem Paulo Ricardo começou a segurá-lo fora da área. Mas só conseguiu quando era pênalti. O confuso Furlan deu vermelho a David Bras. Mas foi alertado do erro absurdo. E expulsou Paulo Ricardo. Dudu teve a chance de ampliar. Fez pose e cobrou forte demais, mandando a bola alta. Ela bateu no travessão e foi para fora. O Palmeiras jogava fora uma chance de ouro. A cobrança desperdiçada abalou psicologicamente o time de Oswaldo. E os santistas trataram de se segurar. Com um a menos, a derrota só por um gol estava de bom tamanho.

Os comandados de Marcelo Fernandes sabiam que enfrentariam o rival na Vila Belmiro e com Robinho. Não se expuseram. Geuvânio e Ricardo Oliveiras saíram, poupados para o próximo domingo. Os dois times cansaram no quarto final da partida. Oswaldo de Oliveira percebeu que de nada adiantaria expor sua equipe. E aceitou a vantagem de 1 a 0. A decisão continua aberta. O Palmeiras conseguiu uma vantagem importante. Bastará o empate para ser campeão. Mas o Santos tem todas as chances de vencer por dois gols de diferença e ficar com o título. O pênalti desperdiçado por Dudu pode ter um peso enorme, significativo. Ficou evidente. Após o fim da partida, os santistas comemoraram o resultado. Sabem que no domingo que vem tudo pode ser diferente. Os jogadores e os torcedores palmeirenses saboreavam a vitória. Mas sentiam o amargo gosto de desperdício...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 Apr 2015 18:15:08

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