O revezamento entre Botafogo e Vasco na Segunda Divisão. A instabilidade financeira do Fluminense, sempre dependente de um patrocinador mecenas. É tudo isso que a diretoria do Flamengo procura escapar. Na eleição de hoje, o favorito presidente Eduardo Bandeira de Mello, apresenta Muricy Ramalho como seu grande cabo eleitoral. E pessoa que o dirigente quer entregar o futebol do clube mais popular do Brasil nos próximos três anos. "Se você perguntar para todos os treinadores do Brasil, e acho que do mundo, que conhecem o Flamengo, todos eles vão falar a mesma coisa: quem não gostaria? Um time desse tamanho, gigante, que está se organizando. Já é um dos maiores em termos de torcida e vai ser um dos maiores em termos de organização, porque você percebe isso nessa diretoria. Então, todos os treinadores diriam que sim", vem repetindo Muricy a cada entrevista. Ele sabe que já vazou seu acerto com Bandeira de Mello. Quem revelou para os jornalistas foi a direção do Atlético Mineiro. Assim que Levir Culpi foi demitido, Muricy foi procurado. E disse que não poderia acertar porque estava comprometido com outro clube. Essa equipe é o Flamengo. A única dependência é a eleição de hoje. A chapa de oposição ao saber do grande trunfo de Eduardo Bandeira tentou reagir. E buscar o treinador de melhor conceito possível. Entrou em contato com o argentino que comanda o Chile, Jorge Sampaoli. Seria sensacional se ele tivesse aceito. "Isso do Flamengo só pode ser uma intenção política. Não conheço esse senhor, eu não tenho representante, ele não me representa em nada. Sempre cuidei sozinho. Falar que tenho algo firmado me parece vergonhoso, não tem nenhuma verdade. É impossível que eu tenha um acordo", desmentiu o treinador. Wallim Vasconcellos ainda tentou argumentar que fazia parte do acordo o técnico negar. Porque tem contrato até o final do ano com a Federação Chilena. E garantiu que havia acertado até o salário, R$ 1,2 milhão. Só que Sampaoli segue garantindo que não trabalhará no Flamengo. Ou seja, a eleição de hoje ficou ainda mais fácil para Bandeira de Mello. Porque pode parecer incrível, mas o pleito ficou polarizado na escolha do treinador. O Flamengo tem incríveis problemas estruturais. Uma dívida que diminuiu em cerca de 25% nos últimos anos. Passou de R$ 750 milhões para R$ 561 milhões, de acordo com Bandeira de Mello. O que é ainda alta demais.
O clube negocia com o Fluminense uma maneira de administrar o Maracanã. Algo importantíssimo e de muita responsabilidade. Não tem um Centro de Treinamento moderno, digno de sua importância. Nem um departamento de fisiologia. Ou de fisioterapia. Guerrero não se queixa à toa. O próprio Bandeira de Mello reconhece o quanto tudo está atrasado na Gávea. E quer usar o trabalho do São Paulo, que Muricy conhece muito bem como exemplo a ser seguido. Pelo menos na infraestrutura. No futebol, o treinador já avisou que deseja trabalhar como no Barcelona. A começar com as equipes de base. Todas terão obrigatoriamente de seguir taticamente o que o time principal fizer. A prioridade será apostar nos jogadores nascidos no próprio Flamengo. É algo ousado. E que levará mesmo muito tempo. Consumirá dinheiro. Não será fácil. Porque o Flamengo seguirá sendo cobrado pelos resultados em campo em 2016. Bandeira de Mello sabe que sua reeleição já estaria garantida se o time não fosse tão mal neste ano. "Minha preferência é achar um lugar bom para trabalhar, fazer um trabalho não como se faz aqui no Brasil, rápido. Tem que ser um trabalho a médio prazo. Quero implementar uma filosofia um pouco diferente, estive estudando fora. A preferência não é um grande contrato, porque graças a Deus já passei dessa fase. A preferência é poder implementar o que tenho de experiência, com paciência. Vou escolher um lugar onde eu possa acreditar em algo diferente, não sempre a mesma coisa de só ganhar, ganhar. Tem que ganhar, mas tem que tentar melhorar o lugar. É isso que vou esperar. Tenho paciência, não gosto de forçar nada", disse Muricy ao site da Globo. De acordo com a imprensa carioca, a eleição no Flamengo já está decidida. Bandeira de Mello teria pelo menos 60% dos votos contra 25% de Wallim. A certeza de vitória seria tanto que o treinador concordou a renovação de contrato de Sheik, a contratação do lateral esquerdo Chiquinho que estava no Santos. E quer analisar Cirino. A verdade é que pela primeira vez na história da Gávea, a eleição se tornou um plebiscito para treinador. Não um jogador. Ou o que deveria acontecer, o vencedor seria aquele com melhor planejamento ao clube. Mas as coisas são como são. Os eleitores no Flamengo não parecem que decidirão seu presidente. Mas o treinador para os próximos anos. E entre um tetracampeão brasileiro e vencedor da Libertadores que indica que aceita e outro, sensacional, que revolucionou o futebol chileno, mas diz que não vem, a escolha parece óbvia. Muricy Ramalho deverá dar novo mandato a Bandeira de Mello. E sua responsabilidade, imensa. A expectativa é que nasce um Barcelona nos Trópicos. E a cobrança será à altura...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 07 Dec 2015 08:08:45
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