terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Surreal. Vândalos vascaínos ameaçam de sequestro filha de vice do Fluminense, caso o time perca para o Figueirense. Já criminosos que se dizem tricolores dizem que não aceitarão vitória do próprio time no domingo...

Surreal. Vândalos vascaínos ameaçam de sequestro filha de vice do Fluminense, caso o time perca para o Figueirense. Já criminosos que se dizem tricolores dizem que não aceitarão vitória do próprio time no domingo...




Há situações que nem o mais pessimista dos juristas poderia imaginar. O vice presidente de futebol do Fluminense, Mario Bittencourt, revelou. Está recebendo ameaças relacionadas à última rodada do Brasileiro. Seu time irá enfrentar o Figueirense em Florianópolis. Do lado prático, o jogo nada significa para os tricolores. Mas não é assim para o Vasco. Se o clube de Eurico Miranda vencer o Coritiba, no Paraná, o Corinthians derrotar o Avaí, basta o Fluminense ganhar da equipe catarinense e escapará da Segunda Divisão. Só que a principal notícia vindo das Laranjeiras não é boa. Está confirmado: Fred não joga. O principal jogador e artilheiro das Laranjeiras está sentindo dores no joelho esquerdo. E não atuará em Santa Catarina. A notícia irritou profundamente alguns vândalos que se dizem vascaínos. E Mario Bittencourt revelou que sua filha, Maria Isabel, foi ameaçada de sequestro. Seria uma vil represália caso o Fluminense perca para o Figueirense. A situação é absurda em todos os sentidos. As autoridades precisam descobrir quem são os responsáveis por essas ameaças. "Quero deixar claro que qualquer coisa que aconteça não será o Fluminense a rebaixar o Vasco, que teve um ano muito ruim e ficou na zona de rebaixamento durante quase toda competição. Depende do Avaí também. Estão querendo colocar uma carga no Fluminense que não existe. Para nós é como outro jogo qualquer, e vamos tentar vencer. " Colocaram uma foto da minha filha e fizeram várias ameaças. Jamais faríamos qualquer movimento para prejudicar alguém. O Fluminense não tem essa responsabilidade. Querem imputar ao Fluminense uma responsabilidade que ele não tem. É um jogo qualquer. Vamos jogar para ganhar. Apenas isso." Ele deu essa declaração hoje pela manhã, em entrevista coletiva. Só que para deixar tudo mais caótico, há o outro lado. Criminosos garantindo ser torcedores do Fluminense avisam a própria diretoria. Não querem que o time vença de maneira alguma. Desejam ver os rivais, que tratam como inimigos, na Segunda Divisão. Não aceitam a vitória de jeito algum. Sim, vitória do próprio time que juram amar.

A rivalidade entre os dois clubes sempre foi enorme. Chegou a um ponto assustador. A começar pelo lado direito das cabines do Maracanã. Lugar que pertencia ao Vasco desde 1950, quando estádio foi inaugurado. Na sua sua volta, em 2014, o Fluminense passou a ter direito ao lugar por se acertar com a concessionária que administra a arena. Não bastasse isso, houve a enorme briga neste Campeonato Carioca. Quando Flamengo e Fluminense romperam com a Federação Carioca. O Vasco de Eurico Miranda deu todo o apoio ao presidente Rubens Lopes. Chegou até a participar de reuniões sentado no lugar reservado a Lopes. O presidente Peter Siemsen não nega que disputará com prazer a Liga Minas-Sul-Rio porque seu clube é inimigo da Federação, apoiada pelo Vasco. Os dois clubes romperam relações extraoficialmente. Agora o destino coloca o futuro do clube de Eurico nas mãos de Siemsen. Enquanto os vascaínos querem que o rival jogue para ganhar em Santa Catarina, alguns torcedores do próprio clube exigem, nas redes sociais, que o time saia derrotado. E garanta o rebaixamento do "coirmão". Sim, é isso mesmo. Ameaças do lado vascaíno se o Fluminense perder. E promessas de vingança de próprios torcedores tricolores caso a equipe vença. A situação não poderia ser mais selvagem. Pessoas têm coragem de ameaçar a filha de sequestro caso o seu time perca. E outras prometendo represálias caso a equipe que torcem vença.

As autoridades brasileiras são omissas. Esperam acontecer uma desgraça no futebol para agir. O Vasco foi incompetente durante quase todo o Brasileiro. E a responsabilidade cai no colo dos dirigentes do Fluminense. Com o time salvo da Segunda Divisão. Vê uma partida normal se transformar em caótica. Cuja primeira ameaçada é a inocente menina Maria Isabel. Em fevereiro, uma selvagem briga entre as organizadas dos dois time aconteceu. Vale relembrar o dia 18 de fevereiro deste ano. Briga entre vascaínos e tricolores. A impunidade explica bem o que acontece hoje. E o que pode se passar no domingo... Cerca de 300 cavalheiros bem apessoados, trajando bermudas e camisetas, ou de peito nu, trataram de mostrar toda a afeição à raça humana. E o refinamento que desenvolveram. Elegantes, com paus, rojões, socos ingleses, pedras e protetores bucais, partiram para uma selvagem briga. A Polícia Militar do Rio, avisada, fez ótimo trabalho. E conseguiu proteger a população dos vândalos. 119 gentlemen foram presos. Entre eles havia menores, que foram encaminhados ao juizado. Os adolescentes foram liberados em seguida. Os pais com certeza deverão cortar mesada e cobrar, com mais afinco, a lição de casa. Restaram encarcerados 97 cidadãos de bem. Ele acabam deslocados para o presídio Bangu 10. Onde a etiqueta, a arte do chá das cinco e a tabuada seriam cobradas pelos guardas. Aliás, representantes da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro avisavam. Desta vez, os vândalos teriam o "tratamento que mereciam". E que sentiriam na pele a força da legislação brasileira. Não se sabe se eles estavam se referindo ao fim das gemadas no café da manhã ou à restrição da carne argentina no almoço ou talvez ao fim do direito de dormirem ouvindo Benito de Paula. Presos, para passar o tempo e mostrar às autoridades quem é que manda, os torcedores se distraiam cantando hinos de suas facções. Um verdadeiro deleito aos ouvidos dos presos. E também prova de bom gosto, com os refrões recheados de palavras de incentivo à vida. Afinal, o que são ameaças de morte e palavrões se não uma homenagem ao homem moderno?

Na quinta-feira, o juiz Marcelo de Oliveira Silva transformou a prisão preventiva dos cavalheiros. Ela passou para flagrante. Teriam de responder, imaginem, pela terrível acusação de formação de quadrilha e violência no esporte. Um ultraje. Ninguém mais respeita uma boa e sincera troca de carinho. Mas os dignos advogados representantes do torcedor Lusenrik Sarandi Pinto, conseguiram um habeas corpus para o seu cliente. Ou seja, ele poderia deixar a cadeia. A medida acabou beneficiando todos os demais 96 cavalheiros que o acompanham no caloroso encontro de domingo passado. Impressionados com a personalidade forte e fraternal dos torcedores, o Tribunal de Justiça do Rio decidiu. Eles não poderão frequentar estádios de futebol durante os jogos. Terão de comparecer a delegacias do perigoso centro carioca duas horas antes das partidas. E só poderão sair de lá duas horas após o confronto esportivo acabar. A decisão é do desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da Sétima Câmara Criminal. Os representantes da justiça no Rio comemoraram a decisão. Lógico que advogados dos presos, alguns pagos pelas torcidas organizadas, tentarão livrá-los da pesadíssima pena. Com certeza, conseguirão. Cada vez que um nobre cavalheiro desses é preso e em seguida solta, o efeito colateral nas torcidas organizadas é em cascata. Vem a certeza que vivemos em um país sem leis, sem punição. Então nada melhor do que arquitetar outra briga, outra tocaia.

Vândalos visitar presídios e voltar sorrindo é algo que combina muito bem com a seriedade dos nossos políticos em Brasília..

Não é preciso escrever que nada aconteceu com os cavalheiros.

Eles estão à solta pelo Rio de Janeiro.

Prontos para nova demonstração de civilidade.

A impunidade é a mãe da maior parte dos crimes neste país...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 01 Dec 2015 19:02:17

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