quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Para poder governar, Bandeira de Mello decide. Flamengo aumentará em 66% o dinheiro para contratações em 2016. Guerrero não estará mais sozinho. E Muricy terá paz para modernizar o clube...

Para poder governar, Bandeira de Mello decide. Flamengo aumentará em 66% o dinheiro para contratações em 2016. Guerrero não estará mais sozinho. E Muricy terá paz para modernizar o clube...




Muricy Ramalho poderia bater o quanto quisesse nas veias dos seus braços. E gritar com o sotaque paulista: "aqui é trabalho, meu filho". Há um preço a ser pago para ter tranquilidade e reestruturar todo o futebol do Flamengo. Com direito a Centro de Treinamento, departamento de Fisiologia, Fisioterapia. Não é subjetivo. Serão R$ 32 milhões. R$ 22 milhões para contratações e mais R$ 10 milhões para o Centro de Treinamento. Ou seja, Eduardo Bandeira de Mello percebeu que só sendo responsável, economizando ao máximo para tentar diminuir a absurda dívida do Flamengo, não iria a lugar algum. Em vez de merecer uma estátua, por reduzir a dívida de R$ 750 milhões para R$ 561 milhões, no primeiro mandato, Bandeira de Mello quase é despejado da Gávea. A mentalidade que impera segue simples. O Flamengo é futebol. Tem a maior torcida do país. Se não houver resultados no futebol, pouco importa a redução de 25% da dívida. Muricy quer modernizar o clube. Mas sabe que tudo que viu no Barcelona e no São Paulo, quando era organizado, depende do resultado no gramado. E para isso, de nada adianta um treinador trabalhador, tetracampeão brasileiro. Se não houver jogadores talentosos, tudo seguirá estagnado. "Os torcedores querem o time campeão. Não interessa como. E eles têm razão. Nós somos os administradores do clube. E é missão nossa conciliar pagar a dívida, modernizar o clube e ganhar títulos. Não adianta ficar comemorando o quanto o nosso balanço melhorou", repetia ontem Eduardo Bandeira de Mello na reunião do Conselho Administrativo. E foi assim que conseguiu o aumento de 66% do dinheiro a ser investido no time. Nas contratações do Flamengo para 2016. A meta é obter, de qualquer maneira, a vaga para a Libertadores de 2017. Paolo Guerrero ficou muito desgostoso e se queixou com Sheik do fraco time flamenguista deste ano. A quem credita grande parte do jejum vergonhoso que enfrentou. Nunca iria assumir publicamente o arrependimento de ter trocado o Parque São Jorge pela Gávea. Por causa do excelente contrato que assinou. Mas os dirigentes prometem acabar com seu abatimento. O elenco será reformulado. Pelo menos duas peças importantes chegarão, entre vários jogadores competitivos. Muricy quer montar uma equipe moderna, competitiva, que preencha os espaços. E, principalmente, seja o oposto da apática que disputou o Brasileiro.

Juan será o responsável pelo sistema defensivo. O zagueiro volta à Gávea depois de 13 anos fora. E aos 36 anos deverá assumir a liderança que o time tanto sentiu falta no ano passado. Willian Arão, melhor jogador do Botafogo na campanha na Segunda Divisão, será um dos volantes no meio de campo. Sem grande barulho, o lateral direito Rodinei saiu da Ponte Preta para a Gávea. Se não se intimidar e mostrar o que fazia em Campinas, poderá ser um jogador muito interessante. O lateral esquerdo Chiquinho que estava no Santos já está apalavrado com o Flamengo. É instável. Alterna ótimas e péssimas partidas. O clube finaliza a contratação de Antônio Carlos, do Avaí. Aposta ousada. Até demais. Ele foi o melhor zagueiro da defesa mais vazada do Brasileiro. De um time rebaixado. Zagueiro pertence ao empresário Eduardo Uram. Está registrado no Tombense de Minas Gerais. De apenas 22 anos e muita vibração, poderia ajudar com sua juventude, Juan. Tudo está muito bem encaminhado. Mas há a esperança na Gávea é que os dirigentes consigam resgatar Cléber, ex-zagueiro do Corinthians, que está no Hamburgo. Muricy aprovou seu nome. Há dois meses, antes mesmo de sua contratação, o clube carioca tenta o jogador. Seu empresário é Fernando Garcia.

Jogadores estrangeiros estão sendo oferecidos por empresários. Também no Hamburgo, o volante chileno Marcelo Diaz se torna uma boa opção. E não tão caro. Porque não é titular da equipe alemã. Um empréstimo é considerado viável. Lucas Romero é uma revelação argentina, atua no Vélez Sársfield. Volante que atua também como meia. Agentes tentam vendê-lo. O clube carioca segue tentando o empréstimo. Muricy já disse a Bandeira de Mello que Maicon, no Grêmio, é uma opção barata e que seria muito útil. Se não houver acerto entre o São Paulo e o Grêmio, o Flamengo tentará contratá-lo. A direção do Flamengo quer pelo menos um grande nome para dividir as atenções com Guerrero. Sondou o argentino Lavessi, do PSG. Caro demais. Kaká, sugerido por Muricy, também se mostrou inviável. Há quem defenda tentativas por Robinho, ex-Santos e que está no Guangzhou Evergrande, e até do ex-palmeirense, Valdivia, no Al-Whada. Bandeira de Mello disse a Muricy que o mais difícil já conseguiu. A liberação para gastar R$ 22 milhões com contratações. O valor é 66% maior do que o que foi investido neste ano. O dinheiro chega da televisão. Haverá um aumento de R$ 70 milhões no dinheiro vindo da televisão. Chegará a R$ 182 milhões. Fora o que poderá render a Copa Sul-Minas-Rio. Se ela se tornar realidade.

O presidente insiste com o treinador que não é preciso uma correria absurda na montagem do time. Porque segue firme na decisão de disputar o Campeonato Carioca de 2016 com equipe sub-23. Foi o pacto que fez com a cúpula do Fluminense, para desvalorizar a competição organizada pelo presidente da Federação Carioca, Rubens Lopes. E o dirigente deixa calmo os conselheiros. Garante que, além de modernizar o departamento de futebol e montar uma equipe competitivo, continuará em duas frentes. A primeira, seguir diminuindo a dívida. E a segunda, tentar assumir a administração do Maracanã com o Fluminense. Com o auxílio do governo carioca. O consórcio Maracanã S/A publicou balanço com prejuízo em 2013, R$ 48 milhões, e R$ 77 milhões, em 2014. O consórcio estaria disposto a devolver o controle do estádio ao governo. E ele seria repassado aos dois clubes. A negociação continua. Mas para que tudo siga caminhando tranquilo, Bandeira de Mello aprendeu. "O futebol do Flamengo precisa estar bem", repete, como um mantra...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 16 Dec 2015 11:50:59

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